Manual de Campanha Doutrina Militar Terrestre

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Description

EB20-MF-10.102 54llç

MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO ESTADO-MAIOR DO EXÉRCITO

Manual de Fundamentos

DOUTRINA MILITAR TERRESTRE

1a Edição 2014

EB20-MF-10.102

MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO ESTADO-MAIOR DO EXÉRCITO

DOUTRINA MILITAR TERRESTRE

1ª Edição 2014

Capítulo 1

Capítulo 2

Capítulo 3

Capítulo 4

PORTARIA Nº 003-EME, DE 2 DE JANEIRO DE 2014.

Aprova o Manual de Fundamentos EB20-MF-10.102 Doutrina Militar Terrestre,1ª Edição, 2014.

O CHEFE DO ESTADO-MAIOR DO EXÉRCITO, no uso da atribuição que lhe confere o inciso VIII do art. 5º do Regulamento do Estado-Maior do Exército (R-173), aprovado pela Portaria do Comandante do Exército nº 514, de 29 de junho de 2010, e de acordo com o que estabelece o art. 43 das Instruções Gerais para as Publicações Padronizadas do Exército (EB10-IG-01.002), aprovadas pela Portaria nº 770, de 7 de dezembro de 2011, resolve: Art. 1º Aprovar o Manual de Fundamentos EB20-MF-10.102 DOUTRINA MILITAR TERRESTRE, 1ª Edição, 2014, que com esta baixa. Art. 2º Determinar que esta Portaria entre em vigor na data de sua publicação. Art. 3º Revogar as Instruções Provisórias IP 100-1 Bases para a Modernização da Doutrina de Emprego da Força Terrestre (Doutrina Delta), 1ª Edição, 1996, aprovadas pela Portaria nº 121-EME, de 05 de dezembro de 1996.

Gen Ex JOAQUIM SILVA E LUNA Chefe do Estado-Maior do Exército

FOLHA REGISTRO DE MODIFICAÇÕES (FRM)

NÚMERO DE ORDEM

ATO DE APROVAÇÃO

PÁGINAS AFETADAS

DATA

ÍNDICE DE ASSUNTOS

CAPÍTULO I – INTRODUÇÃO 1.1 Finalidade .................................................................................................................. 1-1 1.2 Considerações Iniciais............................................................................................... 1-1 1.3 Definições Básicas .................................................................................................... 1-1 1.4 Marco Conceitual ...................................................................................................... 1-2 1.5 Consequências da Doutrina ...................................................................................... 1-3 CAPÍTULO II – CONTEXTO ESTRATÉGICO 2.1 Segurança e Defesa Nacional ................................................................................... 2-1 2.2 Ameaças e Riscos ..................................................................................................... 2-1 2.3 Política Nacional de Defesa ...................................................................................... 2-2 2.4 Estratégia Nacional de Defesa .................................................................................. 2-2 2.5 Política Militar de Defesa ........................................................................................... 2-3 2.6 Estratégia Militar de Defesa ...................................................................................... 2-3 2.7 Doutrina Militar de Defesa ......................................................................................... 2-4 2.8 Livro Branco de Defesa ............................................................................................. 2-4 2.9 Bases para a Transformação da Doutrina Militar Terrestre ....................................... 2-4 CAPÍTULO III – PODER MILITAR TERRESTRE 3.1 Poder Nacional .......................................................................................................... 3-1 3.2 Poder Militar Terrestre ............................................................................................... 3-2 3.3 Capacidades ............................................................................................................. 3-3 3.4 Capacidades Militares Terrestres e Capacidades Operativas ................................... 3-4 CAPÍTULO IV – O CONFLITO E O AMBIENTE OPERACIONAL 4.1 Considerações Gerais ............................................................................................... 4-1 4.2 O Espectro dos Conflitos ........................................................................................... 4-1 4.3 Direito Internacional dos Conflitos Armados.............................................................. 4-3 4.4 Princípios Básicos do Direito Internacional dos Conflitos Armados .......................... 4-3 4.5 As Operações no Amplo Espectro ............................................................................ 4-4 4.6 O Ambiente Operacional ........................................................................................... 4-5

CAPÍTULO V – FUNDAMENTOS DA DOUTRINA DE EMPREGO DA FORÇA TERRESTRE 5.1 Considerações Gerais ............................................................................................... 5-1 5.2 Estratégias de Emprego ............................................................................................ 5-1 5.3 O Emprego da Força Terrestre ................................................................................. 5-2 5.4 Princípios de Guerra ................................................................................................. 5-3 5.5 Níveis de Planejamento............................................................................................. 5-6 5.6 Elementos do Poder de Combate Terrestre .............................................................. 5-8 CAPÍTULO VI – ORGANIZAÇÃO DOS ELEMENTOS DA FORÇA TERRESTRE 6.1 Considerações Gerais ............................................................................................... 6-1 6.2 As Armas, Quadros e Serviços ................................................................................. 6-1 6.3 Estruturas Organizacionais ....................................................................................... 6-6 6.4 Organizações Operativas ........................................................................................ 6-11 6.5 Características dos Elementos de Emprego da Força Terrestre ............................. 6-12 CAPÍTULO VII – EMPREGO DA FORÇA TERRESTRE 7.1 Considerações Gerais ............................................................................................... 7-1 7.2 Principais Implicações para o Emprego da Força Terrestre ...................................... 7-2 7.3 Projeção de Força ..................................................................................................... 7-3 7.4 A Força Terrestre nas Operações de Projeção de Força .......................................... 7-4 7.5 A Importância das Operações Conjuntas .................................................................. 7-4 CAPÍTULO VIII – LOGÍSTICA 8.1 Considerações Gerais ............................................................................................... 8-1 8.2 Conceitos Básicos ..................................................................................................... 8-1 8.3 Princípios da Logística .............................................................................................. 8-4 8.4 Níveis de Planejamento e Condução das Operações e a Logística .......................... 8-5 8.5 Organização e Execução da Logística ...................................................................... 8-5

PREFÁCIO

A arte da guerra se depara com novos desafios e complexidades. Os conflitos atuais tendem a ser limitados, não declarados, convencionais ou não, e de duração imprevisível e as ameaças são cada vez mais fluidas e difusas. Essas mudanças vêm alterando gradativamente as relações de poder, provocando instabilidades e incertezas e suscitando o aparecimento de conflitos locais e regionais com a inserção de novos atores, estatais e não estatais, no contexto dos conflitos. Apesar das mudanças observadas na arte da guerra, mesmo que ocorram assimetrias semelhantes às observadas em conflitos recentes, ressalta-se que o combate de alta intensidade não perdeu a importância. Descortinam-se ameaças concretas que exigem dos Estados a geração de capacidades para o emprego conjunto; o combate ao terrorismo; a proteção da sociedade contra as armas de destruição em massa; a participação em missões de manutenção e/ou imposição da paz sob a égide de organismos internacionais; e o controle de contingentes populacionais ou de recursos escassos (energia, água ou alimentos). A irrefutável realidade, sobejamente evidenciada no cotidiano, indica a premente necessidade de uma Força Terrestre da Era do Conhecimento. Esta Força deve ser dotada de armamentos e de equipamentos com tecnologia agregada, sustentada por uma doutrina em constante evolução, integrada por recursos humanos altamente treinados e motivados. Para isso, baseia sua organização em estruturas com as características de flexibilidade, adaptabilidade, modularidade, elasticidade e sustentabilidade, que permitem alcançar resultados decisivos nas Operações no Amplo Espectro, com prontidão operativa, e com capacidade de emprego do poder militar de forma gradual e proporcional à ameaça. É nesse contexto que se exprime o imperativo de se ter uma publicação objetiva, que divulgue aos integrantes do Exército Brasileiro, demais forças singulares e agências a doutrina de emprego dos elementos da F Ter, contemplando os fundamentos doutrinários para o preparo de uma Força eficiente, eficaz e efetiva, para contribuir com a Defesa da Pátria.

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Capítulo 1

Capítulo 2

CAPÍTULO I INTRODUÇÃO

1.1 FINALIDADE 1.1.1 Esta publicação apresenta os fundamentos doutrinários da Força Terrestre 1.1 FINALIDADE (F Ter) e destina-se a orientar o emprego de 1.2 CONSIDERAÇÕES INICIAIS seus elementos no cumprimento de suas 1.3 DEFINIÇÕES BÁSICAS missões e tarefas, no contexto dos Comandos 1.4 MARCO CONCEITUAL Operacionais, Conjuntos ou Singulares. Sua 1.5 CONSEQUÊNCIAS DA DOUTRINA aplicação exige adequada flexibilidade para adaptar-se às condicionantes das variadas operações, nas quais os elementos da F Ter podem ser empregados e abrange os fundamentos doutrinários para o preparo de uma Força eficiente, eficaz e efetiva, para contribuir com a Defesa da Pátria.

1.2 CONSIDERAÇÕES INICIAIS 1.2.1 A Doutrina Militar Terrestre, como um dos principais vetores do Processo de Transformação do Exército na Era do Conhecimento, na busca da efetividade, baseia-se na permanente atualização, em função da evolução da natureza dos conflitos, resultado das mudanças da sociedade e da evolução tecnológica aplicada aos assuntos de defesa. 1.2.2 As doutrinas militares de defesa, formuladas nos níveis político e estratégico, condicionam-se às particularidades de cada Estado e devem ser idealizadas, elaboradas e desenvolvidas de forma autóctone. Quando abordam aspectos de natureza administrativa, logística e operacional valem-se da ciência e da técnica. Nesse particular, doutrinas de diferentes países podem ser intercambiáveis, sem prejuízo de sua eficácia.

1.3 DEFINIÇÕES BÁSICAS 1.3.1 A Doutrina em seu significado mais amplo é o conjunto de princípios, conceitos, normas e procedimentos, fundamentadas principalmente na experiência, destinada a estabelecer linhas de pensamentos e a orientar ações, expostos de forma integrada e harmônica. 1.3.2 As doutrinas militares compreendem o conjunto harmônico de ideias e de entendimentos que define, ordena, distingue e qualifica as atividades de organização, preparo e emprego das Forças Armadas (FA). Dentro dessa visão, as doutrinas militares englobam a administração, a organização e o funcionamento das instituições militares. 1.3.3 A Doutrina Militar de Defesa é parte da doutrina militar brasileira que aborda as normas gerais da organização, do preparo e do emprego das FA, quando empenhadas em atividades relacionadas com a defesa do país. Seus assuntos relacionam-se 1-1

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diretamente com a garantia da soberania e da integridade territorial e patrimonial do país, e ainda com o respeito aos interesses nacionais. 1.3.4 A Doutrina Militar Terrestre (DMT) é o conjunto de valores, fundamentos, conceitos, concepções, táticas, técnicas, normas e procedimentos da F Ter, estabelecido com a finalidade de orientar a Força no preparo de seus meios, considerando o modo de emprego mais provável, em operações terrestres e conjuntas. A DMT estabelece um enquadramento comum para ser empregado por seus quadros como referência na solução de problemas militares.

1.4 MARCO CONCEITUAL 1.4.1 O Exército Brasileiro (EB) é uma instituição nacional permanente e regular, organizada com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e dentro dos limites da lei. Compreende suas organizações militares, suas instalações, seus equipamentos e seu pessoal em serviço ativo ou na reserva. 1.4.2 A Força Terrestre, instrumento de ação do Exército Brasileiro, inclui todos os elementos do EB, organizados por módulos de combate, com base em capacidades, a partir dos fatores determinantes: Doutrina, Organização (e/ou processos), Adestramento, Material, Educação, Pessoal e Infraestrutura, com vistas ao emprego nas Operações no Amplo Espectro. 1.4.3 A Doutrina Militar Terrestre contempla o emprego dos elementos da F Ter como componente das FA, que constituem elemento essencial da Defesa e importante instrumento da ação do Estado. 1.4.4 As mudanças experimentadas pelas sociedades, com reflexos na forma de fazer política, e o surgimento de nova configuração geopolítica conduzem a horizontes mais incertos e complexos para planejar a Defesa da Pátria, razão de ser das FA. Essas mudanças vêm alterando gradativamente as relações de poder, provocando instabilidades e incertezas e suscitando o aparecimento de conflitos locais e regionais. 1.4.5 Para tal, a F Ter deve ser constituída por homens e mulheres que cultuem princípios, valores morais e intelectuais, e sejam aptos a enfrentar os desafios em um ambiente estratégico complexo, cujos cenários evoluem rapidamente. 1.4.6 Esta Doutrina também reconhece as operações conjuntas como o princípio básico de atuação das FA, o que significa, entre outros aspectos, na necessidade de um profundo conhecimento das capacidades das forças aéreas e navais, assim como do emprego coordenado e integrado de capacidades militares, que embora sejam específicas, opera sob uma estrutura de comando única, com procedimentos e critérios de apoio mútuo comuns, dirigidos a alcançar a máxima eficácia operativa no cumprimento das diversas missões. 1.4.7 Tornou-se comum a inserção de novos atores no Espaço de Batalha, inclusive de atores não estatais com elevado poder de influenciar opiniões e defender interesses de seus patrocinadores. 1.4.8 As forças a serem empregadas devem estar aptas a conduzir Operações no Amplo Espectro, combinando atitudes, simultânea ou sucessivamente, em operações ofensivas, defensivas, de pacificação e de apoio a órgãos governamentais, tudo isso em um ambiente conjunto e interagências e, por vezes, multinacional. 1-2

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1.4.9 Consequentemente, a doutrina há de ser flexível, de forma a adaptar-se fácil e rapidamente às mudanças que venham a ocorrer, em qualquer cenário, para serem obtidos resultados decisivos, tanto em situações de Guerra e de Não Guerra, requerendo que os comandantes em todos os níveis, possuam alto grau de iniciativa e liderança, potencializando a sinergia das forças sob sua responsabilidade.

1.5 CONSEQUÊNCIAS DA DOUTRINA 1.5.1 Da doutrina se derivam: a) as normas e procedimentos que constituirão o objeto das publicações doutrinárias da F Ter; b) as bases para a elaboração dos planos/programas de adestramento das unidades e de instrução das tropas; c) os fundamentos da educação militar que delinearão os planos de ensino nos diversos níveis; d) os critérios para o aperfeiçoamento das estruturas operativas e a determinação de meios com tecnologia adequada; e e) as bases para a formação moral, intelectual e física do combatente.

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CAPÍTULO II CONTEXTO ESTRATÉGICO

2.1 SEGURANÇA E DEFESA NACIONAL 2.1.1 Toda a sociedade necessita de um ambiente estável que permita seu desenvolvimento e prosperidade, proporcionando a cada cidadão expectativas de bem-estar, livres de interferências e ameaças. 2.1.2 Segurança se define, como a condição que permite ao País preservar sua soberania e integridade territorial, promover seus interesses nacionais, livre de pressões e ameaças, e garantir aos cidadãos o exercício de seus direitos e deveres constitucionais.

2.1 SEGURANÇA E DEFESA NACIONAL 2.2 AMEAÇAS E RISCOS 2.3 POLÍTICA NACIONAL DE DEFESA 2.4 ESTRATÉGIA NACIONAL DE DEFESA 2.5 POLÍTICA MILITAR DE DEFESA 2.6 ESTRATÉGIA MILITAR DE DEFESA 2.7 DOUTRINA MILITAR DE DEFESA 2.8 LIVRO BRANCO DE DEFESA 2.9 BASES PARA A TRANSFORMAÇÃO DA DOUTRINA MILITAR TERRESTRE

2.1.3 Defesa Nacional é definida como o conjunto de medidas e ações do Estado, com ênfase na expressão militar do Poder Nacional, para a defesa do território, da soberania e dos interesses nacionais contra ameaças preponderantemente externa, concretas ou potenciais.

2.2 AMEAÇAS E RISCOS 2.2.1 Uma vez atingida à segurança desejável, é preciso analisar fatores que colocam ou podem colocar o País em perigo. Desta análise, extrair-se-á uma lista de ameaças e riscos. 2.2.2 Uma ameaça – concreta (identificável) ou potencial – pode ser definida como a conjunção de atores, estatais ou não, entidades ou forças com intenção e capacidade de realizar ação hostil contra o país e seus interesses nacionais com possibilidades de causar danos à sociedade e ao patrimônio. Ameaças ao país e a seus interesses nacionais também podem ocorrer na forma de eventos não intencionais, naturais ou provocados pelo homem, como por exemplo: catástrofes climáticas, movimentos descontrolados de pessoas, propagação de epidemias, bem como a interrupção de fluxos de recursos vitais. 2.2.3 Distante dos principais focos de tensão, a América do Sul mantém um ambiente de cooperação, apesar de persistir um crônico subdesenvolvimento, com áreas de graves instabilidades, demandas sociais não atendidas e prática comum de ilícitos transnacionais que podem transbordar conflitos em uma região de abundantes recursos naturais, ainda não explorados, motivo de velada cobiça por outros atores globais.

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2.2.4 Já os riscos são definidos como situações de instabilidade cuja incidência sobre a segurança não se considera provável no curto prazo, embora possam vir a se tornar numa ameaça. 2.2.5 Em que pese às expectativas criadas com o desaparecimento dos grandes blocos da guerra fria, a esperança de um mundo em paz segue ameaçada pelo aparecimento de novos conflitos e tensões que oferecem um panorama de riscos e incertezas amplas, e que configuram uma situação internacional certamente complicada. 2.2.6 Resulta particularmente inquietante a possibilidade de proliferação de armas de destruição em massa, bem como dos vetores adequados para seu lançamento. A disseminação global de tecnologia utilizável na produção destas armas torna cada vez mais acessível sua posse por estados subdesenvolvidos e instáveis.

2.3 POLÍTICA NACIONAL DE DEFESA 2.3.1 Após longo período livre de conflitos que tenham afetado diretamente o território e a soberania nacional, a percepção das ameaças para muitos brasileiros está desvanecida. No entanto, é imprudente imaginar que um país com o potencial do Brasil não enfrente antagonismos/cobiças ao perseguir seus legítimos interesses. Um dos propósitos da Política Nacional de Defesa (PND) é sensibilizar todos os segmentos da sociedade brasileira quanto à importância da defesa do País e que esta é um dever de todos os brasileiros. 2.3.2 O planejamento de ações destinadas à Defesa Nacional, a cargo do Estado, tem seu documento condicionante de mais alto nível na PND, que estabelece os Objetivos Nacionais de Defesa. O primeiro deles é a garantia da soberania, do patrimônio nacional e da integridade territorial. Outros objetivos incluem a estruturação de FA com adequadas capacidades organizacionais e operacionais e a criação de condições sociais e econômicas de apoio à Defesa Nacional no Brasil, assim como a contribuição para a paz e a segurança internacionais e a proteção dos interesses brasileiros nos diferentes níveis de projeção externa do País.

2.4 ESTRATÉGIA NACIONAL DE DEFESA 2.4.1 A Estratégia Nacional de Defesa (END) trata da reorganização e reorientação das FA, da organização da Base Industrial de Defesa e da política de composição dos efetivos da Marinha, do Exército e da Aeronáutica. Ao propiciar a execução da PND com uma orientação sistemática e com medidas de implementação, a END contribui para fortalecer o papel cada vez mais importante do Brasil no mundo. 2.4.2 Vem a ser o vínculo entre o conceito e a política de independência nacional, de um lado, e as FA para resguardar essa independência, de outro. Trata de questões políticas e institucionais decisivas para a defesa do País, como os objetivos da sua “grande estratégia” e os meios para fazer com que a Nação participe da defesa. Aborda, também, problemas propriamente militares, derivados da influência desta “grande estratégia” na orientação e nas práticas operacionais das três Forças. 2.4.3 Preconiza dentre os objetivos estratégicos das FA, que o Exército, embora seja empregado de forma progressiva nas crises e na guerra, deve ser constituído por meios modernos e por efetivos muito bem adestrados e que a F Ter deverá manter-se em

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permanente processo de transformação, buscando, desde logo, evoluir da era industrial para a era do conhecimento. Acrescenta em suas diretrizes, que convém organizar as forças em torno de capacidades, não em torno de inimigos específicos e nas ações estratégicas ressalta a necessidade de se promover o aperfeiçoamento da Doutrina de Operações Conjuntas.

2.5 POLÍTICA MILITAR DE DEFESA 2.5.1 A Política Militar de Defesa (PMD), em visão ampla, tem por finalidade orientar os planejamentos estratégicos militares das FA e do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas. A PMD utiliza uma estrutura própria de modelo funcional, cuja aplicação resulta em Objetivos Militares de Defesa e diretrizes para a orientação do preparo e do emprego da capacidade militar requerida para a Defesa Nacional. 2.5.2 Também apresenta uma visão conjuntural, sob o enfoque político-estratégico, nos níveis internacional e nacional. A partir destas análises conjunturais, é projetado um cenário prospectivo para servir de referência ao estudo político-estratégico, destinado ao preparo das FA, diante das necessidades relacionadas com a adequada garantia da inserção internacional brasileira no cenário prospectivo em apreço.

2.6 ESTRATÉGIA MILITAR DE DEFESA 2.6.1 Orienta o planejamento estratégico das FA, bem como os planos operacionais decorrentes, visando à consecução dos objetivos estabelecidos na PMD. 2.6.2 É a base para o planejamento estratégico das FA, evidenciando fundamentos que afetam o preparo e emprego dessas Forças, quais sejam: a) concepção estratégico-militar que moldam o emprego da F Ter; b) prioridade de elaboração dos planos de emprego; c) indicações de capacidades das Forças; e d) ações estratégicas para alcançar tais capacidades.

Fig 2-1 Base Legal

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2.7 DOUTRINA MILITAR DE DEFESA 2.7.1 Estabelece os fundamentos doutrinários, que visam ao emprego de forças militares na defesa da Pátria e em outras missões previstas na Constituição Federal, nas leis complementares e em outros diplomas legais. 2.7.2 Também tem o propósito adicional de prover entendimentos comuns às FA, propiciando condições para um eficaz emprego conjunto.

2.8 LIVRO BRANCO DE DEFESA 2.8.1 O Livro Branco de Defesa Nacional soma-se à END e à PND como documento esclarecedor sobre as atividades de defesa do Brasil. Aporta transparência interna e externa aos critérios de emprego de nossas FA. 2.8.2 Vem a ser um estímulo à discussão sobre a temática de defesa no âmbito do Parlamento, da burocracia federal, da academia, e da sociedade brasileira em geral, servindo, igualmente, de mecanismo de prestação de contas sobre a adequação da estrutura de defesa hoje existente aos objetivos traçados pelo poder público. 2.8.3 Objetiva o fortalecimento da cooperação entre os países da América do Sul e busca demonstrar para os países de fora da região que a nossa defesa possui caráter essencialmente dissuasório e está organizada para evitar que o Brasil sofra ameaças.

2.9 BASES PARA A TRANSFORMAÇÃO DA DOUTRINA MILITAR TERRESTRE 2.9.1 Destina-se a orientar a introdução de fundamentos, concepções e conceitos doutrinários com vistas à incorporação, na F Ter, das capacidades e das competências necessárias ao seu emprego na Era do Conhecimento. 2.9.2 Incorpora os conceitos próprios dos conflitos contemporâneos, tais como: espaço de batalha não linear e multidimensional, operações conjuntas, integradas, sincronizadas e simultâneas no amplo espectro e em ambiente interagências, maior proteção individual e coletiva, minimização de danos colaterais sobre as populações e meio ambiente, o caráter difuso das ameaças, a importância da informação, as novas tecnologias, o espaço cibernético, dentre outros.

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Capítulo 1

CAPÍTULO III

PODER MILITAR TERRESTRE

3.1 PODER NACIONAL 3.1.1 Poder Nacional é a capacidade 3.1 PODER NACIONAL que tem o conjunto dos homens e dos meios que constituem a Nação, 3.2 PODER MILITAR TERRESTRE atuando em conformidade com a 3.3 CAPACIDADES vontade nacional, de alcançar e manter 3.4 CAPACIDADES MILITARES TERRESTRES os objetivos nacionais. Manifesta-se em E CAPACIDADES OPERATIVAS cinco expressões: a política, a econômica, a psicossocial, a militar e a científico-tecnológica (Fig 3-1). 3.1.2 O Poder Militar é a Expressão do Poder Nacional constituída de meios predominantemente militares de que dispõe a nação para, sob a direção do Estado, promover, pela dissuasão ou pelo emprego gradual e controlado da força, a conquista dos objetivos nacionais. 3.1.3 Os Poderes Marítimo, Terrestre e Aeroespacial constituem projeções do Poder Nacional. 3.1.4 O Poder Terrestre resulta da integração dos recursos predominantemente terrestres de que dispõe a Nação, no território nacional, quer como instrumento de defesa, quer como fator de desenvolvimento econômico e social, visando a conquistar e a manter os objetivos nacionais.

Fig 3-1 Expressões do Poder Nacional

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3.2 PODER MILITAR TERRESTRE 3.2.1 Os componentes da Expressão Militar do Poder Nacional são o Poder Naval, o Poder Militar Terrestre e o Poder Militar Aeroespacial. 3.2.2 Poder Militar Terrestre é a parte integrante do Poder Terrestre capacitada a atuar militarmente em terra e em certas áreas limitadas de águas interiores, as quais sejam de interesse para as operações terrestres, bem como, em caráter limitado, no espaço aéreo sobrejacente. 3.2.3 Compreende a F Ter, incluídos os meios aéreos e fluviais próprios, suas estruturas de Comando e Controle, logísticas e administrativas, bem como as forças adjudicadas pelos poderes, naval e militar aeroespacial, e outros meios, quando vinculados ao cumprimento da missão do Exército e submetidos a algum tipo de orientação, comando ou controle de autoridade terrestre. 3.2.4 O Poder Militar Terrestre cooperará para o atingimento dos Objetivos Nacionais de Defesa, na medida em que realizará ações para: a) garantir a soberania, o patrimônio nacional e a integridade territorial; b) defender os interesses nacionais e as pessoas, os bens e os recursos brasileiros no exterior; c) contribuir para a preservação da coesão e da unidade nacionais; d) contribuir para a estabilidade regional; e) contribuir para a manutenção da paz e da segurança internacionais; f) intensificar a projeção do Brasil no concerto das nações e sua maior inserção em processos decisórios internacionais; g) manter a F Ter moderna, integrada, adestrada e balanceada, e com crescente profissionalização, em condições de operar de forma conjunta e adequadamente desdobrada no território nacional; e h) estruturar a F Ter em torno das capacidades, dotando-a de pessoal e material compatíveis com os planejamentos estratégicos e operacionais. 3.2.5 O Poder Militar Terrestre deve ser capaz, por ameaça, força ou ocupação, de obter, manter e/ou explorar o controle sobre a terra, recursos e pessoas. Normalmente, solidifica o resultado, mesmo quando não é o instrumento definitivo. Está no cerne das operações militares desencadeadas no amplo espectro dos conflitos e inclui a capacidade de: a) impor a vontade da Nação a um inimigo, pela força se necessário; b) contribuir para influenciar, moldar, prevenir e deter ameaças em um ambiente operacional; c) estabelecer e manter um ambiente seguro e estável, que define as condições para a política e desenvolvimento econômico; d) lidar com as consequências de eventos catastróficos (naturais ou provocados pelo homem); e) restaurar infraestruturas e restabelecer os serviços básicos; e f) apoiar e fornecer uma base a partir da qual forças conjuntas podem obter superioridade aérea e domínios marítimos de um Teatro de Operações. 3.2.6 Contribui para a dissuasão estratégica pela articulação em todo o território nacional e pela disponibilidade de forças com prontidão operativa.

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3.3 CAPACIDADES 3.3.1 Alinhado com a PND e a END e a necessidade premente de desenvolver capacidades completas, o Exército Brasileiro passa a adotar a geração de forças por meio do Planejamento Baseado em Capacidades (PBC). Desse modo, o desenvolvimento de capacidades, orientado pelos diplomas legais brasileiros, é baseado na análise da conjuntura e em cenários prospectivos, com o objetivo de identificar as ameaças concretas e potenciais ao Estado e interesses nacionais. Capacidade é a aptidão requerida a uma força ou organização militar, para que possa cumprir determinada missão ou tarefa. É obtida a partir de um conjunto de sete fatores determinantes, inter-relacionados e indissociáveis: Doutrina, Organização (e/ou processos), Adestramento, Material, Educação, Pessoal e Infraestrutura – que formam o acrônimo DOAMEPI. Para que as unidades atinjam o nível máximo de prontidão operativa, é necessário que possuam as capacidades que lhes são requeridas na sua plenitude. 3.3.2 A geração de capacidades exige o atendimento dos seguintes fatores determinantes (Fig 3-2):

a) Doutrina – este fator é base para os demais, estando materializado nos produtos doutrinários. Por exemplo, a geração de capacidades de uma Unidade inicia-se com a formulação de sua Base Doutrinária, que considera a gama de missões, atividades e tarefas que essa Unidade irá cumprir, em operações.

b) Organização (e Processos) – é expressa por intermédio da Estrutura Organizacional dos elementos de emprego da F Ter. Algumas capacidades são obtidas por processos, com vistas a evitar competências redundantes, quando essas já tenham sido contempladas em outras estruturas.

Fig 3-2 Fatores Determinantes da Geração de Capacidades

c) Adestramento – compreende as atividades de preparo obedecendo a programas e ciclos específicos, incluindo a utilização de simulação em todas as suas modalidades: virtual, construtiva e viva. d) Material – compreende todos os materiais e sistemas para uso na F Ter, acompanhando a evolução de tecnologias de emprego militar e com base na prospecção tecnológica. É expresso pelo Quadro de Distribuição de Material dos elementos de emprego e inclui as necessidades decorrentes da permanência e sustentação das funcionalidades desses materiais e sistemas, durante todo o seu ciclo de vida (permanência no inventário da F Ter). 3-3

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e) Educação – compreende todas as atividades continuadas de capacitação e habilitação, formais e não formais destinadas ao desenvolvimento do integrante da F Ter quanto à sua competência individual requerida. Essa competência deve ser entendida como a capacidade de mobilizar, ao mesmo tempo e de maneira inter-relacionada, conhecimentos, habilidades, atitudes, valores e experiências, para decidir e atuar em situações diversas. Dentre essas competências, ressalta-se o desenvolvimento da Liderança Militar, fator fundamental na geração das capacidades. f) Pessoal – abrange todas as atividades relacionadas aos integrantes da força, nas funcionalidades: plano de carreira, movimentação, dotação e preenchimento de cargos, serviço militar, higidez física, avaliação, valorização profissional e moral. É uma abordagem sistêmica voltada para a geração de capacidades, que considera todas as ações relacionadas com o planejamento, a organização, a direção, o controle e a coordenação das competências necessárias à dimensão humana da Força. g) Infraestrutura – engloba todos os elementos estruturais (instalações físicas, equipamentos e serviços necessários) que dão suporte à utilização e ao preparo dos elementos de emprego, de acordo com a especificidade de cada um e o atendimento a requisitos de exercício funcional. 3.3.3 A F Ter desenvolve capacidades para, atuando integrado às demais Forças ou isoladamente, atender a três requisitos simultaneamente: garantir a defesa do território, projetar poder a fim de assegurar interesses vitais e atender às demandas da política exterior em favor da segurança e da paz internacionais e da integração regional. Tais capacidades implicam na existência de Forças com prontidão para uma resposta imediata, auxiliadas por outras a serem completadas pela mobilização de recursos materiais e humanos. 3.3.4 Em sintonia com as lições aprendidas das guerras contemporâneas e as tendências dos conflitos do futuro, a F Ter desenvolve o seu preparo com base em capacidades, pois estas fornecem as ferramentas necessárias para responder, com efetividade, aos desafios difusos, presentes e futuros. 3.3.5 As novas capacidades consideradas prioritárias para a F Ter na Era do Conhecimento são: a) dissuasão terrestre compatível com o status do país; b) projeção internacional em apoio à política exterior do país; c) atuação no espaço cibernético com liberdade de ação; d) prontidão logística; e) interoperabilidade com as demais Forças Singulares e complementariedade com outros órgãos e agências – operações interagências; f) gestão integrada em todos os níveis; g) efetividade na doutrina militar; h) maior ênfase na dimensão humana; i) fluxo orçamentário adequado; j) produtos de defesa vinculados às capacidades operacionais; e k) gestão sistêmica da informação operacional.

3.4 CAPACIDADES MILITARES TERRESTRES E CAPACIDADES OPERATIVAS

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3.4.1 A capacidade militar é a essência da Defesa Nacional, devido ao seu poder de coerção e efeito dissuasório. 3.4.2 Coerente com o ambiente operacional, o Processo de Transformação do Exército busca dotar a F Ter de novas competências e capacidades, objetivando preparar suas tropas para o cumprimento de missões e tarefas na Era do Conhecimento. A obtenção dessas competências e capacidades é fundamental para que uma Força Terrestre possa atuar em todo o Espectro dos Conflitos, alcançando o efeito dissuasório que devem ter as Forças Armadas de um país. 3.4.3 A Transformação permitirá que o Exército esteja ajustado às necessidades decorrentes das tarefas e missões que deverá executar nas próximas décadas. Para isso, faz-se necessário mapear as novas capacidades requeridas, em um trabalho sustentado por uma doutrina efetiva. A partir do nível político são determinadas quais capacidades são requeridas à F Ter (as Capacidades Militares Terrestres) e, na sequência, são definidas quais Capacidades Operativas são necessárias às forças que serão empregadas – ou a cada Organização Militar – para que possam cumprir as tarefas e missões que lhes cabem. 3.4.4 As Capacidades da F Ter são, na verdade, as Capacidades Militares Terrestres, enquadradas pelo conjunto de capacidades de Defesa do Estado brasileiro. 3.4.5 Definidas as Capacidades Militares Terrestres, com base na análise de cenários e ameaças, missões e base legal, a F Ter trabalha no sentido de identificar as capacidades que não possui e busca soluções para obtê-las, de modo a colocar-se em permanente condição de emprego. 3.4.6 A F Ter ao incorporar capacidades com tecnologia agregada estará inserida definitivamente na Era do Conhecimento. A obtenção dessas capacidades é tanto uma consequência da evolução doutrinária quanto um gerador de necessidades em novas capacidades e, portanto, em novos Produtos Doutrinários. Assim, o Exército Brasileiro busca obter eficácia e efetividade organizacional, com capacidades que lhe permitam realizar Operações no Amplo Espectro – Conceito Operativo do Exército. Essas capacidades ampliam a gama de alternativas disponíveis aos comandantes dos elementos da F Ter, possibilitando instrumentos adequados para emprego oportuno, com poder de combate efetivo e proporcional às ameaças. Este é o requisito fundamental da F Ter da Era do Conhecimento que atua em um ambiente cada vez mais complexo e imprevisível, permeado por novos atores.

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Capítulo 1

CAPÍTULO IV

O CONFLITO E O AMBIENTE OPERACIONAL

4.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS 4.1.1 As relações internacionais envolvem, entre outros aspectos, atores e interesses políticos, sociais e econômicos. Os mecanismos de interação entre os Estados ou grupos politicamente organizados variam segundo a convergência ou a divergência de tais interesses.

4.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS 4.2 O ESPECTRO DOS CONFLITOS 4.3 DIREITO INTERNACIONAL DOS CONFLITOS ARMADOS (DICA) 4.4 PRINCIPIOS BÁSICOS DO DICA 4.5 AS OPERAÇÕES NO AMPLO ESPECTRO 4.6 O AMBIENTE OPERACIONAL

4.1.2 Quando prepondera a cooperação entre esses, as relações transcorrem de forma construtiva; mas, em caso de divergências, instala-se um ambiente de pressão, podendo chegar à crise e evoluir para uma situação de conflito armado ou guerra. 4.1.3 Nesse contexto, as operações das forças terrestres se desenvolvem permeadas por fatores que conformam sua natureza e a maneira particular de levá-las a cabo. Compreender, em toda a sua complexidade, as condicionantes nas quais essas operações são executadas é essencial para se alcançar o êxito. 4.1.4 Os riscos e as ameaças que as forças terrestres podem enfrentar são de natureza difusa e de difícil previsão. Será habitual que o cenário de atuação tenha um caráter conjunto, multinacional e com a presença de organizações civis de variadas matizes, e que as ações ocorram em meio à população e com a presença da mídia. Tudo isso, condiciona a forma de atuação e emprego da F Ter.

4.2 O ESPECTRO DOS CONFLITOS 4.2.1 O Espectro dos Conflitos representa uma escala na qual se visualizam os diferentes graus de violência politicamente motivada (Fig 4-1). Abrange desde a Paz Estável, em um extremo, até a situação de Guerra, no outro. Ao longo desse espectro, a Paz Instável é a situação na qual ocorre violência localizada e limitada, que não comprometa a segurança do Estado como um todo; e a Crise, caracterizada por grave ameaça ao Estado cujo nível de violência não implique no envolvimento de toda a capacidade militar da Nação (contingência limitada).

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Fig 4-1 O Espectro dos Conflitos

4.2.2 A Expressão Militar do Poder Nacional é empregada atendendo às determinações do Poder Político, em nível de engajamento adequado à situação vivenciada no Espectro dos Conflitos. Esses níveis incluem a Prevenção de Ameaças, o Gerenciamento de Crises e a Solução de Conflitos Armados. Nestes últimos, as FA realizam Operações de Guerra; nos demais, são empregadas no contexto das Operações de Não Guerra. 4.2.3 O emprego da negociação e da força varia ao longo do Espectro. Mesmo quando ocorre o máximo emprego da violência na situação de conflito armado/guerra, mantêm-se as possibilidades de negociação, buscando o restabelecimento da paz, Estado Final Desejado. 4.2.4 A guerra é o conflito no seu grau máximo de violência. Em função da magnitude do conflito, pode implicar a mobilização de todo o Poder Nacional, com predominância da expressão militar, para impor a vontade de um ator ao outro. No sentido clássico, caracteriza um conflito, normalmente entre Estados, envolvendo o emprego de suas forças armadas. Desencadeia-se de forma declarada e de acordo com o Direito Internacional. 4.2.5 O conflito armado é amplamente entendido como um recurso utilizado por grupos politicamente organizados que empregam a violência armada para solucionar controvérsias ou impor sua vontade a outrem. É o resultado final indesejável de uma crise, significando que a manobra de crise não obteve sucesso. 4.2.6 As expressões guerra e conflito armado diferenciam-se apenas na perspectiva jurídica, segundo a qual a guerra entre Estados, de acordo com leis internacionais, condiciona-se a certos requisitos. Entre eles figuram o estabelecimento da neutralidade de países e a necessidade de declaração formal de guerra. Uma vez que as guerras atuais têm ocorrido sem atender a esses requisitos, a expressão guerra vê-se limitada em seu emprego.

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4.3 DIREITO INTERNACIONAL DOS CONFLITOS ARMADOS (DICA) 4.3.1 As constantes transformações do mundo conduzem análises das fronteiras internacionais sobre novas e diferentes óticas de integração política, social, cultural, econômica e de defesa, acarretando alterações no padrão de relacionamento dos povos. Inserido nesse contexto, o Direito Internacional é cada vez mais utilizado como forma de regulamentação de comportamento, seja em tempo de paz ou de guerra. 4.3.2 Com a adoção desse conceito, os Estados procuram celebrar acordos internacionais, visando a minimizar os efeitos decorrentes dos conflitos armados, de forma a regulamentar e aprimorar a lei dos usos e costumes de guerra. 4.3.3 Esse conjunto de regras e normas permitiu o surgimento de um ramo específico do Direito Internacional Público, o Direito Internacional Humanitário (DIH), também chamado de Direito de Guerra ou DICA. 4.3.4 Doutrina no âmbito do MD normatiza a difusão, estudo e consulta para as FA, nas situações previstas de planejamento e emprego conjunto ou singular dos Comandos Operacionais ativados, nas diversas situações de conflitos armados internacionais e não internacionais, e também em outras atividades inerentes ao emprego constitucional das FA, no que se refere ao DICA.

4.4 PRINCÍPIOS BÁSICOS DO DICA 4.4.1 Para cumprir essa finalidade, será fundamental observar a filosofia dos princípios básicos, que norteiam a aplicação desse ramo do Direito (Fig 4-2). São princípios básicos de DICA: a) Distinção – distinguir o combatente e não combatente. O não combatente é protegido contra os ataques. Também, distinguir bens de caráter civil e objetivos militares. Os bens de caráter civil não devem ser objetos de ataques ou represálias. b) Limitação – o direito das Partes beligerantes na escolha dos meios para causar danos ao inimigo não é ilimitado, sendo imperiosa a exclusão de meios e métodos que levem ao sofrimento desnecessário e a danos supérfluos. c) Proporcionalidade – a utilização dos meios e métodos de guerra deve ser proporcional à vantagem militar concreta e direta. Nenhum alvo, mesmo que militar, deve ser atacado se os prejuízos e sofrimento forem maiores que os ganhos militares que se espera da ação. d) Necessidade Militar – em todo conflito armado, o uso da força deve corresponder à vantagem militar que se pretende obter. As necessidades militares não justificam condutas desumanas, tampouco atividades que sejam proibidas pelo DICA. e) Humanidade – o princípio da humanidade proíbe que se provoque sofrimento às pessoas e destruição de propriedades, se tais atos não forem necessários para obrigar o inimigo a se render. Por isso, são proibidos ataques exclusivamente contra civis, o que não impede que, ocasionalmente, algumas vítimas civis sofram danos; mas todas as precauções devem ser tomadas para mitigá-los.

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Fig 4-2 Princípios Básicos do DICA

4.5 AS OPERAÇÕES NO AMPLO ESPECTRO 4.5.1 É o Conceito Operativo do Exército, que interpreta a atuação dos elementos da F Ter para obter e manter resultados decisivos nas operações, mediante a combinação de Operações Ofensivas, Defensivas, de Pacificação e de Apoio a Órgãos Governamentais, simultânea ou sucessivamente, prevenindo ameaças, gerenciando crises e solucionando conflitos armados, em situações de Guerra e de Não Guerra (Fig 4-3). Requer que comandantes em todos os níveis possuam alto grau de iniciativa e liderança, potencializando a sinergia das forças sob sua responsabilidade.

Fig 4-3 Combinação de Atitudes nas Operações no Amplo Espectro

4.5.2 As Operações no Amplo Espectro podem ser desenvolvidas em áreas geográficas lineares ou não, de forma contígua ou não, buscando contemplar as diversas missões e tarefas que envolvem o emprego de meios terrestres. Essas missões e tarefas orientam quanto às capacidades necessárias à Força. Com base nessas capacidades, a composição de meios deve ser flexível, modular, permitindo adaptação às mudanças do ambiente e com sustentabilidade garantida por meios logísticos dimensionados na medida certa. Um acurado Exame de Situação orienta a melhor forma de dispor as forças, que podem combinar atitudes e tipos distintos de operações.

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4.6 O AMBIENTE OPERACIONAL 4.6.1 As recentes e sucessivas mudanças em todos os campos do poder têm produzido significativos reflexos no modo de operar das forças militares. Para melhor caracterizar esses reflexos, é importante destacar alguns fatores que afetam os conflitos armados da Era do Conhecimento. 4.6.1.1 A Dimensão Humana 4.6.1.1.1 As sociedades tornaram-se mais conscientes quanto ao custo da alternativa bélica na solução dos conflitos – tanto em vidas humanas, quanto em recursos de toda ordem. Aspectos relacionados à dimensão humana (atividades, ações, comportamentos e peculiaridades de indivíduos ou grupos humanos) têm conduzido a significativas mudanças na atuação do combatente e na forma de lidar com a população das áreas conflagradas, com reflexos não só no armamento e equipamento empregados, mas também na natureza e no adestramento da tropa empregada. 4.6.1.2 O Combate em Áreas Humanizadas 4.6.1.2.1 O ambiente operacional tornou-se congestionado, uma vez que as operações tendem a ser desenvolvidas prevalentemente em áreas humanizadas ou no seu entorno. A presença da população e de uma miríade de outros atores dificulta a identificação dos contendores e aumenta a possibilidade de danos colaterais decorrentes das operações militares. Isso não quer dizer que a letalidade de um exército deva ser reduzida, mas que ela deve ser seletiva e efetiva. Somado aos aspectos da dimensão humana, esse fator impôs que as “Considerações Civis” assumissem a condição de fator preponderante para a tomada de decisão em todos os níveis de planejamento e condução das operações. 4.6.1.3 A Importância das Informações 4.6.1.3.1 A informação é o componente primordial da Era do Conhecimento. A produção, a obtenção, a disseminação e o emprego de informações relevantes, seletivas e oportunas – e com credibilidade – têm relação direta com a qualidade do processo decisório. São ações imprescindíveis no Espaço de Batalha, desempenhadas com suporte de Tecnologias da Informação e Comunicações (TIC). É igualmente importante reconhecer a influência da informação sobre o comportamento do conjunto de atores que participam da dinâmica dos conflitos: a mídia; os civis não combatentes, os grupos e organizações presentes em áreas conflagradas; o público de massa – nacional e internacional – e os dirigentes e líderes em todos os níveis. 4.6.1.3.2 A Visibilidade Imposta pela Mídia – a atuação da mídia, a facilidade de acesso a novas tecnologias, a socialização da Internet e o aparecimento das redes sociais disponibilizam, a qualquer cidadão, informações que antes eram reservadas aos Estados. Os diversos atores, estatais ou não, conduzem suas atividades com o entendimento de que elas poderão ser gravadas e difundidas ao “público global” instantaneamente. Assim, toda ação ou atividade militar pode ser potencialmente “capturada” em imagens digitais, e – o mais importante – essas imagens, em alguns casos, podem ser manipuladas por atores com interesses contrários, cada qual buscando controlar a “narrativa”. Essa visibilidade imposta pelas mídias sociais e tradicionais torna-se, portanto, uma consideração fundamental para o emprego de forças de Defesa. 4.6.1.3.3 A Opinião Pública e a Necessidade de Comunicar – Em uma sociedade cada vez mais dependente da informação, a percepção que a população tem da realidade é de suma importância. Controlar a “narrativa” é não apenas comunicar bem, mas comunicar primeiro. Dessa constatação, decorrem duas outras. A primeira: a prioridade que a Defesa

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receberá na distribuição de recursos orçamentário é definida a partir da percepção que a sociedade tem quanto a ameaças reais e potenciais. No caso brasileiro, a atual percepção da população sobre as questões que afligem a sociedade leva à redução do peso dos assuntos militares na agenda política. A segunda constatação: nas situações para as quais a sociedade aceita a solução pela via militar, ela espera que a atuação aconteça de forma seletiva, gradual, proporcional e que tenha curta duração. O emprego excessivo de força passou a ser inaceitável. Perder o controle da narrativa pode levar a sérias restrições à liberdade de ação e até mesmo impor a derrota no Espaço de Batalha. É o tratamento a ser dado a essas e outras questões – a comunicação com as sociedades nacional e global – que determinará a narrativa dominante. A importância da opinião pública, portanto, transforma-a em um dos objetivos estratégicos a ser conquistado em qualquer situação de emprego de um exército. 4.6.1.4 O Caráter Difuso das Ameaças 4.6.1.4.1 Nas últimas décadas, apesar da ocorrência de conflitos bélicos com o empenho de numerosos efetivos, a declaração formal de guerra entre Estados deixou de ser a regra. Em um ambiente de incertezas, passou a ser mais difícil a identificação do adversário dominante, regular ou não. 4.6.1.4.2 A crescente proeminência de grupos transnacionais ou insurgentes, com ou sem apoio político e material de países, ampliou o caráter difuso das ameaças a serem enfrentadas com o emprego de forças de Defesa. 4.6.1.5 O Ambiente Interagências 4.6.1.5.1 Na Era do Conhecimento, tornou-se comum a inserção de novos atores no Espaço de Batalha, inclusive de atores não estatais com elevado poder de influenciar opiniões e defender interesses de seus patrocinadores. São exemplos as organizações governamentais e não governamentais, as agências supranacionais de organismos internacionais e as já mencionadas mídias tradicionais e sociais. Muitos desses atores utilizam o denominado “espaço humanitário”, parte indissociável das áreas conflagradas. 4.6.1.5.2 A ação coordenada entre as forças militares e esses atores na defesa de interesses legítimos é a chave do sucesso. Portanto, pode-se depreender que as operações militares da Era do Conhecimento têm como traço comum o ambiente interagências, que pode interferir favoravelmente no seu curso. Atuar nesse ambiente operacional exige efetivos militares com mentalidade, linguagem e estruturas adequadas ao relacionamento com essa diversidade de agências. 4.6.1.6 As Novas Tecnologias e sua Proliferação 4.6.1.6.1 Quando aplicados às funcionalidades de combate, os novos recursos tecnológicos acessíveis à sociedade passaram a exercer influência direta no planejamento e na condução das operações militares. 4.6.1.6.2 Dessa realidade, decorrem: o surgimento de novos sistemas e plataformas militares com alta tecnologia agregada; a ampliação da vulnerabilidade tecnológica de sistemas vitais para as forças armadas; a facilidade de permanente acompanhamento e o maior poder de influência dos diversos atores sobre as operações em curso; e a facilidade de acesso à tecnologia por atores aparentemente mais fracos, fatores que os tornam ameaças a considerar. São exemplos de sistemas que alteram significativamente as capacidades militares: a Geoinformação, os Sistemas de Aeronaves Remotamente Pilotadas (SARP), o Sistema de Informação Logística (SI Log), os sistemas de Mísseis e Foguetes, os sistemas de Monitoramento e Sensores, os sistemas de proteção veicular ativa e passiva, entre outros. 4-6

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4.6.1.7 O Espaço Cibernético 4.6.1.7.1 Além dos setores, nuclear e aeroespacial, a revolução tecnológica elevou o Espaço Cibernético (Cyberspace) à condição de uma nova dimensão nos assuntos de Defesa. Surgiu assim um novo vetor de combate, com efetividade decisiva, utilizando a Tecnologia da Informação. 4.6.1.7.2 As ações conduzidas nessa dimensão, normalmente, objetivam: proteger os próprios ativos de informação; explorar e atacar redes do oponente, mantendo a capacidade de interferir no desenrolar das operações militares no Espaço de Batalha; bem como afetar as condições de normalidade em uma determinada área ou região, atingindo gravemente o funcionamento de estruturas estratégicas e serviços essenciais destinados à população.

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Capítulo 1

CAPÍTULO V

FUNDAMENTOS DA DOUTRINA DE EMPREGO DA FORÇA TERRESTRE

5.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS 5.1.1 No cumprimento de sua destinação constitucional, a F Ter, valendo-se dos elementos do poder de combate terrestre, aplica os princípios de guerra, utiliza táticas, técnicas e procedimentos operativos e participa das estratégias de emprego das FA brasileiras como fundamentos para o seu preparo e emprego.

5.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS 5.2 ESTRATÉGIAS DE EMPREGO 5.3 O EMPREGO DA FORÇA TERRESTRE 5.4 PRINCÍPIOS DE GUERRA 5.5 NÍVEIS DE PLANEJAMENTO 5.6 OS ELEMENTOS DO PODER DE COMBATE TERRESTRE

5.1.2 Portanto, a Estratégia Militar é a arte e a ciência de prever o emprego, preparar, orientar e aplicar o poder militar durante os conflitos, considerados os óbices existentes ou potenciais, visando à consecução ou manutenção dos objetivos fixados pelo nível político. 5.1.3 Os Princípios de Guerra são preceitos filosóficos decorrentes de estudos de campanhas militares ao longo da história e apresentam variações no espaço e no tempo. São pontos de referência que orientam e subsidiam os chefes militares no planejamento e na condução da guerra sem, no entanto, condicionar suas decisões. O comandante, ao planejar e executar uma campanha ou operação, leva em consideração o que preconizam os princípios, interpretando-os e aplicando-os criteriosamente em face da situaçãoproblema, decidindo quais devem evidenciar, em detrimento de outros. 5.1.4 O Poder de Combate Terrestre traduz-se em oito elementos essenciais e indissociáveis, a saber: Liderança, Comando e Controle, Informações, Movimento e Manobra, Inteligência, Fogos, Logística e Proteção. Todos são igualmente importantes no preparo e no emprego dos meios terrestres para o cumprimento de suas missões.

5.2 ESTRATÉGIAS DE EMPREGO 5.2.1 As FA poderão ser empregadas, de forma singular ou conjunta, por meio das estratégias da Ação Independente, Aliança, Defensiva, Dissuasão, Ofensiva, Presença, Projeção de Poder e Resistência. 5.2.2 AÇÃO INDEPENDENTE 5.2.2.1 Caracteriza-se pelo emprego do Poder Nacional, com preponderância da Expressão Militar, independente ou por iniciativa e decisão do governo, quando estiver ameaçada a observância dos fundamentos, objetivos e princípios estipulados na Constituição Federal, com base no princípio da legítima defesa, considerando os interesses vitais nacionais. 5-1

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5.2.3 ALIANÇA 5.2.3.1 Caracteriza-se pelo emprego do Poder Nacional, com preponderância da Expressão Militar, em conjugação com a expressão militar de um ou mais países, constituindo uma aliança ou coalizão de Estados, cujos objetivos e interesses sejam coincidentes. 5.2.4 DEFENSIVA 5.2.4.1 Caracteriza-se por uma atitude temporária adotada deliberadamente ou imposta ante uma ameaça ou agressão, até que se possa retomar a ofensiva. 5.2.5 DISSUASÃO 5.2.5.1 Caracteriza-se pela manutenção de forças militares suficientemente poderosas e prontas para emprego imediato, capazes de desencorajar qualquer agressão militar. 5.2.6 OFENSIVA 5.2.6.1 Caracteriza-se pela iniciativa das operações em relação ao inimigo, tanto concentrando as ações em áreas de interesse quanto desencadeando-as em território inimigo, sem qualquer propósito de anexação deste, mas obtendo vantagens políticas e militares iniciais, visando às futuras negociações de paz. 5.2.7 PRESENÇA 5.2.7.1 Caracteriza-se pela presença militar, no território nacional e suas extensões, com a finalidade de cumprir a destinação constitucional e as atribuições subsidiárias. É efetivada não só pela criteriosa articulação das organizações militares no território, como também preponderantemente pela capacidade de rápido deslocamento para qualquer região do País, quando necessário. 5.2.8 PROJEÇÃO DE PODER 5.2.8.1 Desenvolve-se por meio da participação militar além fronteiras, em situações que possibilitem o respeito internacional ao País, por iniciativa própria ou atendendo a solicitações provenientes de acordos externos, visando a dissuadir potenciais agressores e a apoiar os interesses nacionais relacionados com a manutenção da paz internacional. 5.2.9 RESISTÊNCIA 5.2.9.1 Caracteriza-se pelo desenvolvimento de ações militares em um conflito prolongado, de caráter restrito, na maioria das vezes de baixa intensidade, onde normalmente empregam-se táticas e técnicas de guerrilha.

5.3 O EMPREGO DA FORÇA TERRESTRE 5.3.1 O emprego da F Ter pode ocorrer nas seguintes situações: a) De Guerra – são aquelas que empregam o Poder Nacional, com predominância da Expressão Militar, explorando a plenitude de suas características de violência na defesa da Pátria, no amplo espectro dos conflitos. b) De Não Guerra – quando o Poder Nacional, com predominância da Expressão Militar, for empregado sem implicar em ações de efetivo combate, exceto em circunstâncias especiais, onde o poder de combate é usado de forma limitada, em situação de normalidade institucional ou não, na garantia dos poderes constitucionais, garantia da lei e da ordem, prevenção de ameaças, gerenciamento de crise e na solução de conflitos. 5-2

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5.4 PRINCÍPIOS DE GUERRA 5.4.1 Os princípios adotados por um país não se aplicam necessariamente a outros. Eles variam até mesmo entre FA de um mesmo país, devido às diferentes naturezas dos cenários. 5.4.2 A F Ter pode aplicar os seguintes Princípios de Guerra: Objetivo, Ofensiva, Simplicidade, Surpresa, Segurança, Economia de Forças ou de Meios, Massa, Manobra, Moral, Exploração, Prontidão, Unidade de Comando e Legitimidade. 5.4.3 OBJETIVO 5.4.3.1 Diz respeito ao estabelecimento de objetivos claramente definidos e atingíveis, a fim de se obterem os efeitos desejados. Uma vez fixado o objetivo, deve-se nele perseverar, sem permitir que as circunstâncias da guerra façam perdê-lo de vista. Dirija cada operação militar para um objetivo claramente definido, decisivo e tangível.

5.4.4 OFENSIVA 5.4.4.1 Caracteriza-se por levar a ação bélica ao inimigo, de forma a se obter e manter a iniciativa das ações, estabelecer o ritmo das operações, determinar o curso do combate e, assim, impor sua vontade. A ação ofensiva é necessária para obterem-se resultados decisivos, bem como para manter a liberdade de ação. É inspirada na audácia, fortalecendo o espírito de corpo e motivando o combatente. Pela ofensiva conquiste, mantenha e explore a iniciativa das ações.

5.4.5 SIMPLICIDADE 5.4.5.1 Preconiza a preparação e a execução de ordens e planos com concepções claras e facilmente inteligíveis, a fim de reduzir a possibilidade eventual de equívocos na sua compreensão, sem prejuízo da precisão e da flexibilidade necessárias. Caracteriza-se, também, pelo estabelecimento de uma relação de comando clara, direta e ininterrupta. Prepare planos claros e descomplicados e ordens concisas para garantir seu completo entendimento.

5.4.6 SURPRESA 5.4.6.1 Consiste no emprego de força onde o oponente, em um contexto de tempo e espaço, não esteja preparado ou só perceba a situação quando já não pode apresentar uma reação eficiente. O comandante que obtém o efeito da surpresa poderá alterar a seu favor, de forma decisiva, a correlação das forças em combate. Deverá ser buscada nos níveis estratégico, operacional e tático. Manifesta-se pela originalidade, audácia nas ações, sigilo, inovação tecnológica e, sobretudo, pela velocidade de execução das ações e dissimulação de intenções. Atinja o inimigo num tempo, local ou maneira para os quais ele esteja despreparado.

5.4.7 SEGURANÇA 5.4.7.1 Consiste nas medidas essenciais à liberdade de ação e à preservação do poder de combate necessário ao emprego eficiente da F Ter, tendo por finalidades: negar ao inimigo o uso da surpresa e do monitoramento; impedir que ele interfira de modo decisivo,

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em nossas operações; e restringir-lhe a liberdade de ação nos ataques a pontos sensíveis de nosso território ou de nossas forças. Nunca permita que o inimigo obtenha uma vantagem inesperada.

5.4.8 ECONOMIA DE FORÇAS OU DE MEIOS 5.4.8.1 Caracteriza pelo uso econômico das forças e pela distribuição e emprego judiciosos dos meios disponíveis para a obtenção do esforço máximo nos locais e ocasiões decisivos. Empregue todo o poder de combate disponível, de maneira mais eficaz possível, destine o mínimo indispensável de poder de combate para as ações secundárias. Empregue todo o poder de combate disponível, de maneira mais eficaz possível, destine o mínimo indispensável de poder de combate para as ações secundárias.

5.4.9 MASSA 5.4.9.1 Compreende a concentração de forças para obter a superioridade decisiva sobre o inimigo, com qualidade e eficácia, no momento e local mais favorável às ações que se têm em vista, com capacidade para sustentar esse esforço, enquanto necessário. A aplicação desse princípio permite que forças, numericamente inferiores, obtenham superioridade decisiva no momento e local crítico. 5.4.9.2 Armas com letalidade seletiva com alta tecnologia agregada, aliadas ao crescente emprego de vetores aéreos e Guerra Eletrônica permitem às forças que emassem expressivo poder de combate em um só local e momento, compensando deficiências de efetivo. Neste caso, as forças dotadas desses meios de combate podem obter a massa de efeitos sem que tenha de empregar a massa de forças. Emasse um poder de combate esmagador no momento e local decisivos.

5.4.10 MANOBRA 5.4.10.1 Como um dos elementos do Poder de Combate terrestre, caracteriza-se pela capacidade de movimentar ou dispor forças de forma a colocar o inimigo em desvantagem relativa e, assim, atingir os resultados que, de outra forma, seriam mais custosos em homens e material. Contribui para obter a superioridade, aproveitar o êxito alcançado e preservar a liberdade de ação, bem como para reduzir as próprias vulnerabilidades. A manobra procura destruir a coesão inimiga, por meio de variadas ações localizadas e inesperadas. 5.4.10.2 A rapidez de movimento de forças, com o propósito de assegurar a continuidade da pressão sobre o inimigo, influencia a manobra. A ação ininterrupta da manobra diminui a capacidade de reação do inimigo, reduz a eficácia de suas ações, podendo levá-lo a perder a iniciativa. Coloque o inimigo numa posição desvantajosa, pela aplicação flexível do poder de combate.

5.4.11 MORAL 5.4.11.1 Define o estado de ânimo ou atitude mental de um indivíduo, ou de um grupo de indivíduos, que se reflete na conduta da tropa. Nem sempre força numericamente superior, bem dotada de armamento e adequados recursos logísticos, compensam a carência de moral e a descrença nos objetivos da guerra. A estabilidade e o moral individuais são fundamentados na qualidade da formação, na natureza do indivíduo e 5-4

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determinados por suas reações à disciplina, ao risco, ao adestramento e à liderança. Em um grupo, os estados de espírito individuais são intensificados e o moral torna-se um fator cumulativo que pode variar positiva ou negativamente. A estabilidade do grupo depende da qualidade dos indivíduos que dele participam e de suas reações à ação do comandante. O contínuo aprimoramento e a manutenção de um moral elevado são essenciais ao sucesso na guerra.

5.4.12 EXPLORAÇÃO 5.4.12.1 Caracterizado pela intensificação das ações ofensivas para ampliar o êxito inicial, sempre que for obtido um sucesso estratégico ou tático, ou houver evolução favorável na situação. A aplicação desse princípio dependerá de julgamento com base em informações confiáveis, de consistente experiência e de apreciável grau de controle sobre a situação a fim de evitar o desvio do objetivo perseguido pelo escalão mais alto. 5.4.12.2 A exploração permite tirar vantagem de oportunidades e, consequentemente, empregar as forças em toda extensão de sua capacidade, obtendo efeitos desejados que possam facilitar a consecução do propósito final A exploração permite tirar vantagem de oportunidades e, consequentemente, empregar as forças em toda extensão de sua capacidade, obtendo efeitos desejados que possam facilitar a consecução do propósito final.

5.4.13 PRONTIDÃO 5.4.13.1 É definido como a capacidade de pronto atendimento da Força para fazer face às situações que podem ocorrer em ambiente de combate. A prontidão fundamenta-se na doutrina, organização, adestramento, material, educação, pessoal e infraestruturas, fatores determinantes para a geração das capacidades requeridas a uma Força com prontidão operativa. Com a prontidão, as forças estão providas dos meios essenciais e organizadas para operações de combate. Isso envolve o preparo antes das hostilidades e, continuamente, no decorrer da guerra.

5.4.14 UNIDADE DE COMANDO 5.4.14.1 Caracterizada, primordialmente, pela atribuição da autoridade a uma só pessoa, ou seja, à pessoa do comandante. A aplicação decisiva do poder de combate exige unidade de comando e possibilita a unidade de esforços, pela coordenação de todas as forças e cooperação das agências, de forma integrada, no amplo espectro dos conflitos sobre um objetivo comum. 5.4.14.2 A guerra contemporânea requer o emprego das Forças em operações conjuntas. Assim sendo, a combinação dos meios, a convergência de esforços e a interoperabilidade são essenciais para obtenção do máximo rendimento das forças disponíveis. Para cada operação, a obtenção da unidade de comando e unidade de esforços é condição essencial para o êxito.

5.4.15 LEGITIMIDADE 5.4.15.1 Caracterizado pela necessidade de atuar conforme diplomas legais, mandatos e compromissos assumidos pelo Estado, e o sistema de princípios e valores que alicerçam 5-5

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a Força. Tão importante como o aspecto formal da legitimidade do emprego dos elementos da F Ter, é a percepção que as sociedades, nacional e internacional, e população local da área de operações têm sobre o emprego da Força em determinado conflito. 5.4.15.2 O ambiente operacional contemporâneo, como característica, salienta a busca da legitimidade da causa da guerra, normalmente, com respaldo de Organismos Internacionais, sem, contudo, constituir esse um motivo de impedimento de um Estado ir à guerra, notadamente os principais atores globais. A opinião pública, tanto nacional quanto internacional, está menos propensa a aceitar o emprego da força para a solução de antagonismos entre Estados. As soluções diplomáticas complexas e morosas têm sido a prática. 5.4.15.3 A crescente importância dos assuntos relacionados à Dimensão Humana submete os planejadores e decisores à questão da legitimidade. Ela envolve controlar a narrativa (percepções) e produz reflexos no nível de aceitação que as sociedades (nacional e internacional) atribuem ao argumento de que se faz necessário agir militarmente para a solução de conflitos. Sendo, portanto, um importante fator que pode restringir a liberdade de ação dos comandantes em todos os níveis. A legitimidade para o emprego das forças deve ser constantemente buscada.

5.5 NÍVEIS DE PLANEJAMENTO 5.5.1 A Sistemática de Planejamento de Emprego Conjunto das Forças Armadas (SisPECFA) apresentada na Doutrina de Operações Conjuntas, em seu ciclo completo, contempla: a) no nível político, diretrizes, de responsabilidade do Comandante Supremo (CS); b) no nível estratégico, diretrizes e planos, de responsabilidade do Ministério da Defesa; c) no nível operacional, planos operacionais, de responsabilidade dos Comandos Operacionais ativados; e d) no nível tático, planos táticos e ordens de operações, de responsabilidade das Forças Componentes. 5.5.2 A simultaneidade na execução dos planejamentos operacionais e táticos tem por objetivo intensificar a sinergia entre os níveis (Fig 5-1), possibilitando que os mesmos estejam prontos e em condições de serem testados na situação de normalidade.

Fig 5-1 Níveis de Planejamento

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5.5.3 NÍVEL POLÍTICO 5.5.3.1 Estabelece os objetivos políticos do planejamento, preparo e emprego conjunto das Forças Armadas, orienta e conduz o processo global da conquista ou da manutenção desses objetivos e decide sobre o emprego das FA. 5.5.3.2 É representado pelo Presidente da República (Comandante Supremo das FA), que tem como órgão consultivo o Conselho de Defesa Nacional (CDN). A ele cabe, dentre outras atribuições, o estabelecimento dos objetivos políticos do conflito, a celebração de alianças, a formulação de diretrizes para as ações estratégicas de cada expressão do Poder Nacional, a observância do direito internacional e dos acordos existentes, e a definição das limitações ao emprego dos meios militares e ao uso do espaço geográfico. 5.5.3.3 As decisões e diretrizes emanadas desse nível conformam o poder militar em caso de emprego, dão sentido ao trabalho do planejamento estratégico, formulam o conceito político do planejamento e explicitam orientações e condicionantes aos planejamentos decorrentes. Estes itens serão consolidados por meio de uma Diretriz Presidencial de Emprego de Defesa (DPED). 5.5.4 NÍVEL ESTRATÉGICO 5.5.4.1 Os fundamentos do planejamento estratégico-militar são encontrados na legislação e nos documentos de mais alto nível do País, como a Constituição Federal, a Política Nacional de Defesa (PND), a Estratégia Nacional de Defesa (END) e as Leis Complementares que tratam da organização, do preparo e do emprego das Forças Armadas. 5.5.4.2 Transforma as condicionantes e as diretrizes políticas em ações estratégicas, voltadas para os ambientes externo e interno, a serem desenvolvidas, setorialmente pelos diversos ministérios, de maneira coordenada com as ações da expressão militar. Este nível desdobra-se em todas as expressões do Poder Nacional. 5.5.4.3 A “Etapa do Exame de Situação e Planejamento” abrange a produção dos Planos Estratégicos de Emprego Conjunto das Forças Armadas (PEECFA) pelo Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCFA), com a participação de representantes indicados pelas Forças e por outros órgãos governamentais, quando convidados a participar. 5.5.4.4 Os Planos Estratégicos são base para os Comandos Operacionais produzirem os Planos Operacionais, em decorrência dos quais os comandos das forças componentes desenvolvem os respectivos Planos Táticos. 5.5.4.5 O planejamento no nível estratégico deverá identificar, entre outros aspectos: a) os objetivos políticos e estratégicos; b) os centros de gravidade, do ponto de vista estratégico; c) as condicionantes políticas ao planejamento; d) o Estado Final Desejado; e) a Estrutura Militar a ser estabelecida; f) as áreas de responsabilidade dos Comandos Operacionais a serem ativados; g) os meios que poderão ser adjudicados aos Comandos Operacionais; e h) as principais ações estratégicas decorrentes, incluindo aquelas avaliadas como necessárias por segmentos das demais expressões do Poder Nacional. 5.5.5 NÍVEL OPERACIONAL

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5.5.5.1 O Comandante Operacional elabora o planejamento militar da campanha, com base no PEECFA correspondente e demais diretrizes recebidas. Nesse nível, os principais conceitos estratégicos, objetivo e Estado Final Desejado, servem de base para o estabelecimento dos objetivos operacionais e das missões a serem atribuídas às forças componentes, observando a coerência com o Nível Estratégico. 5.5.6 NÍVEL TÁTICO 5.5.6.1 É elaborado o planejamento das forças componentes, a partir do planejamento operacional do Comando Operacional ativado. 5.5.6.2 Empregam-se frações de forças militares, organizadas segundo características e capacidades próprias, para conquistar objetivos ou para cumprir as tarefas que lhe foram atribuídas. Nesse nível, ocorrem enfrentamentos entre forças oponentes e são utilizados procedimentos padronizados e técnicas associadas à especificidade de cada Força, sem prejuízo do grau de interoperabilidade necessário ao sucesso da campanha ou operação como um todo. 5.5.7 Uma vez decidido o emprego da F Ter, o planejamento e a condução das operações processam-se em 03 (três) níveis: estratégico, operacional e tático (Fig 5-2). A divisão estratificada dos níveis de planejamento é útil e necessária à organização de ideias e dos trabalhos, contudo os níveis de planejamento não devem ser entendidos como fases estanques. A relação de tempo e espaço no contexto vivenciado é que determinará aquilo que integra cada nível. NÍVEL

AUTORIDADE

PRINCIPAIS DOCUMENTOS

ESTRATÉGICO

- Ministério da Defesa (MD)

Diretrizes Estratégicas: - Dtz Ministeriais - Dtz do Ch EMCFA - Planos Estratégicos

OPERACIONAL

- Comandos Operacionais (Ativados)

- Dtz de Planejamento Operacional - Planos Operacionais

- Forças Componentes

- Dtz de Planejamentos Táticos - Ordens de Operações - Planos Táticos

TÁTICO

Fig 5-2 Principais Documentos

5.6 OS ELEMENTOS DO PODER DE COMBATE TERRESTRE 5.6.1 Os Elementos do Poder de Combate Terrestre (Fig 5-3) representam a essência das capacidades que a F Ter emprega em situações – sejam de Guerra ou de Não Guerra. Os Elementos do Poder de Combate Terrestre são: Liderança, Informações e as Funções de Combate – Comando e Controle, Movimento e Manobra, Inteligência, Fogos, Logística e Proteção. 5.6.2 LIDERANÇA 5.6.2.1 É definida como uma competência individual que confere ao indivíduo a capacidade de dirigir e influenciar outros militares, por meio de motivação, objetividade e exemplo. Na atualidade, os ambientes nos quais se desenvolvem as operações terrestres requerem que comandantes e líderes dos elementos da F Ter sejam extremamente adaptáveis, capazes de empregar com eficácia as competências relacionadas ao 5-8

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pensamento crítico e à criatividade. Ao mesmo tempo, essa adaptabilidade e o domínio das competências citadas só lhes serão úteis se eles forem capazes de transmiti r com clareza e em tempo hábil sua intenção e diretrizes aos subordinados. Comandantes competentes, informados e dotados de iniciativa e coragem física e moral são capazes de extrair o melhor resultado do pessoal e dos sistemas de combate colocados sob seu comando.

Fig 5-3 Elementos do Poder de Combate Terrestre

5.6.3 INFORMAÇÕES 5.6.3.1 São definidas como representações inteligíveis de objetos, estados e acontecimentos nos domínios real, virtual e subjetivo. Elas integram processos para a construção do conhecimento, o que promove a compreensão atualizada do Espaço de Batalha1. As informações disponíveis não só determinam a amplitude e a exatidão da Consciência Situacional subjacente ao processo decisório, como também interferem no rendimento das forças empregadas e de seus respectivos sistemas de armas – progressivamente mais dependentes da Tecnologia de Informação e Comunicações (TIC) – para que tenham efetividade. 5.6.4 COMANDO E CONTROLE 5.6.4.1 Conjunto de atividades, tarefas e sistemas inter-relacionados que permitem aos comandantes o exercício da autoridade e a direção das ações. A função mescla a arte do comando com a ciência do controle. Todas as demais funções de combate são integradas por meio de atividades da Função de Combate Comando e Controle. 1

O Espaço de Batalha é a dimensão física e virtual onde ocorrem e repercutem os combates, abrangendo as expressões política, econômica, militar, científico-tecnológica e psicossocial do poder, que interagem entre si e entre os beligerantes. Compreende todas as dimensões, tangíveis e intangíveis, nas quais o comandante deve aplicar o seu Poder de Combate. O Campo de Batalha está incluído no Espaço de Batalha.

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5.6.5 MOVIMENTO E MANOBRA 5.6.5.1 Conjunto de atividades, tarefas e sistemas inter-relacionados, empregados para deslocar forças, de modo a posicioná-las em situação de vantagem em relação às ameaças. Movimento é o deslocamento ordenado de forças visando ao cumprimento de uma missão, em condições nas quais não se prevê interferência do oponente. Manobra é o deslocamento de uma tropa que esteja em contato ou que tenha a previsão de contato com uma força oponente. 5.6.6 INTELIGÊNCIA 5.6.6.1 Conjunto de atividades, tarefas e sistemas inter-relacionados empregados para assegurar a compreensão sobre o ambiente operacional, as ameaças, os oponentes (atuais e potenciais), o terreno e as Considerações Civis. Com base nas diretrizes do comandante, executa as tarefas associadas às operações de Inteligência, Reconhecimento, Vigilância e Aquisição de Alvos (Busca de Alvos). 5.6.7 FOGOS 5.6.7.1 Conjunto de atividades, tarefas e sistemas inter-relacionados que permite o emprego coletivo e coordenado de fogos cinéticos orgânicos da Força ou conjuntos, integrados pelo processo de planejamento e coordenação de fogos. 5.6.8 LOGÍSTICA 5.6.8.1 Conjunto de atividades, tarefas e sistemas inter-relacionados para prover apoio e serviços, de modo a assegurar a liberdade de ação e proporcionar amplitude de alcance e de duração às operações. Engloba as Áreas Funcionais de apoio ao material, apoio ao pessoal e apoio de saúde. 5.6.9 PROTEÇÃO 5.6.9.1 Conjunto de atividades, tarefas e sistemas inter-relacionados empregados na preservação da força, permitindo que os comandantes disponham do máximo poder de combate para emprego. As tarefas permitem identificar, prevenir e mitigar ameaças às forças e aos meios vitais para as operações, de modo a preservar o Poder de Combate e a liberdade de ação. Permitem, também, preservar populações civis.

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CAPÍTULO VI ORGANIZAÇÃO DOS ELEMENTOS DA FORÇA TERRESTRE

6.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS 6.1.1 Em função da diversidade de emprego dos elementos da F Ter, considerando as circunstâncias e as condicionantes atuais, não existe uma organização básica que atenda a todas as situações.

6.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS 6.2 AS ARMAS, QUADROS E SERVIÇOS 6.3 ESTRUTURAS ORGANIZACIONAIS 6.4 ORGANIZAÇÕES OPERATIVAS 6.5 CARACTERÍSTICAS DOS ELEMENTOS DE EMPREGO DA FORÇA TERRESTRE

6.1.2 Em um ambiente operacional de demandas multifacetadas, que requer inúmeras especialidades, a F Ter deve buscar o desenvolvimento de capacidades, priorizando a geração de módulos sustentáveis com capacidades completas (DOAMEPI), com todas as funcionalidades de combate, e de acordo com as demandas das áreas estratégicas e interesses nacionais. 6.1.3 As unidades abrangidas pela estrutura organizacional da F Ter são constituídas com base nas Armas, Quadros e Serviços. Nesta publicação, serão abordadas aquelas unidades e capacidades que participam diretamente das operações militares.

6.2 AS ARMAS, QUADROS E SERVIÇOS 6.2.1 GENERALIDADES 6.2.1.1 As Armas, Quadros e Serviços são conjuntos de pessoal e meios organizados em unidades de acordo com as suas funcionalidades, que desenvolvem atividades específicas nas operações. Ao longo do tempo, respondem à especialização imposta pela evolução dos meios, processos e procedimentos, o que requer novas competências individuais e capacidades operativas para cumprir sua missão. 6.2.1.2 Nas Armas, são reunidos os combatentes por excelência, a atividade-fim da profissão. Os Quadros contemplam militares que, de origem diversa, aglutinam-se dentro desses conjuntos com uma finalidade geral própria. Os Serviços que, como o termo indica, exerce uma atividade de apoio bem definida, normalmente de cunho logístico ou administrativo. 6.2.1.3 No âmbito da F Ter, as Armas dividem-se em dois grupos: as Armas-Base (Infantaria e Cavalaria) e as Armas de Apoio ao Combate (Artilharia, Engenharia e Comunicações) e os Quadros e Serviços: Quadro de Material Bélico, e os Serviços de Intendência, Saúde, Veterinária e Assistência Religiosa. 6.2.1.4 Depositárias das tradições, as Armas, Quadros e Serviços conferem identidade e espírito de corpo aos seus integrantes e distinguem-se por suas características peculiares de emprego. Possuem capacidades operativas específicas, que, organizadas por módulos de combate, contribuem para o desenvolvimento das operações, por meio da

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sinergia interarmas e sincronização de suas ações na linha do tempo, potencializando o poder de combate dos elementos da F Ter. 6.2.2 INFANTARIA 6.2.2.1 A missão básica da Infantaria, no ataque, é cerrar sobre o inimigo a fim de destruílo ou capturá-lo, utilizando o fogo, o movimento e a ação de choque. Na defensiva, consiste em manter o terreno, detendo e repelindo o ataque inimigo por meio do fogo e do combate aproximado, ou destruindo-o pelo contra-ataque. 6.2.2.2 A característica essencial da Infantaria é sua aptidão para combater desembarcado, em todos os tipos de terreno e sob quaisquer condições meteorológicas, conjugada à capacidade de deslocar-se e de combater utilizando quaisquer meios de transporte que lhe sejam proporcionados (Fig 6-1). Quando dotada de meios de transporte adequados, pode realizar operações ribeirinhas, aeroterrestres ou aeromóveis. 6.2.2.3 A mobilidade da Infantaria é consideravelmente aumentada com o emprego de meios aéreos. Seu emprego em operações aeroterrestres ou aeromóveis amplia seu raio de ação e a transforma em elemento decisivo no combate em profundidade. Participa da Função de Combate Movimento e Manobra, por ser apta a posicionar-se em situação de vantagem em relação ao oponente. 6.2.2.4 A Infantaria mecanizada em função de sua mobilidade tática, potência de fogo, proteção blindada e ação de choque relativa, pode executar operações continuadas: ofensivas e defensivas; realizar manobras de desbordamento de grande amplitude, limitadas às condições do terreno, buscando atuar à retaguarda do inimigo; participar de operações de aproveitamento do êxito e perseguição; operar em condições de visibilidade reduzida e/ou sob condições meteorológicas adversas; integrar forças conjuntas em operações anfíbias; participar de Operações de Pacificação e de Apoio a Órgãos Governamentais. Permite ações rápidas em locais previamente escolhidos, para desequilibrar o combate em virtude das seguintes características: emprego da plataforma veicular blindada; armamento com alta letalidade e precisão; e comunicações eficazes e interativas.

Fig 6-1 Infantaria: de Selva, de Montanha e Paraquedista

6.2.3 CAVALARIA 6.2.3.1 As características básicas da Cavalaria são definidas pela conjugação harmônica das peculiaridades de seus elementos blindados e mecanizados: mobilidade tática, potência de fogo, proteção blindada, ação de choque e sistema de comunicações amplo e flexível. Em decorrência dessas peculiaridades, resultam as características de emprego da arma: flexibilidade, capacidade de manobra, capacidade de combater, de durar na ação, de informar e de cobrir-se (Fig 6-2). 6.2.3.2 A Cavalaria mecanizada constitui elemento móvel e potente, capaz de conduzir ações de Reconhecimento, de Vigilância e de Segurança. 6-2

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6.2.3.3 A Cavalaria blindada constitui importante elemento de decisão, sendo particularmente apta para as ações ofensivas que exijam elevado poder de choque e para as ações dinâmicas de defesa decisivas. Participa da Função de Combate Movimento e Manobra, por ser apta a posicionar-se em situação de vantagem em relação ao oponente.

Fig 6-2 Cavalaria: Mecanizada e Blindada

6.2.4 ARTILHARIA 6.2.4.1 Tem por missão apoiar as armas-base pelo fogo, destruindo ou neutralizando os alvos que ameacem o êxito da operação. Suas principais características são a precisão e a rapidez, para destruir ou neutralizar as instalações, os equipamentos e as tropas inimigas localizadas em profundidade no campo de batalha. 6.2.4.2 A Artilharia de Campanha é o principal meio de apoio de fogo da F Ter. Suas unidades e subunidades podem ser dotadas de morteiros, obuseiros, e lançadores de mísseis e/ou foguetes. Os Sistemas de Mísseis e Foguetes complementam o apoio de fogo prestado pela artilharia de tubo, executando fogos de aprofundamento do combate, bem como realizando fogos em apoio às operações conjuntas. A Artilharia de Campanha participa da Função de Combate Fogos, apoiando o Movimento e a Manobra (Fig 6-3). 6.2.4.3 A artilharia antiaérea, componente terrestre da defesa aeroespacial ativada, realiza a defesa antiaérea de forças, instalações ou áreas. A Artilharia Antiaérea participa da Função de Combate Proteção, ao preservar a F Ter, quer seja o homem, as organizações ou as estruturas estratégicas (Fig 6-3).

Fig 6-3 Artilharia: de Campanha e Antiaérea

6.2.5 ENGENHARIA 6.2.5.1 A Engenharia tem como missão principal apoiar, com as vertentes de combate e construção, os elementos de emprego da F Ter nas operações desencadeadas no amplo espectro dos conflitos. Participa das Funções de Combate: Movimento e Manobra, proporcionando mobilidade às armas-base e contramobilidade ao inimigo; Proteção, aos órgãos e estruturas de combate; Logística, em diversas atividades; dentre outras. 6.2.5.2 A Engenharia é importante vetor na prevenção de ameaças, no gerenciamento de crises e/ou na solução dos conflitos armados (Fig 6-4). A vertente de combate, a Engenharia apoia as operações terrestres, no lançamento e destruição de pontes, minas 6-3

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e obstáculos, trabalhos de fortificação de campanha, apoiando a transposição de rios obstáculos e outros. Na vertente de Construção colabora com o desenvolvimento nacional, em tempo de paz, construindo e reparando estradas, ferrovias, pontes, açudes, barragens, poços artesianos, dentre outras obras. 6.2.5.3 A Engenharia é instrumento imprescindível na estabilização das condições de bem estar da população.

Fig 6-4 Engenharia: de Combate e de Construção

6.2.6 COMUNICAÇÕES 6.2.6.1 As Comunicações – a Arma do Comando – proporcionam as ligações necessárias entre os elementos da F Ter, antes, durante e após as operações (Fig 6-5). Além disso, atua no controle do espectro eletromagnético, por meio das atividades de Guerra Eletrônica, para impedir ou dificultar as comunicações do inimigo, facilitar as próprias comunicações e obter informações. 6.2.6.2 Atuam no espaço cibernético conduzindo ações para: proteger os próprios ativos de informação; explorar e atacar redes do oponente, mantendo a capacidade de interferir no desenrolar das operações militares no Espaço de Batalha; bem como afetar as condições de normalidade em uma determinada área ou região, atingindo o funcionamento de estruturas estratégicas e serviços essenciais destinados à população. 6.2.6.3 As Comunicações constituem importante componente da Função de Combate Comando e Controle, viabilizando o exercício da autoridade pelos comandantes de todos os elementos da F Ter. Propiciam a integração das demais Funções de Combate por meio dos seus sistemas de Tecnologia da Informação e Comunicações (TIC).

Fig 6-5 Comunicações (Material)

6.2.7 QUADRO DE MATERIAL BÉLICO 6.2.7.1 O Quadro de Material Bélico executa as atividades e tarefas da Função de Combate Logística, referentes aos Grupos Funcionais Suprimento (Classes III, V e IX), Manutenção (material bélico, principalmente, armamentos, viaturas e aeronaves), Transporte e Salvamento (Fig 6-6). 6-4

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Fig 6-6 Quadro de Material Bélico

6.2.8 SERVIÇO DE INTENDÊNCIA 6.2.8.1 O Serviço de Intendência executa as atividades e tarefas da Função de Combate Logística, referentes aos Grupos Funcionais Suprimento (Classes I, II e X), Transporte e Recursos Humanos (Fig 6-7). Realiza também as tarefas da atividade Gestão Orçamentária e Financeira, prestando o assessoramento contábil e financeiro aos comandantes em todos os escalões. 6.2.8.2 Em operações, além das atividades comuns ao tempo de paz, o Serviço de Intendência se incumbe também de tarefas afetas ao bem estar do pessoal, como banho, lavanderia, suprimento reembolsável, serviço postal, dentre outros.

Fig 6-7 Serviço de Intendência

6.2.9 SERVIÇO DE SAÚDE 6.2.9.1 O Serviço de Saúde participa da Função de Combate Logística, executando as atividades e tarefas relacionadas à higidez do combatente, preservando suas condições de aptidão física e psíquica, por meio de medidas sanitárias de prevenção, recuperação e evacuação (Fig 6-8). Incumbe-se também da execução das tarefas relacionadas à preservação das condições de higidez dos animais pertencentes à F Ter e o controle sanitário e a inspeção de alimentos. 6.2.9.2 O Serviço de Saúde é o responsável pela coordenação e execução da logística de material de saúde em uso no Exército e pela normatização de técnicas e procedimentos relativos ao Grupo Funcional Saúde.

Fig 6-8 Serviço de Saúde 6-5

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6.3 ESTRUTURAS ORGANIZACIONAIS 6.3.1 GENERALIDADES 6.3.1.1 São constituídas pelas organizações militares, de caráter permanente, fundamentadas em um Quadro de Organização, composto de Base Doutrinária, Quadro de Cargos e Quadro de Dotação de Material, estruturadas para facilitar o desenvolvimento das capacidades para a F Ter. 6.3.1.2 As estruturas organizacionais favorecem a coesão interna, unidade de comando/unidade de esforços; a primeira, mediante o convívio e o adestramento, e a segunda, por meio da confiança nos comandantes e do entendimento mútuo, permitindo ação de comando eficaz no cumprimento da missão em ambiente interagências. 6.3.1.3 Para garantir adequada organização das forças e facilitar a geração de capacidades requeridas, a F Ter classifica operativamente suas organizações militares de emprego em: Elementos de Combate, Elementos de Apoio ao Combate e Elementos de Apoio Logístico. 6.3.2 ELEMENTOS DE COMBATE 6.3.2.1 Um elemento de combate caracteriza-se pela sua capacidade de combinar fogo e movimento, a fim de cerrar sobre o inimigo. Pode receber as missões de: destruir ou neutralizar o inimigo; conquistar, controlar e interditar acidentes capitais do terreno; cobrir ou proteger a força principal; ou obter informações para o escalão em proveito do qual opera. Os elementos de combate empregam os tiros diretos e indiretos e são capacitados para operar em contato direto com o inimigo. 6.3.2.2 Os batalhões de infantaria e os regimentos de cavalaria constituem os elementos básicos para a organização das brigadas. 6.3.2.3 A Brigada, como Grande Unidade (GU), é considerada o módulo básico de emprego da F Ter, contando no mínimo, com elementos de combate, de comando e controle e de logística. Os principais tipos de GU são: leves, médias e pesadas. 6.3.2.3.1 GU Leves – Brigada de Infantaria de Selva, Brigada de Infantaria Leve, Brigada de Infantaria Leve (Aeromóvel), Brigada de Infantaria Leve (Montanha) e Brigada de Infantaria Paraquedista. As GU leves existem em função da necessidade da F Ter dispor de elementos dotados de acentuada flexibilidade e capacidade operativa, em condições de deslocar-se e atuar com rapidez e eficiência em qualquer parte do território nacional e operar no amplo espectro dos conflitos. São as tropas mais aptas à execução de operações de assalto aeromóvel, à realização de ações de Defesa externa em todas as partes do território nacional e, ainda, atuar em Operações de Apoio a Órgãos Governamentais (OAOG). 6.3.2.3.2 GU Médias – Brigada de Infantaria Mecanizada e Brigada de Cavalaria Mecanizada. As GU médias são dotadas de plataformas veiculares de rodas com relativa proteção blindada, sendo vocacionadas para Operações no Amplo Espectro, particularmente na solução de conflitos armados ou guerra. As Brigadas de Cavalaria Mecanizada são as mais aptas para as tarefas de Reconhecimento, Vigilância e Segurança. 6.3.2.3.3 GU Pesadas – são as Brigadas Blindadas, constituídas pelas unidades de regimentos de cavalaria blindados e batalhões de infantaria blindados. Como força potente e altamente móvel, são as GU da F Ter mais aptas ao emprego no extremo do espectro dos conflitos, como o elemento de decisão do combate terrestre. Sua missão é cerrar sobre o inimigo, a fim de destruí-lo ou neutralizá-lo, utilizando o fogo, a manobra, a

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ação de choque e proteção blindada. São aptas para as ações ofensivas altamente móveis e com grande profundidade. 6.3.2.3.4 A concepção estratégica de emprego e o ambiente operacional indicam a natureza, a organização e o material de dotação dos elementos de combate da F Ter. Partindo dessa premissa, as brigadas são GU, dotadas de capacidades para atuar, em princípio, na área estratégica para a qual tem vocação prioritária. 6.3.2.4 Existem, ainda, elementos de combate reunidos em comandos de valor GU, que são de emprego específico: Comando de Aviação do Exército e Comando de Operações Especiais. 6.3.2.4.1 Aviação do Exército 6.3.2.4.1.1 O emprego de vetores da Av Ex confere efeito multiplicador ao Poder de Combate terrestre, inserindo a F Ter na 3ª dimensão do Espaço de Batalha de forma decisiva e conferindo-lhe significativa ampliação do alcance operacional. 6.3.2.4.1.2 Como elemento de emprego da F Ter dotado de múltiplas capacidades, a Aviação do Exército é fundamental para as Operações no Amplo Espectro, pela possibilidade de atuar em toda a profundidade do TO/A Op, sobretudo no Espaço de Batalha não linear. Para isso, contribuem com sua velocidade e ação de choque – no isolamento, na destruição da força inimiga, nas manobras de flanco, no ataque de oportunidade e no combate continuado. 6.3.2.4.2 Operações Especiais 6.3.2.4.2.1 Operações conduzidas por forças militares especialmente organizadas, treinadas e equipadas, em ambientes hostis, negados ou politicamente sensíveis, visando a atingir objetivos militares, políticos, informacionais e/ou econômicos, empregando capacitações militares específicas não encontradas nas forças convencionais. Essas operações frequentemente requerem capacitações cobertas, sigilosas ou de baixa visibilidade. 6.3.3 ELEMENTOS DE APOIO AO COMBATE 6.3.3.1 Embora os elementos de combate sejam a fonte primordial do poder de combate de uma força, os elementos de apoio ao combate participam decisivamente do sucesso das operações por meio do apoio de fogo, do apoio ao movimento e da capacidade de coordenação e controle proporcionados à força. 6.3.3.2 O apoio ao combate contribui diretamente com o aumento da eficiência dos elementos de manobra, podendo constituir-se em fator decisivo na avaliação do Poder Relativo de Combate. A composição de uma força inclui unidades de apoio ao combate, de acordo com suas necessidades. 6.3.3.3 A atribuição de elementos de apoio ao combate às forças em operações deve ser criteriosamente pesada, para assegurar seu emprego eficiente e na medida certa. Tais elementos podem ser orgânicos, passados em apoio ou em reforço aos elementos de manobra, na dosagem adequada, em estruturas modulares. 6.3.3.4 Em todos os níveis de comando, os planejamentos para o emprego dos elementos de manobra e de apoio ao combate devem ser integrados, a fim de assegurar a adequação do apoio às necessidades operacionais. 6.3.3.5 Os principais Elementos de Apoio ao Combate da F Ter são: artilharia (de campanha e antiaérea), engenharia, comunicações, guerra eletrônica, guerra cibernética, DQBRN, inteligência e operações de apoio à informação.

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6.3.3.6 Artilharia de Campanha 6.3.3.6.1 É o principal meio de apoio de fogo da F Ter, organizada basicamente em Grupos – enquadrados por GU de Artilharia ou por GU das Armas-base – podendo ter unidades dotadas de morteiros, obuseiros e lançadores de mísseis e/ou foguetes. Sua missão é apoiar a força pelo fogo, destruindo ou neutralizando os alvos que ameacem o êxito da operação. 6.3.3.6.2 A Artilharia de Campanha é tanto mais eficiente quanto mais centralizado for o controle de seus meios. Com a centralização, obtém-se o máximo de flexibilidade, o que proporciona o melhor apoio à força como um todo e a cada um de seus elementos integrantes. 6.3.3.6.3 Nas operações altamente móveis e em outras operações com elevado grau de descentralização, pode ser indicada a descentralização do controle e, até mesmo, dos meios de artilharia de campanha. 6.3.3.6.4 A Artilharia participa da Defesa do Litoral contra operações navais inimigas em áreas marítimas próximas ao litoral ou em águas interiores. Para cumprir essa missão, a Artilharia executa uma ou mais das ações básicas seguintes: repelir ou impedir, pelo fogo, o desembarque de forças anfíbias inimigas e destruir ou neutralizar, pelo fogo, meios navais inimigos. Os Sistemas de Mísseis e Foguetes participam das Operações de Defesa do Litoral, especialmente, nas operações contra desembarque anfíbio. 6.3.3.7 Artilharia Antiaérea 6.3.3.7.1 É organizada basicamente em Grupos, enquadrados por GU AAAe; ou Baterias, enquadradas por GU das Armas-base. Estruturada em sistema de controle e alarme, sistema de armas e rede de comunicações, tem por missão realizar a defesa antiaérea de forças, instalações ou áreas, desencadeada da superfície contra vetores aéreos inimigos. 6.3.3.7.2 Uma defesa antiaérea eficiente exige um elevado grau de coordenação e, quando for o caso, o controle do tiro dos sistemas de armas antiaéreas. As características e possibilidades operativas do vetor hostil, junto com a necessidade de otimizar a defesa antiaérea, de modo a alocar o menor número de unidades de tiro suficientes ao seu combate, induzem a uma maior centralização do controle. O fator espaço, as limitações dos meios de comunicações e a situação existente podem levar a um menor grau de controle. 6.3.3.7.3 A Artilharia Antiaérea pode realizar a missão de superfície, que consiste em atuar contra objetivos terrestres ou navais, complementando a ação de outros meios de apoio de fogo. A missão de superfície é eventual, podendo ser adotada em situações especiais, quando as possibilidades de interferência do inimigo aéreo são mínimas e o valor da ameaça terrestre considerável. 6.3.3.8 Engenharia 6.3.3.8.1 É organizada basicamente em Batalhões ou Companhias, enquadrados por Grupamentos de Engenharia ou por GU das Armas-Base. 6.3.3.8.2 Na Função de Combate Movimento e Manobra, o apoio de engenharia executa ações para garantir a liberdade de movimento e conduzir ações de contramobilidade como fatores multiplicadores do poder de combate. As principais ações nesta função são: transpor barreiras, obstáculos e áreas minadas, facilitar o movimento e a manobra (construir estradas, caminhos, aeródromos e ZPH), selecionar o posicionamento, construir, instalar ou destruir obstáculos.

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6.3.3.8.3 Na Função de Combate Logística proporciona apoio relativo ao material de Engenharia e proporciona apoio geral de construção, tais como: prover material de construção e fortificação, material de Engenharia e Cartografia e água tratada; recuperar áreas danificadas pelo combate, construir portos e instalações ferroviárias e outros. 6.3.3.8.4 No rol de suas missões se enquadra também, na Função de Combate Proteção executando trabalhos de fortificação de campanha e conduzindo ações de proteção contra engenhos falhados e dispositivos explosivos improvisados. 6.3.3.9 Comunicações 6.3.3.9.1 O apoio de comunicações proporciona rapidez, confiança e segurança na transmissão de informações de combate e de decisões do comando. Os sistemas de comunicações devem possibilitar o comando e o controle, além de proporcionar ligações eficientes a todos os escalões desdobrados no Teatro de Operações/Área de Operações. 6.3.3.9.2 Os meios de comunicações empregados, bem como a maneira de utilizá-los, precisam adaptar-se às diversas situações de combate. Cada escalão ou nível de comando dispõe de tropas e equipamentos orgânicos ou reunidos de forma modular necessários para instalar, explorar e manter as comunicações indispensáveis à execução da missão. 6.3.3.9.3 O Comando de Comunicações e Guerra Eletrônica é uma GU que centraliza seletivamente estruturas de Comando e Controle e de Guerra Eletrônica, contribuindo com o efeito multiplicador do Poder de Combate terrestre, inserindo a F Ter na 4ª dimensão do espaço de batalha – a dimensão informacional. 6.3.3.10 Guerra Eletrônica 6.3.3.10.1 O planejamento e a execução do combate no espectro dos conflitos devem considerar as medidas para negar ou dificultar o emprego eficiente do espectro eletromagnético pelo inimigo, bem como aquelas que assegurem às forças amigas as melhores condições de utilização de seus próprios equipamentos e sistemas eletrônicos. 6.3.3.11 Guerra Cibernética 6.3.3.11.1 Corresponde ao uso ofensivo e defensivo de informação e sistemas de informação para negar, explorar, corromper, degradar ou destruir capacidades de comando e controle do adversário, no contexto de um planejamento militar de nível operacional ou tático ou de uma operação militar. 6.3.3.11.2 Compreende ações que envolvem as ferramentas de TIC para desestabilizar os Sistemas de Tecnologia da Informação e Comunicações e Comando e Controle (STIC3) do oponente e defender os próprios STIC3. Abrange, essencialmente, as ações cibernéticas. A oportunidade para o emprego dessas ações ou a sua efetiva utilização será proporcional à dependência do oponente em relação às TIC. 6.3.3.12 Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear (DQBRN) 6.3.3.12.1 A DQBRN, como elemento de apoio ao combate, é uma capacidade operativa destinada a executar as medidas preventivas de DQBRN, por meio de reconhecimentos especializados, varreduras, identificação e delimitação de áreas atingidas por agentes QBRN, bem como ações relativas para a descontaminação/destoxificação de material e pessoal e o gerenciamento de dano QBRN. 6.3.3.12.2 As ações de DQBRN estão inseridas na Função de Combate Proteção, entre as quais: dispersão tática; afastamento de áreas contaminadas; descontaminação e medidas para evitar a contaminação.

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6.3.3.12.3 Prestam o apoio ao combate especializado ao Comando de Operações Especiais nos aspectos relativos à defesa QBRN, ao uso de agentes não letais e à proteção contra Dispositivos de Dispersão Radiológica (DDR) e Dispositivos Explosivos Improvisados (DEI) que utilizem agentes QBRN. 6.3.3.12.4 A mobilidade do elemento de apoio de DQBRN deve ser a mesma do elemento apoiado (mecanizado, helitransportado ou aerotransportado). Sua estrutura é flexível, tendo por base a organização modular de emprego ajustada a cada necessidade. 6.3.3.13 Inteligência 6.3.3.13.1 Envolve o conjunto de atividades, tarefas e sistemas inter-relacionados e empregados para assegurar a compreensão sobre o ambiente operacional, as ameaças (atuais e potenciais), os oponentes, o terreno e as Considerações Civis. 6.3.3.13.2 Com base nas diretrizes do comandante, normalmente expressas em Necessidades de Inteligência (NI), executa as tarefas associadas às operações de Inteligência, Reconhecimento, Vigilância e Aquisição de Alvos (IRVA). 6.3.3.14 Operações de Apoio à Informação 6.3.3.14.1 As Operações de Apoio à Informação são definidas como procedimentos técnico-especializados, aplicáveis de forma sistematizada desde o tempo de paz, de modo a motivar público-alvo amigos, neutros ou hostis a manifestarem comportamentos desejáveis, com o intuito final de apoiar a conquista dos objetivos estabelecidos. 6.3.3.14.2 Em coordenação com as demais capacidades relacionadas com as Operações de Informação (Op Info), as Operações de Apoio à Informação contribuem de forma peculiar para a conformação de cenários alvos, prevenção de ameaças, prevenção ou distensão de crises ou, ainda, para a solução de conflitos armados ou guerras. 6.3.3.14.3 Para tanto, essas operações: buscam a redução de baixas e danos em áreas conflagradas; colaboram com a segurança e a proteção de não combatentes; promovem a economia de meios dos elementos apoiados; multiplicam o poder de combate da F Ter; buscam o apoio/aceitação às ações amigas e; ainda, se contrapõem à desinformação e à propaganda adversa. 6.3.4 ELEMENTOS DE APOIO LOGÍSTICO 6.3.4.1 Realizam ações voltadas à geração, ao desdobramento, à sustentabilidade e à reversão de uma força operativa, de modo a assegurar a liberdade de ação e proporcionar amplitude de alcance e de duração às operações. 6.3.4.2 Participam de todas as fases do Processo de Planejamento e Condução das Operações Terrestres, havendo estreita sincronização entre o planejamento da manobra operativa e o respectivo suporte logístico, de modo a atender as demandas decorrentes e a definir os meios a serem obtidos por intermédio da mobilização. 6.3.4.3 A estrutura da Logística existente desde o tempo de paz interage com as logísticas militar e civil, de maneira a adequar-se às demandas de apoio a uma força atuando - preponderantemente - em um ambiente conjunto e interagências e, por vezes, multinacional. 6.3.4.4 O Cap VIII deste manual detalha os preceitos da organização e estruturação da função de combate Logística.

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6.4 ORGANIZAÇÕES OPERATIVAS 6.4.1 GENERALIDADES 6.4.1.1 Entende-se por organizações operativas aquelas que se configuram para a execução das operações militares. 6.4.1.2 As considerações mais importantes para o estabelecimento de uma organização operativa são a missão e a situação tática. Sua constituição deve responder aos seguintes critérios: a) baseadas nas estruturas organizacionais preexistentes; b) composição modular segundo as capacidades operativas necessárias; c) flexibilidade, para adaptar-se com facilidade e economia de meios à variações na missão e situação; e d) unidade de comando, de forma que a responsabilidade do cumprimento da missão recaia sobre uma única autoridade. 6.4.1.3 Para as operações, os elementos de emprego da F Ter se articulam em organizações operativas respondendo ao critério básico de modularidade, o que proporciona flexibilidade à estrutura, permitindo otimizar os recursos para obter deles o máximo rendimento. 6.4.2 ESTRUTURAÇÃO 6.4.2.1 Força Terrestre Componente 6.4.2.1.1 É uma organização operativa, não permanente, desenhada para o planejamento e condução das operações terrestres no contexto de uma operação conjunta; é uma estrutura criada para garantir a conexão entre o nível operacional e o tático não estando associada a nenhum escalão de comando determinado. 6.4.2.1.2 A Força Terrestre Componente (FTC) possui constituição e organização variáveis, enquadrando meios da F Ter adjudicados ao Comando Operacional, bem como de outras Forças Singulares necessários à condução das suas operações. 6.4.2.1.3 A FTC integra e sincroniza as Operações Terrestres com as outras forças componentes e agências. Ela enquadra todos os meios terrestres adjudicados, não alocados às outras Forças Componentes. 6.4.2.1.4 Realiza o planejamento e a condução das operações, levando em conta as peculiaridades da F Ter, como os processos de planejamento, o trabalho de comando e a doutrina próprios. 6.4.2.2 Grande Comando Operativo 6.4.2.2.1 É uma organização operativa da F Ter, concebida para o planejamento e condução das operações terrestres. Pode ser integrada por um número variável de GU – não necessariamente idênticas – unidades de combate, de apoio ao combate e de apoio logístico, requeridos para o cumprimento da missão. Caso seja constituída, deve combinar e coordenar todas as capacidades operativas. 6.4.2.2.2 A Divisão de Exército é um G Cmdo Op. Planeja e coordena o emprego das GU, unidades e outras capacidades modulares que a integram e, quando necessário, as reforça com meios ou com fogos, para intervir no combate ou prolongar-lhes a ação. 6.4.2.3 Grande Unidade

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6.4.2.3.1 A Grande Unidade é uma organização militar interarmas, com capacidade de atuação operativa independente, constituída por unidades de combate, de apoio ao combate e de apoio logístico. 6.4.2.3.2 A Brigada é uma GU, considerada como o módulo básico de emprego da F Ter. De acordo com as capacidades operativas requeridas ao cumprimento da missão atribuída, receberá em reforço, estruturas modulares de combate e apoio ao combate, que lhe proporcionarão a capacidade de atuar de forma independente e de durar na ação. 6.4.2.4 Outras Estruturas 6.4.2.4.1 Poderão ser ativadas outras organizações operativas com estruturas de caráter temporário, táticas ou logísticas, de constituição variável, reunindo elementos de combate e de apoio ao combate, que terão suas capacidades adequadas ao cumprimento da missão, tais como: Agrupamentos, Grupamentos, Força-Tarefa, Destacamentos, dentre outras.

6.5 CARACTERÍSTICAS DOS ELEMENTOS DE EMPREGO DA FORÇA TERRESTRE 6.5.1 GENERALIDADES 6.5.1.1 A realidade, sobejamente evidenciada pelo ambiente operacional contemporâneo, indica a premente necessidade de uma F Ter constituída de capacidades operativas alinhadas com as ameaças concretas e potenciais e a defesa dos interesses nacionais. 6.5.1.2 Esta Força deve ser dotada de armamentos e de equipamentos com alta tecnologia agregada, sustentada por uma doutrina em constante evolução, integrada por recursos humanos treinados e motivados (Fig 6-9). Para isso, baseia sua organização em estruturas com as características de Flexibilidade, Adaptabilidade, Modularidade, Elasticidade e Sustentabilidade (FAMES), que permitem alcançar resultados decisivos nas Operações no Amplo Espectro, com prontidão operativa, e com capacidade de emprego do poder militar de forma gradual e proporcional à ameaça.

Fig 6-9 Emprego da Força Terrestre

6.5.1.3 Evitando estruturas rígidas, de dimensões exageradas, dispendiosas, incompatíveis com os requerimentos contemporâneos, em um ambiente de incerteza, os 6-12

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elementos devem ser organizados de forma a atender um número maior de alternativas de emprego e que seja possível estruturá-los por módulos, combinar armas, com possibilidade de alterar seu poder de combate conforme a situação, com logística na medida certa. Para tal, os elementos da F Ter devem evidenciar as características de flexibilidade, adaptabilidade, modularidade, elasticidade e sustentabilidade. 6.5.2 FLEXIBILIDADE 6.5.2.1 Característica de uma força que dispõe de estruturas com mínima rigidez preestabelecida, o que possibilita sua adequação às especificidades de cada situação de emprego considerado os fatores da decisão. 6.5.2.2 A flexibilidade faculta ao comandante um número maior de opções para reorganizar os elementos de combate em estruturas temporárias, com o adequado suporte logístico, desde a fração elementar até a GU. 6.5.3 ADAPTABILIDADE 6.5.3.1 Característica de uma força ou do comandante e integrantes dessa força que lhes permite ajustarem-se à constante evolução da situação e do ambiente operacional e adotarem soluções mais adequadas aos problemas militares que se lhes apresentam. 6.5.3.2 Também, esta característica possibilita uma rápida adaptação às mudanças nas condicionantes que determinam a seleção e a forma como os meios serão empregados, em qualquer faixa do espectro do conflito, nas situações de guerra e não guerra. 6.5.4 MODULARIDADE 6.5.4.1 Característica de um elemento de combate que lhe confere a condição de, a partir de uma estrutura básica mínima, receber módulos que ampliem seu poder de combate ou lhe agreguem capacidades. 6.5.4.2 Também se refere à divisão de um sistema em componentes, denominados módulos, que são nomeados separadamente e que guardam características comuns, podendo operar de forma independente em relação a esse sistema. 6.5.4.3 A modularidade está diretamente relacionada ao conceito de elasticidade. Ela faculta aos comandantes adotar estruturas de combate “sob medida” para cada situação de emprego. 6.5.5 ELASTICIDADE 6.5.5.1 Característica de uma força que, dispondo de adequadas estruturas de Comando e Controle e de Logística, lhe permite variar o poder de combate pelo acréscimo ou supressão de estruturas, com oportunidade. 6.5.6 SUSTENTABILIDADE 6.5.6.1 Característica de uma força que lhe permite durar na ação, pelo prazo que se fizer necessária, mantendo suas capacidades operativas, resistindo às oscilações do combate. 6.5.6.2 O termo também é aplicado no processo de obtenção de determinada capacidade operativa, para referir-se ao estudo do impacto que a solução adotada trará para o EB ao longo dos anos (ou seja, pelo período antevisto como o ciclo de vida dessa capacidade). Está diretamente relacionado ao conjunto de fatores DOAMEPI.

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CAPÍTULO VII EMPREGO DA FORÇA TERRESTRE

7.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS 7.1.1 A complexidade geopolítica do país acarreta múltiplos cenários para emprego da F Ter, cuja missão é condicionada pelas dimensões continentais de um território caracterizado pela variedade de ambientes geográficos e por extensa faixa de fronteira.

7.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS 7.2 PRINCIPAIS IMPLICAÇÕES PARA O EMPREGO DA FORÇA TERRESTRE 7.3 PROJEÇÃO DE FORÇA 7.4 A FORÇA TERRESTRE NAS OPERAÇÕES DE PROJEÇÃO DE FORÇA 7.5 A IMPORTÂNCIA DAS OPERAÇÕES CONJUNTAS

7.1.2 Cabe ao Exército o preparo da F Ter para cumprir sua missão constitucional da defesa da Pátria e da garantia dos poderes constitucionais, da lei e da ordem. Além disso, a F Ter deve cumprir as atribuições subsidiárias gerais previstas na legislação complementar, que são: cooperar com o desenvolvimento nacional e com a defesa Civil, bem como apoiar a política externa do País e participar de operações internacionais de paz e de ajuda humanitária. 7.1.3 Além das missões acima citadas, a F Ter tem como atribuições subsidiárias particulares: a) atuar, por meio de ações preventivas e repressivas na faixa de fronteira terrestre, contra delitos transfronteiriços e ambientais, isoladamente ou em coordenação com outros órgãos do Poder Executivo, realizando, entre outras, ações de patrulhamento; revista de pessoas, de veículos terrestres, de embarcações e de aeronaves; e prisões em flagrante delito; b) cooperar com órgãos federais, quando se fizer necessário, na repressão a delitos, no território nacional, com apoio logístico, de inteligência, de comunicações e de instrução; e c) cooperar com órgãos públicos federais, estaduais e municipais na execução de obras e serviços de engenharia. 7.1.4 O emprego das Forças Armadas na defesa da Pátria e na garantia dos poderes constitucionais, da lei e da ordem, e na participação em operações de paz, é de responsabilidade do Presidente da República, que determinará ao Ministro de Estado da Defesa a ativação de órgãos operacionais, observada a seguinte forma de subordinação: a) ao Comandante Supremo, por intermédio do Ministro de Estado da Defesa, no caso de Comandos conjuntos, compostos por meios adjudicados pelas Forças Armadas e, quando necessário, por outros órgãos; b) diretamente ao Ministro de Estado da Defesa, para fim de adestramento, em operações conjuntas, ou por ocasião da participação brasileira em operações de paz; c) diretamente ao respectivo Comandante da Força, respeitada a direção superior do Ministro de Estado da Defesa, no caso de emprego isolado de meios de uma única Força.

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7.2 PRINCIPAIS IMPLICAÇÕES PARA O EMPREGO DA FORÇA TERRESTRE 7.2.1 Coerente com o ambiente operacional, o Processo de Transformação do Exército tem por objetivo dotar a Força de novas competências e capacidades, preparando suas tropas para o cumprimento de missões e tarefas na Era do Conhecimento. A obtenção dessas competências e capacidades é fundamental para que uma F Ter possa atuar em todo o espectro dos conflitos, alcançando o efeito dissuasório que devem ter as FA de um país. 7.2.2 AS COMPETÊNCIAS REQUERIDAS 7.2.2.1 As competências necessárias ao desempenho de um cargo estão apoiadas na aquisição de conhecimentos e habilidades, no desenvolvimento de atitudes e valores institucionais e na experiência. A fim de preparar os recursos humanos para atuar no Exército transformado, homens e mulheres deverão ser capacitados e habilitados a atuar nas Operações no Amplo Espectro, em situações de guerra e não guerra. Nesse ambiente complexo, a adaptabilidade é um dos principais atributos requeridos aos integrantes da Força. 7.2.3 AS CAPACIDADES REQUERIDAS 7.2.3.1 A Transformação permitirá que o Exército esteja ajustado às necessidades decorrentes das tarefas e missões que deverá executar nas próximas décadas. Para isso, faz-se necessário mapear as novas capacidades requeridas, em um trabalho sustentado por uma doutrina efetiva. A partir do nível político são determinadas quais capacidades são requeridas à Força Terrestre (as Capacidades Militares Terrestres) e, na sequência, definidas quais Capacidades Operativas são necessárias às forças que serão empregadas – ou a cada Organização Militar – para que possam cumprir as tarefas e missões que lhes cabem. 7.2.4 A LETALIDADE SELETIVA 7.2.4.1 As forças militares devem ser capazes de engajar alvos de natureza militar, com uma resposta proporcional à ameaça, mitigando os efeitos colaterais. Possuir letalidade seletiva implica possuir sistemas de armas precisos o bastante para preservar a população e as estruturas civis, em perfeito alinhamento com os princípios do Direito Internacional dos Conflitos Armados (DICA) e outras legislações pertinentes. 7.2.5 A PROTEÇÃO DA TROPA 7.2.5.1 Como reflexos da importância da Dimensão Humana, torna-se necessário adotar soluções que priorizem a redução do custo em vidas humanas, a proteção do homem e a preservação do bem estar físico e mental – como, por exemplo, equipamentos de proteção individual, plataformas blindadas e sistemas de proteção ativa e passiva. 7.2.6 A SUPERIORIDADE DE INFORMAÇÕES 7.2.6.1 A superioridade de informações é traduzida por uma vantagem operativa derivada da habilidade de coletar, processar, disseminar, explorar e proteger um fluxo ininterrupto de informações aos comandantes em todos os níveis, ao mesmo tempo em que se busca tirar proveito das informações do oponente e/ou negar-lhe essas habilidades. É possuir mais e melhores informações do que o adversário sobre o ambiente operacional. Permite o controle da dimensão informacional (espectros eletromagnético, cibernético e outros) por determinado tempo e lugar. 7.2.7 A CONSCIÊNCIA SITUACIONAL

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7.2.7.1 Em todos os níveis, os comandantes necessitam obter uma percepção atualizada e que reflita a realidade sobre o ambiente e a situação de tropas amigas e oponentes. A consciência situacional contribui com a decisão adequada e oportuna em qualquer situação de emprego, permitindo que os comandantes possam se antecipar aos oponentes e decidir pelo emprego de meios na medida certa, no momento e local decisivos, proporcionalmente à ameaça. 7.2.8 A DIGITALIZAÇÃO DO ESPAÇO DE BATALHA 7.2.8.1 A informação em rede (digitalização) é a integração entre sensores, armas e postos de comando, e entre esses e sistemas similares – civis, militares, nacionais ou multinacionais – em todos os níveis de comando, do estratégico ao tático, apoiada em uma Infraestrutura de Informação e Comunicações (IIC) comum. O emprego dessa infraestrutura integrada permite disponibilizar as informações aos diferentes níveis de decisão, independentemente do lugar em que se encontra, com nível de proteção adequado. 7.2.9 AS OPERAÇÕES DE INFORMAÇÃO 7.2.9.1 As Operações de Informação (Op Info) consistem em um trabalho metodológico e integrado de capacidades relacionadas à informação, em conjunto com outros vetores, para informar e influenciar grupos e indivíduos, bem como afetar o ciclo decisório de oponentes, ao mesmo tempo protegendo o nosso. Além disso, visam a evitar, impedir ou neutralizar os efeitos das ações oponentes na Dimensão Informacional. Integram capacidades relacionadas às atividades de Comunicação Social, Operações de Apoio à Informação, Guerra Eletrônica, Guerra Cibernética, dentre outras. As Operações de Informação contribuem para a obtenção da Superioridade de Informações. 7.2.10 A APROXIMAÇÃO DOS NÍVES DE PLANEJAMENTO E CONDUÇÃO DAS OPERAÇÕES 7.2.10.1 A incorporação de tecnologias ampliou a consciência situacional em todos os níveis de planejamento e condução das operações, possibilitando o controle de ações táticas por autoridades situadas nos níveis mais altos. Da mesma forma, as ações individuais ou de frações elementares podem repercutir consideravelmente nos níveis político, estratégico e operacional. Esse achatamento nos níveis decisórios possibilita o envolvimento das autoridades que integram a Estrutura Militar de Defesa em todo o processo, desde o planejamento até o emprego de tropa propriamente dito.

7.3 PROJEÇÃO DE FORÇA 7.3.1 A Projeção de Força é a capacidade de empregar o poder militar em um determinado lugar, com oportunidade, para levar a efeito uma operação militar em defesa dos interesses nacionais. Isto implica na necessidade de se possuir uma Força Expedicionária, sustentável, com o apoio logístico adequado para durar na ação por um período prolongado. A operação, geralmente, terá um caráter conjunto e frequentemente ocorrerá em um ambiente multinacional sob a responsabilidade de um comandante operacional. 7.3.2 Esta capacidade engloba o seguinte: a) mobilidade e flexibilidade estratégica; b) estrutura e meios de comando e controle desdobrados; e

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c) convocação / disponibilidade. 7.3.3 Implica na possibilidade de alertar, mobilizar, recrutar, adestrar, transportar, desdobrar, operar, sustentar, recuperar e repatriar forças e recursos. A projeção de força serve à dissuasão quando a F Ter dispuser de capacidade real para desdobrar rapidamente a força necessária e sustentá-la. 7.3.4 Realiza-se, geralmente, sob a égide de organizações internacionais, em qualquer lugar do mundo, quando requisitadas. 7.3.5 Nessas operações, a proteção das vias de transporte e das comunicações exigirá um acentuado esforço. 7.3.6 Dentro de um enfoque global, as operações de informação afetarão de forma muito direta a execução das operações de projeção de força. 7.3.7 Devido ao caráter conjunto-combinado destas operações, é evidente a necessidade de aumentar os níveis de padronização entre os exércitos e com nações amigas, dedicando uma especial atenção às áreas fundamentais como as de Comando e Controle, Técnicas, Táticas e Procedimentos, Doutrina, sistemas de comunicações e informação, Guerra Eletrônica e Logística. 7.3.8 Um adestramento conjunto no âmbito nacional e a realização de exercícios frequentes com nossos aliados completarão as exigências destas complexas operações.

7.4 A FORÇA TERRESTRE NAS OPERAÇÕES DE PROJEÇÃO DE FORÇA 7.4.1 A F Ter pode participar nestas operações proporcionando: a) A FTC de um Comando Operacional nacional; b) Um contingente terrestre nacional, fazendo parte de uma FTC combinada ou multinacional, de um Comando Operacional Combinado; e c) De um modo geral, em quaisquer dos casos, proporcionando um conjunto de unidades de combate com suas correspondentes unidades de apoio ao combate e de apoio logístico, todas modulares e interoperáveis.

7.5 A IMPORTÂNCIA DAS OPERAÇÕES CONJUNTAS 7.5.1 As Operações Conjuntas (Op Cj), caracterizadas pelo emprego de meios ponderáveis de mais de uma Força Singular, sob um comando único, constituem a evolução natural na forma de utilização da Expressão Militar do Poder Nacional. A integração das forças navais, terrestres e aéreas na Era do Conhecimento é condição capital para o êxito, desde a fase de geração de capacidades conjuntas até o emprego em operações. 7.5.2 A FTC é uma organização operativa, não permanente, concebida para o planejamento e condução das operações terrestres no contexto de uma operação conjunta; é uma estrutura criada para garantir a conexão entre o nível operacional e o tático não estando associada a nenhum escalão de comando determinado. Possui constituição e organização variáveis, enquadrando meios da F Ter adjudicados ao Comando Operacional, bem como de outras Forças Singulares necessários à condução das suas operações.

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7.5.3 A interdependência entre as forças componentes (F Cte) é um elemento fundamental nas operações conjuntas. A complementação das deficiências naturalmente existentes em cada F Cte é garantida por intermédio das capacidades inerentes às demais. Nessas condições, os meios de cada força tornam-se mais efetivos do que se estivessem operando isoladamente. É a combinação das capacidades no nível conjunto que possibilita que uma organização operativa obtenha vantagem sobre o oponente com máxima sinergia, buscando negar-lhe a capacidade de atuar como um todo organizado, coerente e efetivo. 7.5.4 O ambiente complexo em que atua a FTC possui uma multiplicidade de atores que, de forma integrada e em determinadas condições, podem constituir uma ameaça híbrida. Esse tipo de ameaça é a reunião dinâmica, ainda que diversa, de forças regulares e irregulares, que buscam atingir efeitos que lhes beneficiem mutuamente. Esse tipo de ameaça pode incluir células terroristas e/ou criminosos, em alguns casos. 7.5.5 As forças regulares de uma ameaça híbrida são regidas por leis internacionais, tradições e costumes, mas as demais não estão sujeitas a eles, podendo agir sem restrições ao nível de violência que empregam ou ao tipo de alvo que engajam. Tais ameaças podem envolver atores estatais, dotados de capacidades e conceitos operativos outrora exclusivos de Estados. As ameaças híbridas podem explorar vulnerabilidades de toda ordem, em uma variedade de situações que lhes tragam benefício.

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Capítulo 1

CAPÍTULO VIII LOGÍSTICA

8.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS 8.1.1 A Função de Combate Logística têm influência decisiva no sucesso das operações. A necessidade da Força Terrestre de dispor de capacidades, para atuar em todo o espectro dos conflitos, pressupõe a existência de uma estrutura compatível e capaz de evoluir rapidamente e com um mínimo de adaptações de uma situação de normalidade para a de guerra.

8.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS 8.2 CONCEITOS BÁSICOS 8.3 PRINCÍPIOS DA LOGÍSTICA 8.4 NÍVEIS DE PLANEJAMENTO E CONDUÇÃO DAS OPERAÇÕES E A LOGÍSTICA 8.5 ORGANIZAÇÃO E EXECUÇÃO DA LOGÍSTICA

8.1.2 A profusão de inovações tecnológicas, a valorização das questões humanitárias e ambientais e a prevalência dos combates em áreas urbanizadas com a presença da população civil, demandam novas capacidades e competências das organizações e dos combatentes logísticos para prestação do apoio necessário, englobando desde as operações convencionais até a ajuda humanitária. 8.1.3 O caráter difuso das ameaças, a não linearidade do espaço de batalha e a execução de ações sucessivas e/ou simultâneas nas Operações no Amplo Espectro conduzem ao desafio logístico de prever e prover um apoio que responda – de forma integral e adequada – às demandas logísticas para sustentar as forças na continuidade das ações até o cumprimento da missão. 8.1.4 A Função de Combate Logística tem estreita relação com a Logística Militar no âmbito conjunto, baseando-se nos preceitos definidos pelo Ministério da Defesa. Todavia, ela busca atender às especificidades do apoio logístico à F Ter, sem perder de vista o alinhamento doutrinário necessário à interoperabilidade nas operações conjuntas. A dispersão de meios em zonas de ação muitas vezes não contíguas, aliada à permanência do apoio ao Território Nacional (TN) e na Zona do Interior (ZI), impõe a necessidade de prévia centralização do apoio e da descentralização seletiva de recursos consoante às necessidades específicas da força apoiada, que materializa a máxima da “logística na medida certa”.

8.2 CONCEITOS BÁSICOS 8.2.1 A efetividade da Função de Combate Logística consiste na aplicação oportuna e equilibrada de recursos de toda ordem em função da situação operativa apresentada. Da mesma forma, requer a existência, desde o tempo de paz, de meios adequados e suficientes, de modo a permitir geração, desdobramento, sustentação e reversão de forças com rapidez e oportunidade. 8.2.2 A Logística integra o conjunto de atividades, as tarefas e os sistemas inter-relacionados para prover apoio e serviços, de modo a assegurar a liberdade de ação e 8-1

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proporcionar amplitude de alcance e de duração às operações. Engloba as áreas funcionais de apoio de material, apoio ao pessoal e apoio de saúde. Incorpora, ainda, outras atividades transversais que influenciam diretamente na efetividade do apoio, relacionadas à Gestão Orçamentária e Financeira e ao Apoio Jurídico. 8.2.3 Essas áreas funcionais constituem os pilares da Logística na F Ter, englobando Grupos Funcionais específicos que incorporam as atividades e tarefas das Funções Logísticas Suprimento, Manutenção, Transporte, Engenharia, Salvamento, Recursos Humanos e Saúde do âmbito conjunto (Fig 8-1).

Fig 8-1 Pilares da Logística na Força Terrestre

8.2.4 O apoio de material consiste no planejamento e na execução das atividades relacionadas à previsão, provisão e manutenção de materiais às forças apoiadas; de meios necessários ao movimento de pessoas e cargas por diversos modais; e à adequação da infraestrutura física, instalações e benfeitorias necessárias ao apoio logístico. Compreende os Grupos Funcionais Suprimento, Manutenção, Transporte, Engenharia e Salvamento, que englobam as atividades referentes às Funções Logísticas correlatas da doutrina conjunta. 8.2.5 O apoio ao pessoal refere-se ao conjunto de atividades relacionadas à execução de serviços voltados à sustentação do pessoal e de sua família, bem como ao gerenciamento do capital humano. Compreende o Grupo Funcional Recursos Humanos, que engloba as atividades referentes à Função Logística correlata da doutrina conjunta. 8.2.6 O apoio de saúde refere-se a todos os recursos e serviços destinados a promover, aumentar, conservar ou restabelecer a saúde física e mental dos recursos humanos da F Ter e, quando determinado, de outras Forças, de agências (governamentais e não governamentais) e da população local. Compreende o Grupo Funcional Saúde, que engloba todas as atividades da Função Logística correlata do âmbito conjunto e outras tarefas relacionadas ao apoio de material de saúde no âmbito da F Ter. 8.2.7 As unidades logísticas apoiam – simultânea ou sucessivamente – ações ofensivas, 8-2

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defensivas, de pacificação ou de apoio a órgãos governamentais. Normalmente, elas operam, de acordo com o risco logístico admitido, em bases desdobradas em áreas com acentuada possibilidade de atuação do oponente. Isso demanda uma redução da cauda logística dessas unidades, equilibrando mobilidade com autonomia. 8.2.8 O ambiente operacional no qual a Logística está inserida é caracterizado pela rapidez das mudanças e pelo alto grau de incerteza, requerendo um apoio logístico customizado para cada situação e caracterizado pelos seguintes aspectos: a) conhecimento completo e atualizado da situação logística; b) estabelecimento de níveis de serviço para cada força apoiada; c) configuração da cadeia logística baseada na flexibilidade, adaptabilidade, modularidade, elasticidade e sustentabilidade; d) visibilidade de toda a cadeia logística, desde o usuário consumidor até os mais altos escalões de condução da Logística; e) antecipação das demandas, de maneira a fazer frente às contínuas mudanças de situação; e f) proteção adequada dos recursos logísticos, em função das características da ameaça. 8.2.9 A incorporação de técnicas e procedimentos gerenciais baseados na TIC permite aumentar o nível de consciência situacional e, por consequência, o adequado dimensionamento do apoio logístico à F Ter. Desta forma, evitam-se escalonamentos desnecessários e prejuízos à prontidão logística. 8.2.10 As operações nas quais a F Ter participa são preponderantemente em ambiente conjunto e interagências, podendo ocorrer situações nas quais o emprego seja singular ou, eventualmente, multinacional. Disso resulta a necessidade de que a estrutura da Logística existente desde o tempo de paz tenha a capacidade de receber e/ou fornecer apoio a outras forças ou órgãos governamentais e não governamentais. 8.2.11 Na maioria das situações, para que o apoio logístico às operações terrestres seja efetivo, é necessária uma estreita coordenação e cooperação entre as Forças Singulares e outros organismos governamentais e não governamentais. Nas operações combinadas ou multinacionais essa cooperação estende-se às forças aliadas e ao governo da nação anfitriã. 8.2.12 Normalmente, a logística nas operações combinadas segue o princípio de que cada nação participante é responsável pelo apoio as suas próprias forças. Por outro lado, a logística combinada ou multinacional, por meio de uma nação líder, possibilita aos participantes deste tipo de operação reduzir custos em recursos humanos, materiais e econômicos, em consonância com os tratados e acordos estabelecidos. Além disso, evita sobrecarregar a capacidade da nação anfitriã. 8.2.13 Uma nação líder para o apoio logístico multinacional é aquela que concorda em assumir, baseada em suas capacidades, total responsabilidade por coordenar e/ou prover uma série de atividades logísticas para toda ou parte de uma força multinacional dentro de uma área geográfica definida. Destacam-se entre essas capacidades o apoio em efetivos, materiais, infraestrutura de comando e controle e a obtenção de bens e serviços por meio de acordos de compensação ou reembolsos entre as partes envolvidas. 8.2.14 A contratação/terceirização de determinadas tarefas logísticas permite à F Ter concentrar suas capacidades militares nas atividades finalísticas e, ao mesmo tempo, possibilita que empresas especializadas busquem ampliar sua eficiência e eficácia na prestação do apoio. Todavia, há que se adotar um planejamento suficientemente flexível 8-3

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que possibilite aplicar soluções alternativas para fazer frente a uma eventual degradação ou interrupção do fluxo do apoio, bem como medidas para garantir a segurança física e jurídica de recursos humanos empregados. 8.2.15 A logística reversa deve receber especial atenção pelas restrições à liberdade de ação, relacionadas às questões ambientais. Ela utiliza os mesmos órgãos da cadeia de distribuição, o que implica a necessidade de os planejamentos do fluxo de retorno ser considerado desde a fase inicial da operação, de modo a evitar desperdício de recursos, mitigar impactos ambientais e maximizar as capacidades de transporte.

8.3 PRINCÍPIOS DA LOGÍSTICA 8.3.1 A Função de Combate Logística observa os princípios prescritos na Doutrina de Logística Militar (Fig 8-2). Além desses, são utilizados no planejamento e na execução do apoio logístico à F Ter os que seguem: a) Integração – consiste na combinação de atividades, tarefas, sistemas, processos e organização da Logística para apoio à F Ter nas operações. A integração com as demais forças e outros órgãos civis maximiza a complementaridade e gera efeitos sinérgicos pelo apoio mútuo e a unidade de esforços. b) Visibilidade – consiste em dispor-se, em tempo real e de acordo com o escalão considerado, de toda a informação logística referente às capacidades e às necessidades de apoio para subsidiar o processo decisório em tempo oportuno. É consubstanciada pelo tráfego rápido e preciso de dados gerenciais ao longo de toda cadeia logística. c) Antecipação – consiste em antever as demandas de apoio e iniciar o processo de planejamento de médio e longo prazo do suporte logístico que melhor atenda às operações. Para tanto, é fundamental a existência de um Sistema de Informações Logísticas (SIL) que forneça uma consciência situacional para o apoio à decisão. d) Resiliência – consiste na capacidade de a cadeia logística adaptar-se e/ou resistir a interferências externas oriundas do aumento da complexidade das demandas, da extensão das distâncias físicas e dos riscos de interrupção dos fluxos logísticos, sem comprometer a sua efetividade de apoio. e) Responsividade – consiste na pronta resposta às alterações/variações da demanda, mantendo a capacidade do apoio logístico. Ela é obtida pela inter-relação dos aspectos relacionados à doutrina, ao adestramento, à organização, à gestão das informações, à efetividade do ciclo logístico e à capacitação continuada do capital humano.

Fig 8-2 Princípios da Logística 8-4

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8.4 NÍVEIS DE PLANEJAMENTO E CONDUÇÃO DAS OPERAÇÕES E A LOGÍSTICA 8.4.1 A Logística está presente nos três níveis de planejamento e condução das operações militares, assegurando a obtenção e a manutenção da capacidade operativa das forças empregadas. Nos níveis estratégico e operacional ela condiciona o planejamento e a execução das operações, enquanto no nível tático adapta-se à manobra planejada para torná-la viável. 8.4.2 A Logística no nível estratégico interage com a Logística Nacional para obtenção e distribuição dos recursos necessários às forças apoiadas. Conecta-se ao nível operacional, normalmente, nos pontos de entrada do Teatro de Operações/Área de Operações (TO/A Op). A partir deste ponto, é responsabilidade do nível operacional fazer chegar ao tático os recursos recebidos. 8.4.3 A Logística no nível operacional trata do estabelecimento e manutenção da cadeia logística na área de responsabilidade de um Comando Operacional (C Op) ativado. Vincula as necessidades táticas às capacidades estratégicas, visando ao cumprimento dos planos operacionais e à geração e sustentação do poder de combate. Neste nível, destacam-se a interoperabilidade entre as Forças Singulares e a utilização do recurso da contratação/terceirização e, eventualmente, o apoio de nação anfitriã. 8.4.4 A Logística no nível tático compreende a sincronização de todas as atividades necessárias para sustentar as Forças Componentes (F Cte) em operações. A efetividade da logística militar nesse nível é relacionada à capacidade de proporcionar o apoio logístico adequado às forças no momento e local oportunos.

8.5 ORGANIZAÇÃO E EXECUÇÃO DA LOGÍSTICA 8.5.1 A organização da Logística vigente na situação de normalidade deve aproximar-se o máximo possível daquela para apoio às operações. Assim, as OM Log são organizadas em estruturas enxutas, assentadas no amplo uso de tecnologias, na otimização de processos e na capacitação continuada do capital humano. 8.5.2 O escalonamento da Logística, em operações, consiste na articulação em profundidade dos recursos. Assim, os recursos mais elementares são disponibilizados às unidades desdobradas na porção mais avançada da área de responsabilidade de uma força operativa, enquanto aqueles de maior complexidade são dispostos mais à retaguarda. 8.5.3 Esse escalonamento, no caso mais completo, é constituído pela estrutura logística existente em Território Nacional/Zona do Interior (TN/ZI), a Base Logística Conjunta (Ba Log Cj), o Grupo-Tarefa Logística (GT Log), a Base Logística Terrestre (BLT), a Base Logística de Brigada (BLB) e o Destacamento Logístico (Dst Log) (Fig 8-3).

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Fig 8-3 Organização da Logística (Visão completa – Exemplo)

8.5.4 O desdobramento de diferentes bases logísticas decorre, entre outros fatores, da capacidade logística das Forças Singulares; das distâncias entre os pontos de entrada no TO/A Op e a área de responsabilidade das forças; da necessidade de estabelecimento de estoques reguladores; e do risco logístico admitido. 8.5.5 A execução da Logística no nível tático segue as diretrizes baixadas pelo C Op, estando sincronizado com a manobra da força apoiada. Em geral, o fluxo do apoio logístico será da retaguarda à frente do campo de batalha, descentralizando-se seletivamente os recursos. 8.5.6 Normalmente, a execução do apoio logístico baseia-se nos seguintes aspectos: a) emprego de técnicas, procedimentos e processos padronizados; b) máximo aproveitamento dos modais de transporte e das vias de transporte; c) ampla utilização de recursos de TIC para suporte à tomada de decisão; d) centralização de meios e descentralização seletiva de recursos; e) ênfase na capacidade de distribuição de recursos e serviços; e f) utilização de meios e processos alternativos, que permitam a continuidade do apoio logístico.

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GLOSSÁRIO PARTE I – ABREVIATURAS E SIGLAS

A Abreviaturas/Siglas A Rspnl Art Cmp Av Ex ARP

Significado Área de Responsabilidade Artilharia de Campanha Aviação do Exército Aeronave Remotamente Pilotada

B Abreviaturas/Siglas Ba Log Cj

Significado Base Logística Conjunta

C Abreviaturas/Siglas C Op

Significado Comando Operacional

Cmdo A Op

Comando da Área de Operações

CDN

Conselho de Defesa Nacional

CEMCFA

Chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas

CIMIC (sigla em inglês) Cooperação Civil-Militar CREDEN CS

Câmara de Relações Exteriores e Defesa Nacional Comando Supremo

D Abreviaturas/Siglas Dsml Mil DDR DEI DICA DIH DMED DMT DOAMEPI

Significado Dissimulação Militar Dispositivo de Dispersão Radiológica Dispositivo de Explosivo Improvisado Direito Internacional dos Conflitos Armados Direito Internacional Humanitário Diretriz Ministerial de Emprego de Defesa Doutrina Militar Terrestre Doutrina, Organização (e processos), Adestramento, Material, Educação, Pessoal e Infraestrutura

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DPED DQBRN

Diretriz Presisencial de Emprego de Defesa Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear

E Abreviaturas/Siglas Esc Sp EFD EMCFA END

Significado Escalão Superior Estado Final Desejado Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas Estratégia Nacional de Defesa

F Abreviaturas/Siglas FAMES

Significado Flexibilidade, Adaptabilidae, Modularidade, Elasticidade e Sustentabilidade

G Abreviaturas/Siglas G Cmdo Op

Significado Grande Comando Operativo

I Abreviaturas/Siglas I Age IIC IRVA

Significado Interagência Infraestrutura de Informação e Comunicações Inteligência, Reconhecimento, Vigilância e Aquisição de Alvos

L Abreviaturas/Siglas LA

Significado Linha de Ação

M Abreviaturas/Siglas MC MF

Significado Manual de Campanha Manual de Fundamentos

N Abreviaturas/Siglas NI

Significado Necessidades de Inteligência

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O Abreviaturas/Siglas Op Ap Info Op Cj Op Dsml Op Info Op Pac OAOG ONG

Significado Operações de Apoio à Informação Operações Conjuntas Operações de Dissimulação Operações de Informação Operações de Pacificação Operações de Apoio a Órgãos Governamentais Organização Não Governamental

P Abreviaturas/Siglas PD PEECFA PEM PMD PND

Significado Ponto Decisivo Plano Estratégico de Emprego Conjunto das Forças Armadas Planejamento Estratégico Militar Política Militar de Defesa Política Nacional de Defesa

Q Abreviaturas/Siglas QBRN

Significado Químico, Biológico, Radiológico e Nuclear

S Abreviaturas/Siglas SARP SIDOMT SisPECFA STIC3

Significado Sistema de Aeronave Remotamente Pilotada Sistema de Doutrina Militar Terrestre Sistemática de Planejamento de Emprego Conjunto das Forças Armadas Sistema de Tecnologia da Informação, Comunicações e Comando e Controle

T Abreviaturas/Siglas TIC TTP

Significado Tecnologia da Informação e Comunicações Técnica(s), Tática(s) e Procedimento(s)

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PARTE II – TERMOS E DEFINIÇÕES

Agência – organização, instituição ou entidade, governamental ou não, civil ou militar, pública ou privada, nacional ou estrangeira, fundamentada em instrumentos legais e/ou normativos que tem competência específica e que exerça alguma interferência, possua interesse ou possa ser instrumento, ator ou parte na prevenção de ameaças, no gerenciamento de crises e/ou na solução de conflitos. Dimensão Informacional – conjunto de indivíduos, organizações e sistemas que são utilizados para coletar, processar, disseminar, ou agir sobre a informação. Incluem tomadores de decisão, indivíduos e organizações. Os recursos incluem os materiais e sistemas utilizados para obter, analisar, aplicar ou divulgar informações. Lugar onde os decisores e sistemas automatizados utilizam para observar, orientar, decidir e agir de acordo com as informações, sendo, portanto, o principal ambiente de tomada de decisão. Direito Internacional dos Conflitos Armados – conjunto de normas internacionais, de origem convencional ou consuetudinária, especificamente destinado a ser aplicado nos conflitos armados, internacionais ou não internacionais, e que limita, por razões humanitárias, o direito das Partes em conflito de escolher livremente os métodos e os meios utilizados na guerra, ou que protege as pessoas e os bens afetados, ou que possam ser afetados pelo conflito. Espaço Cibernético – ambiente virtual onde as informações digitais transitam, são processadas e/ou armazenadas. É composto de dispositivos computacionais, conectados em redes, ou não. Espaço de Batalha – dimensão física e virtual onde ocorrem e repercutem os combates, abrangendo as expressões política, econômica, militar, científico-tecnológica e psicossocial do poder, que interagem entre si e entre os beligerantes. Compreende todas as dimensões, tangíveis e intangíveis, nas quais o comandante deve aplicar o seu Poder de Combate. O Campo de Batalha está incluído no Espaço de Batalha. Espaço Humanitário – ambiente no qual são desenvolvidos o planejamento e a execução de ações que visam a, primordialmente, reduzir o sofrimento humano e a perda de vidas humanas frente às situações adversas (provocadas ou não pelo homem). Espectro dos Conflitos – representa uma escala na qual se visualizam os diferentes graus de violência politicamente motivada. Abrange desde a Paz Estável, em um extremo, até a situação de Guerra, no outro. Ao longo desse espectro, a Paz Instável é a situação na qual ocorre violência localizada e limitada, que não comprometa a segurança do Estado como um todo; e a Crise, caracterizada por grave ameaça ao Estado cujo nível de violência não implique no envolvimento de toda a capacidade militar da Nação (contingência limitada).

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Estado Final Desejado – conjunto de condições que definem o atingimento dos objetivos do comandante. Estado-Maior Conjunto – órgão composto de pessoal militar qualificado, pertencente às forças componentes, que tem por finalidade assessorar o comandante. Força Conjunta – um termo geral aplicado a uma força composta de elementos significativos, subordinadas ou vinculadas, de dois ou mais departamentos militares que operam sob um comandante de força conjunta única. Forças Convencionais – são aquelas destinadas à execução das operações militares convencionais (singulares ou conjuntas). Compreendem de um modo geral, as frações, Subunidades (SU) e Unidades (U) das Armas, Quadro e Serviço, assim como as Grandes Unidades (GU) e os Grandes Comandos Operativos (G Cmdo Op) da Força Terrestre. Força Oponente – são pessoas, grupos de pessoas ou organizações cuja atuação comprometa o pleno funcionamento do estado democrático de direito e paz social. Força Singular – 1. Expressão que designa uma das organizações singulares que compõem as forças militares de uma nação. 2. O mesmo que Força Armada. Força-Tarefa Conjunta – força militar que envolve o emprego coordenado de elementos de mais de uma força singular, com propósitos interdependentes ou complementares, sem que haja a constituição de um comando único no escalão considerado. Força Terrestre – instrumento de ação do Exército Brasileiro, que inclui todos os elementos do EB, organizados por módulos de combate, com base em capacidades, a partir dos fatores determinantes: Doutrina, Organização (e/ou processos), Adestramento, Material, Educação, Pessoal e Infraestrutura, com vistas ao emprego nas Operações no Amplo Espectro. Função de Combate – é um conjunto relativamente homogêneo de atividades e tarefas afins, que atendem a uma finalidade comum, além dos sistemas empregados na sua execução (pessoas, organizações, informações e processos), que orienta o preparo e o emprego dos meios no cumprimento de suas missões Gerenciamento de Crises – respostas a crises e operações de contingência limitadas que podem ser uma única operação em pequena escala, de duração limitada ou uma parte significativa de uma grande operação de duração prolongada envolvendo combate. Os objetivos estratégicos e operacionais gerais associados são para proteger os interesses do País e/ou impedir o ataque surpresa ou novos conflitos. Grande Comando Operativo – organização operativa da F Ter, concebida para o planejamento e condução das operações terrestres. Pode ser integrado por um número variável de GU (não necessariamente idênticas) e unidades de combate, de apoio ao combate e de apoio logístico, necessárias ao cumprimento da missão. Caso seja constituída, deve combinar e coordenar todas as capacidades operativas. Informação(ões) – representações inteligíveis de objetos, estados e acontecimentos

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nos domínios real, virtual e subjetivo. Elas integram processos para a construção do conhecimento, o que promove a compreensão precisa e atualizada do Espaço de Batalha. As informações disponíveis não só determinam a amplitude e a exatidão da Consciência Situacional subjacente ao processo decisório, como também interferem no rendimento das forças empregadas e de seus respectivos sistemas de armas – progressivamente mais dependentes das Tecnologias da Informação e Comunicações. Operações de Apoio à Informação – operações que incluem as ações psicológicas e a guerra psicológica e compreendem ações políticas, militares, econômicas e psicossociais planejadas e conduzidas para criar em grupos - inimigos, hostis, neutros ou amigos - emoções, atitudes ou comportamentos favoráveis à consecução de objetivos nacionais. São procedimentos técnico-especializados, operacionalizados de forma sistematizada para apoiar a conquista de objetivos políticos ou militares e desenvolvidos antes, durante e após o emprego da força, visando a motivar públicos-alvos amigos, neutros ou hostis a atingir comportamentos desejáveis. Operações de Dissimulação – conjunto de atividades destinadas a, deliberadamente, induzir os decisores adversários ao erro, causando a adoção pelo oponente de ações (ou inações) que irão contribuir para o cumprimento da missão amiga. Operações de Informação – consistem em um trabalho metodológico e integrado de capacidades relacionadas à informação, em conjunto com outros vetores, para informar e influenciar grupos e indivíduos, bem como afetar o ciclo decisório de oponentes, ao mesmo tempo protegendo o nosso. Além disso, visam a evitar, impedir ou neutralizar os efeitos das ações oponentes na Dimensão Informacional. Integram capacidades relacionadas às atividades de Comunicação Social, Operações Psicológicas, Guerra Eletrônica, Guerra Cibernética, Inteligência, dentre outras. As Operações de Informação contribuem para a obtenção da Superioridade de Informações. Operações Interagências – interação das Forças Armadas com outras agências com a finalidade de conciliar interesses e coordenar esforços para a consecução de objetivos ou propósitos convergentes que atendam ao bem comum, evitando a duplicidade de ações, a dispersão de recursos e a divergência de soluções com eficiência, eficácia, efetividade e menores custos. Operações Militares – conjunto de ações realizadas com forças e meios militares das Forças Armadas (FA), coordenadas em tempo, espaço e finalidade, de acordo com o estabelecido numa Diretriz, Plano ou Ordem para o cumprimento de uma tarefa, missão ou atribuição. São realizadas no amplo espectro dos conflitos, desde a paz estável até o conflito armado/ guerra, passando pela paz instável e crises, sob a responsabilidade direta de autoridade militar competente. Organização Governamental – entidade do Governo criada para um propósito específico, que realiza ações de interesse social, político, administrativo, gestão de recursos, fiscalização financeira, questões de segurança nacional, dentre outros. Organização Não Governamental – organização externa a órgãos governamentais, sem fins lucrativos, constituída formal e autonomamente, caracterizada por ações de solidariedade no campo das políticas públicas e pelo legítimo exercício de pressões políticas em proveito de objetivos de natureza humanitária. Também chamado de Terceiro Setor.

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Plano Estratégico de Emprego Conjunto das Forças Armadas (PEECFA) – plano elaborado pelo EMCFA para atender a uma Hipótese de Emprego. Os Planos Estratégicos são base para os Comandos Operacionais produzirem os Planos Operacionais, em decorrência dos quais os Comandos das Forças Componentes desenvolverão os respectivos Planos Táticos. Poder de Combate Terrestre – traduz-se em oito elementos essenciais e indissociáveis, a saber: Liderança, Comando e Controle, Informações, Movimento e Manobra, Inteligência, Fogos, Logística e Proteção. Todos são igualmente importantes no preparo e no emprego dos meios terrestres para o cumprimento de suas missões. Política Militar de Defesa – em visão ampla, tem por finalidade orientar os planejamentos estratégicos militares das FA e do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas. A PMD utiliza uma estrutura própria de modelo funcional, cuja aplicação resulta em Objetivos Militares de Defesa e diretrizes para a orientação do preparo e do emprego da capacidade militar requerida para a Defesa Nacional. Política Nacional de Defesa – documento condicionante de mais alto nível do planejamento de ações destinadas à defesa nacional coordenadas pelo Ministério da Defesa. Voltada essencialmente para ameaças externas, estabelece objetivos e orientações para o preparo e o emprego dos setores militar e civil em todas as esferas do Poder Nacional, em prol da Defesa Nacional. Ponto Decisivo – o local, evento-chave específico, sistema crítico ou função que permite aos comandantes obter uma vantagem relevante sobre o inimigo e influenciar decisivamente o resultado de um ataque. Prevenção de Ameaças – envolvimento militar, cooperação de segurança e dissuasão. Essas atividades em curso visam a estabelecer, moldar, manter e aperfeiçoar as relações com outros países e autoridades civis nacionais (Por exemplo: os governadores de Estado ou de garantia da lei e da ordem local). O objetivo estratégico e operacional geral é o de proteger os interesses do País no Território Nacional e no exterior. Riscos – são definidos como situações de instabilidade cuja incidência sobre a segurança não se considera provável no curto prazo, embora possam vir a se tornar numa ameaça. Segurança Cibernética – impedir, evitar ou neutralizar ataques via internet, a fim de prevenir ou mitigar danos relevantes às informações ou às próprias redes e infraestruturas consideradas críticas. Situação de Guerra – são aquelas que empregam o Poder Nacional, com predominância da Expressão Militar, explorando a plenitude de suas características de violência na defesa da Pátria, no amplo espectro dos conflitos. Situação de Não Guerra – quando o Poder Nacional, com predominância da Expressão Militar, for empregado sem implicar em ações de efetivo combate, exceto em circunstâncias especiais, onde o poder de combate é usado de forma limitada, em situação de normalidade institucional ou não, na garantia dos poderes constitucionais, garantia da lei e da ordem, prevenção de ameaças, gerenciamento de crise e na

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solução de conflitos. Solução de Conflitos Armados – campanhas e operações de vulto. Quando necessário para alcançar objetivos estratégicos ou para proteger os interesses nacionais, a liderança nacional do País pode decidir realizar uma grande operação ou campanha normalmente envolvendo combates em larga escala. Durante as principais operações, as ações da Força Conjunta são realizadas simultânea ou sequencialmente, de acordo com um plano comum e são controlados por um único Comandante. A campanha é uma série de grandes operações relacionadas para atingir os objetivos estratégicos e operacionais dentro de um determinado tempo e espaço. Superioridade de Informações – traduzida por uma vantagem operativa derivada da habilidade de coletar, processar, disseminar, explorar e proteger um fluxo ininterrupto de informações aos comandantes em todos os níveis, ao mesmo em que se busca tirar proveito das informações do oponente e/ou negar-lhe essas habilidades. É possuir mais e melhores informações do que o adversário sobre o ambiente operacional. Permite o controle da dimensão informacional (espectros eletromagnético, cibernético e outros) por determinado tempo e lugar. Tarefa – subdivisão de atividades relacionadas em cada função de combate. As missões atribuídas à F Ter nada mais são do que uma série de atividades e tarefas a serem executadas de forma coordenada.

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ÍNDICE REMISSIVO

AMBIENTE OPERACIONAL, O 4-5 AMEAÇAS E RISCOS, 2-1 ARMAS, QUADROS E SERVIÇOS, AS 6-1 BASES PARA A TRANSFORMAÇÃO DA DOUTRINA MILITAR TERRESTRE, 2-4 CAPACIDADES, 3-3 CAPACIDADES MILITARES TERRESTRES E CAPACIDADES OPERATIVAS, 3-4 CARACTERÍSTICAS DOS ELEMENTOS DE EMPREGO DA FORÇA TERRESTRE, 6-12 CONCEITOS BÁSICOS, 8-1 CONSEQUÊNCIAS DA DOUTRINA, 1-3 CONSIDERAÇÕES GERAIS Conflito e o Ambiente Operacional, O 4-1 Emprego da Força Terrestre, 7-1 Fundamentos da Doutrina de Emprego da Força Terrestre, 5-1 Logística, 8-1 Organização dos Elementos da Força Terrestre, 6-1

CONSIDERAÇÕES INICIAIS, 1-1 DEFINIÇÕES BÁSICAS, 1-1 DIREITO INTERNACIONAL DOS CONFLITOS ARMADOS, 4-3 DOUTRINA MILITAR DE DEFESA, 2-4 ELEMENTOS DO PODER DE COMBATE TERRESTRE, 5-8 EMPREGO DA FORÇA TERRESTRE, O 5-2 ESPECTRO DOS CONFLITOS, O 4-1 ESTRATÉGIA MILITAR DE DEFESA, 2-3 ESTRATÉGIA NACIONAL DE DEFESA, 2-2 ESTRATÉGIAS DE EMPREGO, 5-1 ESTRUTURAS ORGANIZACIONAIS, 6-6 FINALIDADE, 1-1 FORÇA TERRESTRE NAS OPERAÇÕES DE PROJEÇÃO DE FORÇA, A 7-4 IMPORTÂNCIA DAS OPERAÇÕES CONJUNTAS, A 7-4 LIVRO BRANCO DE DEFESA, 2-4

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MARCO CONCEITUAL, 1-2 NÍVEIS DE PLANEJAMENTO, 5-6 NÍVEIS DE PLANEJAMENTO E CONDUÇÃO DAS OPERAÇÕES E A LOGÍSTICA, 8-5 OPERAÇÕES NO AMPLO ESPECTRO, AS 4-4 ORGANIZAÇÃO E EXECUÇÃO DA LOGÍSTICA, 8-5 ORGANIZAÇÕES OPERATIVAS, 6-11 PODER MILITAR TERRESTRE, 3-2 PODER NACIONAL, 3-1 POLÍTICA MILITAR DE DEFESA, 2-3 POLÍTICA NACIONAL DE DEFESA, 2-2 PRINCIPAIS IMPLICAÇÕES PARA O EMPREGO DA FORÇA TERRESTRE, 7-2 PRINCÍPIOS BÁSICOS DO DIREITO INTERNACIONAL DOS CONFLITOS ARMADOS, 4-3 PRINCÍPIOS DA LOGÍSTICA, 8-4 PRINCÍPIOS DE GUERRA, 5-3 PROJEÇÃO DE FORÇA, 7-3 SEGURANÇA E DEFESA NACIONAL, 2-1

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REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. NBR 6021 – Publicação científica impressa. Documentação. Rio de Janeiro, 2003. BRASIL. Presidência da República. Decreto nº 7276, Estrutura Militar de Defesa. Brasília, 2010. _______. Manual de Redação da Presidência da República / Gilmar Ferreira Mendes e Nestor José Forster Júnior. – 2. ed. rev. e atual. – Brasília, 2002. _______. Congresso Nacional. Decreto Legislativo nº 373, Política Nacional de Defesa, Estratégia Nacional de Defesa e Livro Branco de Defesa Nacional. Brasília, 2013. CHILE. Ejército de Chile. El Ejército y la Fuerza Terrestre – DD-10001. Santiago, 2006. ESPAÑA. Ejército de Tierra Español. Empleo de las Fuerzas Terrestres – PD1-001. Madrid, 2011. FRANÇA. Armée de Terre. Gagner la bataille. Conduire à la paix: les forces terrestres dans les conflits aujourd’hui et demais – FT-01. Paris, 2007. USA. U.S. Army Training and Doctrine Command. Operations – FM 3-0. Washington, 2008. MINISTÉRIO DA DEFESA (Brasil). Doutrina Militar de Defesa – MD51-M-04 – 2ª Edição. Brasília, 2007. ______. Doutrina de Operações Conjuntas (Volumes 1,2 e 3) – MD30-M-01 – 1ª Edição. Brasília, 2011. ______. Estratégia Militar de Defesa. Brasília, 2006. ______. Glossário das Forças Armadas – MD35-G-01 – 4ª Edição. Brasília, 2007. ______. Manual de Abreviaturas, Siglas, Símbolos e Convenções Cartográficas das Forças Armadas – MD33-M-02 – 3ª Edição. Brasília, 2008. ______. Politica Militar de Defesa. Brasília, 2005. MINISTÉRIO DA DEFESA. EXÉRCITO BRASILEIRO. Comando do Exército. Instruções Gerais para as Publicações Padronizadas do Exército – EB10-IG-01.002 – 1ª Edição. Brasília, 2011. _______. Estado-Maior do Exército. Bases para a Transformação da Doutrina Militar Terrestre. Brasília, 2013.

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LISTA DE DISTRIBUIÇÃO

1. ÓRGÃOS INTERNOS EXEMPLARES a. Alta Administração Comando do Exército: - Gabinete ................................................................................................ 06 - CCOMSEx e CIE ................................................................................... 04 - SGEx e CCIEx ....................................................................................... 02 EME: - Gabinete ................................................................................................ 02 - 1ª SCh, 2ª SCh, 4ª SCh, 5ª SCh, 6ª SCh, 7ª SCh e EPEx...................... 04 - C Dout Ex ( inclusive exemplar-mestre) ................................................ 20 COTER: - Comando ............................................................................................... 06 - 1ª SCh, 2ª SCh , 3ª SCh e 4ª SCh........................................................ 04 COLOG: - Comando ............................................................................................... 04 - D Abst, D Mat, DFPC, DM Av Ex e Ba Ap Log Ex ................................. 02 DGP: - Chefia .................................................................................................... 04 - DSM, DCEM, DA Prom, DCIPAS e D Sau ............................................. 02 DECEx: - Chefia .................................................................................................... 06 - DESMil, DETMil, DEPA, DPHCEx e CCFEx.......................................... 04 DEC: - Chefia .................................................................................................... 04 - DOC, DOM, DPIMA e DPE .................................................................... 02 DCT: - Chefia .................................................................................................... 04 - DSG, DF, CAEx, CDS, CITEx, CTEx, CCOMGEx e CD Ciber .............. 02 SEF: - Chefia .................................................................................................... 04 - D Cont, DGO e CPEx ............................................................................ 02 b. Grandes Comandos e Grandes Unidades Comando Militar de Área ............................................................................ 08 Região Militar.............................................................................................. 06

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Divisão de Exército ..................................................................................... Brigada ....................................................................................................... Artilharia Divisionária .................................................................................. Grupamento de Engenharia ....................................................................... C Av Ex e C Op Esp ...................................................................................

06 04 04 04 04

c. Unidades Infantaria ..................................................................................................... Cavalaria..................................................................................................... Artilharia ..................................................................................................... Engenharia ................................................................................................. Comunicações............................................................................................ BPE............................................................................................................ BGP ........................................................................................................... B Log ......................................................................................................... B Av Ex ...................................................................................................... BMA ........................................................................................................... B Mnt Sup Av Ex ........................................................................................ BF Esp, BAC .............................................................................................. BDOMPSA ................................................................................................. B Av T ........................................................................................................ B Adm Ap 1ª/2ª/3ª RM ................................................................................ B Adm Bda Op Esp .................................................................................... B Sup, D Sup ............................................................................................. P R Mnt ...................................................................................................... GLMF ......................................................................................................... BF Paz “HAITI” ...........................................................................................

03 03 03 03 06 02 02 03 03 02 02 03 02 01 01 01 02 02 03 03

d. Subunidades/Frações (autônomas ou semi-autônomas) Infantaria/Fronteira ...................................................................................... Cavalaria..................................................................................................... Artilharia ..................................................................................................... Engenharia ................................................................................................. Comunicações............................................................................................ Material Bélico ............................................................................................ DQBN......................................................................................................... PE .............................................................................................................. Guarda ....................................................................................................... Bia/Esqd/Cia C (G Cmdo e GU) ................................................................. Cia Intlg/GE ................................................................................................ Cia Trnp ......................................................................................................

02 02 02 02 02 02 02 01 01 01 01 01

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Cia Prec ..................................................................................................... 3ª Cia F Esp ............................................................................................... CTA ............................................................................................................ CT .............................................................................................................. Dst Op Psc ................................................................................................. Dst Ap Op Esp ........................................................................................... Dst Sau Pqdt .............................................................................................. Cia E F Paz “MINUSTAH” ........................................................................... e. Estabelecimento de Ensino ECEME ...................................................................................................... EsAO ......................................................................................................... AMAN......................................................................................................... EsSA .......................................................................................................... IME ............................................................................................................ EsCom, EsEFEx , EsACosAAe, EsIE, EsIMEx, EsPCEx, EsFCEx, EASA, EsSEx, EsEqEx, EsSLog, CEP, CIGS, CIAvEx, CIGE, CI Op Esp, CI Pqdt GPB, CI Bld, CAAdEx e CCOPAB .................................... CPOR ......................................................................................................... NPOR ........................................................................................................

01 02 01 01 01 01 01 02

30 30 20 10 04

04 03 01

f. Outras Organizações Arquivo Histórico do Exército ...................................................................... Arsenais de Guerra RJ / RS / SP ............................................................... Bibliex ........................................................................................................ CECMA ...................................................................................................... EGGCF ...................................................................................................... Hospitais Gerais, Militares de Área e de Campanha ..................................

01 01 01 02 01 01

2. ÓRGÃOS EXTERNOS ADIEx/Paraguai .............................................................................................. CFN ................................................................................................................ COMDABRA ................................................................................................... EAO (FAB) ..................................................................................................... ECEMAR ........................................................................................................ EGN ............................................................................................................... EMA ............................................................................................................... EMAER .......................................................................................................... ESG ............................................................................................................... Ministério de Defesa (EMCFA) .......................................................................

01 01 01 01 02 02 02 02 02 06

ESTADO-MAIOR DO EXÉRCITO CENTRO DE DOUTRINA DO EXÉRCITO Brasília, DF, 2 de janeiro de 2014 www.exercito.gov.br

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