Relatorio Final Maio de 2020_VERSÃO FINAL (1)

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Description

Universidade Federal do Piauí Campus Ministro Reis Velloso Laboratório de Bioecologia Pesqueira

RELATÓRIO FINAL

PROJETOS ROTAS DA CONSERVAÇÃO

Monitoramento do comportamento migratório do Camurupim (Megalops atlanticus) e avaliação da reprodução dessa espécie no Litoral NordesteNorte do Brasil (Objetivos 2 - 3)

Dr. Cezar A. F. Fernandes Dr. Guilherme Fernandez Gondolo Dra. Francisca Edna de Andrade Cunha MSc. Alan Carvalho de Sousa Araújo MSc. Carlos Eduardo Lira dos Santos Silva Eng. de Pesca - Rafael Loiola Pereira

Maio de 2020

1. INTRODUÇÃO

O Camurupim Megalops atlanticus é uma espécie amplamente distribuída em águas tropicais e subtropicais do Oceano Atlântico, é encontrado a partir da Virginia (América do Norte) até o sul do Brasil incluindo ocorrência também no lado africano (AULT, 2008; ADAMS et al. 2014). Apresenta um ciclo de vida estuarino, ocupando lagoas e igarapés nas fases jovens, e migração para áreas marinhas costeiras na fase adulta (AULT et al. 2008). Durante a reprodução realiza migrações para águas transparentes e salinas ao longo da plataforma continental, comportamento relacionado às exigências para o desenvolvimento larval no início do ciclo de vida (CRABTREE et al. 1995; CRABTREE et al. 1997; AULT et al. 2007; AULT et al. 2008; BALDWIN & SNODGRASS, 2008; LUO et al. 2008; SPOTTE, 2016; MACE et al. 2018; WILSON et al. 2019). Devido à pressão pesqueira e baixa capacidade de resiliência da espécie, o Camurupim teve seus estoques pesqueiros e abundância populacional reduzida, o que resultou na proibição da atividade de pesca comercial nos Estados Unidos e países do Caribe e América Central (AULT et al. 2007, ADAMS et al. 2014; ADAMS & COOKE, 2015). Foi também inserida na lista vermelha de espécies ameaçadas de extinção - IUCN (ADAMS et al. 2012), provocando conjuntamente uma mudança de conduta no ordenamento da gestão pesqueira na região, através da adoção de políticas de incentivos à conservação e animação do desenvolvimento da atividade de pesca esportiva. Como resultado, se promoveu não somente a redução da pressão pesqueira nos estoques, mas também o incremento das receitas associadas ao turismo da pesca (~ 6 bilhões US$/ano), aliado ao controle rigoroso com relação a sobrevivência dos peixes soltos após a pesca, subsídios a pesquisa e conservação da espécie (AULT et al. 2007; DAILEY & LANDRY, 2008; AULT, 2010; AULT & LUO, 2013; SPOTTE, 2016). No Brasil, o contexto é bem diferente. O Camurupim é uma espécie importante para alimentação e geração de renda das famílias de pescadores artesanais, que capturam os exemplares com diferentes artes de pesca ao longo do ciclo de vida, tanto em caráter de subsistência quanto para fins comerciais (MENEZES & PAIVA, 1966; FERNANDES et al. 2017; SILVA, 2019). Atualmente, devido à grande exploração na região do Atlântico e a vulnerabilidade dessa

espécie, foi recentemente inserida na lista de espécies ameaçadas no Brasil (Portaria 455). Na região do Delta do Parnaíba são utilizados como apetrechos de pesca, a linha de mão e espinhel. Na comunidade de pesca da Pedra do Sal utiliza-se a linha de mão tendo como alvo os indivíduos adultos dessa espécie com o comprimento entre 88 a 288 cm e a tarrafa em lagoas da Ilha Grande (PI) que captura indivíduos jovens com o comprimento entre 8 a 46 cm (FERNANDES et al. 2017). Em Bitupitá (CE) são capturados principalmente em currais de pesca próximos à costa, com média de comprimento menor do que 100 cm (ARAÚJO & RODRIGUES, 2015; SILVA, 2019). E também linha de mão que atua no estoque adulto, com média de comprimento maior do que 180 cm. A maturidade sexual ocorre em torno de 100 cm para espécie na região, o que indica uma maior pressão da seletividade de pesca para os currais, que capturam indivíduos jovens, e em maior volume de produção (SILVA, 2019). Embora se conhece bastante sobre a espécie no Oceano Atlântico, o comportamento migratório e reprodutivo ainda é pouco conhecido. Sabe-se que realiza migrações reprodutivas para área oceânicas, possui fecundação externa e desovas parceladas (CABTREE et al. 1995, STEIN III et al. 2012). Entretanto, os locais de desova ainda não foram muito bem mapeados com relação a distribuição espacial e sazonal durante os eventos reprodutivos. Os dados oriundos do estudo das gônadas são fortes indicadores das estratégias reprodutivas, migração e segregação em áreas de desovas e relação com a seletividade dos aparelhos de pesca durante as capturas da espécie (BROWN-PETERSON et al. 2011). Silva (2019) reportou que a reprodução ocorre entre agosto e novembro, devido a presença de fêmeas e machos na fase ativamente desovando e incremento nos valores do índice gonadosomático (IGS). Luo et al. (2019) encontraram forte evidência de desovas no verão na Flórida, com o uso de marcas via telemetria que indicaram migração para desova na plataforma continental, em temperaturas médias de 26° C, associados a mergulhos profundos (~ 100 m) em noites de luas novas e cheias. Para entender melhor o uso do habitat, sua distribuição espacial e sazonal durante o ciclo de vida, muitos recursos têm sido utilizados nas recentes atividades de pesquisa, especialmente os experimentos de marcação e recaptura (ex. marcas plásticas, telemetria via satélite e acústica) (COOKE et al. 2012; HEUPEL et al.

2012; FINN et al. 2014; GRIFFIN et al. 2018; LUO et al. 2019). Além disso, coleta de amostras de variabilidade genética, microquímica de otólitos e da retina (ex. isótopos e metais traços), no sentido de compreender melhor a dinâmica populacional da espécie (BROWN & SEVERIN, 2007; WALLACE et al. 2014; ROHTLA & VETEMA, 2016; KURTH et al. 2019). Sabe-se que o camurupim pode percorrer mais de 1000 km em apenas 41 dias (~ 31 km/dia), e adentrar até 20 km dentro do rio em ambientes de baixa salinidade (< 10) (GRIFFIN et al. 2018). Ocupa preferencialmente águas tropicais em torno de 26°C e baixas profundidades até 50 m, o que não impede ocasionalmente mergulhos mais profundos (> 1000 m) (LUO et al. 2019). No entanto, muitas perguntas ainda precisam ser respondidas: (1) A pesca local afeta os mesmos indivíduos ou existem um ciclo de novos indivíduos a cada ano?, (2) Existe fidelidade aos locais de desova e áreas de crescimento e engorda?, (3) Quais os principais habitats selecionados ao longo do ciclo de vida e exibe conectividade?, (4) Apresentam uma migração sazonal padronizada, ou existem diferentes comportamentos migratórios numa mesma população, e ou residentes? (5) Como a variação climática e degradação ambiental alteram o processos migratórios e abundância populacional durante a ontogenia? O uso de transmissores é uma forma de gerar informações relevantes para entender a rota migratória da espécie e o conhecimento sobre o uso do habitat em relação a sua distribuição espaço-sazonal durante o ciclo de vida (FINN et al. 2014; GRIFFIN et al. 2018). Assim como contribuir com a criação de planos de manejo e conservação da espécie em parceria com órgãos gestores, gestão da atividade de pesca, e subsidiar ações para a manutenção de ecossistemas essenciais e habitats utilizados, especialmente durante as fases jovens de sua ontogenia (ADAMS & COOKE, 2015; WHORISKEY & HINDELL, 2016). No entanto, a telemetria via satélite apresenta algumas limitações, sendo indicada apenas para a fase adulta, devido os indivíduos exibirem migrações de longas distâncias e maior resolução espacial (ALT & LUO, 2012). Por outro lado, não exige a recaptura dos indivíduos, a marcas são programadas para auto desprendimento, e os dados são acessados diretamente via satélite (ALT & LUO, 2012). A telemetria acústica por sua vez abrange todo ciclo de vida da espécie, e permite acesso a informações sobre as diferentes estratégias de migração, comportamento de residência ou migrações em escala menor, em águas interiores

(CURRIER et al. 2015; HUSSEY et al. 2015; WHORISKEY & RINDELL, 2016). Porém para monitoramento em uma distribuição espacial de larga escala via telemetria acústica, exige-se um trabalho conjunto em redes institucionais para implantação de um elevado número de receptores na área de distribuição da espécie. Incluindo também a necessidade de implantes internos dos transmissores e recaptura (GRIFFIN et al. 2018). Devido o objetivo central do presente projeto (Fase 1) ser direcionado a compreensão de longas rotas migratórias e atividade reprodutiva, optou-se pela telemetria via satélite. No sentido de avaliar o comportamento migratório em larga escala e ocupação dos diferentes habitats na fase adulta, o efeito da variação espaço-sazonal, o comportamento reprodutivo e a seletividade do aparelho de pesca. Para isso, foram aliados a aplicação dos “tags”, coletas de amostras biológicas

(gônadas)

e

monitoramento

dos

desembarques

pesqueiros.

Adicionalmente, os dados do presente projeto irão subsidiar a construção de um plano de manejo e de gestão da pesca do camurupim na unidade de conservação da APA do Delta do Parnaíba e áreas marinhas adjacentes.

2. OBJETIVOS

2.1. Objetivo geral Estudar o comportamento migratório, biologia reprodutiva, e o efeito da seletividade do aparelho de pesca no Camurupim M. atlanticus na APA Delta do Parnaíba e áreas marinhas adjacentes.

2.2. Objetivos específicos 

Avaliar a seletividade do aparelho de pesca por faixa de comprimento e fase do ciclo de vida do Camurupim M. atlanticus capturada na Praia da Pedra do Sal;



Estimar a relação Peso-Comprimento dos espécimes de Camurupim;



Obter o Índice Gonadossomático do Camurupim capturado;



Identificação das fases reprodutivas do Camurupim M. atlanticus macroscopicamente e microscopicamente;



Determinar o período reprodutivo da espécie na área da Praia da Pedra do Sal;



Estimar o comprimento de primeira maturidade sexual (L50)



Avaliar o desenvolvimento ovocitário, frequência de diâmetro dos ovócitos e o tipo de fecundidade.



Determinar a rota migratória, uso do habitat, e distribuição espaçotemporal da espécie M. atlanticus através do sensoriamento via satélite.

3. ANTECEDENTES

A atividade pesca é uma importante fonte de renda para as comunidades que vivem no Delta do Parnaíba (PI-MA) e região marinha adjacente. Entre os principais recursos pesqueiros capturados na região destacam-se em volumes de desembarques o caranguejo uçá Ucides cordatus, o robalo flecha Centropomus undecimalis, a tainha Mugil curema, a pescada amarela Cynoscion acoupa, o marisco Cyanocyclas brasialina, e os camarões de água doce Macrobrachium acanthurus e M. amazonicum (FARIAS et al. 2015; BARLETTA et al. 2017). Na Pedra do Sal (PI), além de algumas destas mesmas espécies que são comumente capturadas, inclui-se o camurupim Megalops atlanticus. Se utiliza a linha de mão tendo como alvo os indivíduos adultos dessa espécie com o comprimento entre 88 a 288 cm e a tarrafa em lagoas da Ilha Grande (PI) que captura indivíduos jovens com o comprimento entre 8 a 46 cm (FERNANDES et al. 2017). Em Bitupitá (CE) são capturados principalmente em currais de pesca próximos à costa, com média de comprimento menor do que 100 cm. E também linha de mão que atua no estoque adulto, com média de comprimento maior do que 180 cm. A maturidade sexual ocorre em torno de 100 cm para espécie na região, o que indica uma maior pressão da seletividade de pesca para os currais, que capturam indivíduos jovens, e em maior volume de produção (SILVA, 2019). Atualmente, devido à grande exploração na região do Atlântico e a vulnerabilidade dessa espécie, o camurupim foi recentemente inserido na lista de espécies ameaçadas no Brasil (Portaria 455). Este último aspecto é responsável por um conflito entre a instituição atribuída para gestão, ordenamento e manejo

pesqueiro (ICMBio) e a comunidade de pesca. E principalmente por se tratar de uma área de uso sustentável (RESEX) e Área de preservação Ambiental (APA), ambas unidades de conservação e que devem seguir orientações e regras específicas. Aliado a este processo, o projeto surge como uma excelente alternativa de mitigação, não somente do problema de gestão da pesca, mas também para geração de informação científica importante na tomada de decisão. E ainda fortalece as relações institucionais (pesquisa, gestão e comunidade), sendo esta configuração uma excelente estrutura para efetivamente se conseguir manejar e mitigar o impacto da pressão de pesca e demais variáveis (MACEDO et al. 2019). Mas esta não é uma tarefa muito fácil, primeiro por provocar mudança na comportamento e conduta de comunidade de pescadores, acostumados e acomodados ao longo do tempo com suas práticas (BENNETT & DEARDEN, 2014). E que apesar de reconhecerem a redução da produção pesqueira e impacto da pesca nas últimas décadas, não conseguem se desprender de antigas ações. Um dos fortes aspectos está relacionado a preocupação de geração de renda, alimento e sustento de suas famílias. A falta de credibilidade nas instituições de governança, e também em ações praticadas no passado por organizações não governamentais (ONG) e de pesquisa (universidades, institutos, e etc.), que de fato não conseguiram provocar alguma mudança perceptível e que servissem de estímulos na mudança de postura em detrimento a conservação dos recursos pesqueiros (CHSRLES & WILSON, 2009; JONES et al. 2013; FERNANDES & CUNHA, 2017; MACEDO et al. 2019). Os subsídios são mínimos quando presentes, e se restringem basicamente ao seguro defeso, como contrapartida da redução do esforço de pesca no período de reprodução das espécies. Este último, conhecido por suas falhas em atender o verdadeiro objetivo de preservação e manutenção dos estoques pesqueiros, e por fim acaba servindo apenas de estratégia política para manutenção da situação de crise que vive a pesca no Brasil (APELLESSO & CAZELLA, 2011). A coleta de dados sobre a produção pesqueira no país está paralisada desde 2014, o que inviabiliza de certa maneira a gestão e ordenamento da pesca. De forma irreversível, aumenta a insegurança da comunidade de pesca, que acaba afrouxando as poucas alternativas com relação a gestão e conservação dos estoques pesqueiros, aumentando conjuntamente o impacto nos estoques pesqueiros (SALAS et al. 2014; VERBA et al. 2020). O problema somente se

agrava, com a ausência de dados sobre a dinâmica populacional e ecologia pesqueira de muitas espécies comercialmente importantes (VERBA et al. 2020). Um dos aspectos que ainda sustenta a manutenção da atividade pesqueira é a estratégia de vida das espécies capturadas, tendo como maior volume de produção agrupado para espécies de ciclo de vida curto (< 10 anos de vida), maturidade sexual precoce (~1 ano), alta fecundidade, o que viabiliza a renovação do sistema e reposição de biomassa (ex. clupeídeos e engraulídeos) (DEVINE & HEINO, 2012). Embora, sabe-se que esta capacidade de resiliência ao longo do tempo deve ser perdida não somente devido ao esforço de pesca, mas também por mudanças climáticas, poluição e degradação dos ambientes, alterações nas relações tróficas e mudança na composição das capturas (NEUHEIMER & GRONKJAER, 2012; SILVA & LOPES, 2015). O que resulta consequentemente na redução de receitas, emigração da atividade de pesca, e perda da identidade cultural e da renovação de pescadores nas próximas gerações (MACEDO et al. 2019). Embora o cenário é preocupante, muitos exemplos de sucesso estão provocando significativas mudanças. Entre os mais recentes se incluem os acordos de pesca em nível comunitário e com regras decididas no conselho, e posteriormente validação via instruções normativas (FERNANDES & CUNHA, 2017). Mas, sobretudo na mudança de atores responsáveis, agora a comunidade é responsável pela geração de dados de produção, controle, fiscalização, e ordenamento da atividade pesqueira (FRAZER et al. 2006; SILVANO & BEGOSSI, 2012; HAUZER et al. 2013; FERNANDES & CUNHA, 2017; FERNANDES et al. 2019). Nesse sentido, a pesquisa é um fator de agregação que permite a geração de informações preciosas sobre o ciclo de vida dos principais recursos pesqueiros, e subsidia dados para elaboração de planos de manejo de gestão da pesca. Mas, que no novo formato direciona a tomada de decisão, regras estabelecidas e executadas para o âmbito da comunidade (MORGAN et al. 2012; CÁRCAMO et al. 2014; GAYMER et al. 2014; MACEDO et al. 2019; FERNANDES et al. 2019). As principais medidas estabelecidas têm se detido a restrições para uso de alguns aparelhos de pesca predatória, tais como redes de tapagem que fecham as passagens dos peixes entre os igarapés (FERNANDES & CUNHA, 2017). Currais de pesca em zonas estuarinas, explosivos e demais armadilhas que ocasionam grandes impactos na abundância dos recursos pesqueiros, devido seu elevado

poder de pesca. Recentemente, de maneira mais eficiente tem se avançado na restrição do tamanho das malhas das redes, se proibindo malhas inferiores a 6 cm entre nós opostos. Ou ainda, se adequando as indicações para cada espécie alvo, em função da seletividade da arte de pesca, evitando-se ou reduzindo ao máximo a captura de indivíduos com comprimento abaixo da maturidade sexual (ex. jovens) (ERNANDE et al. 2004; FERNANDES & CUNHA, 2017; FERNANDES et al. 2019). E assim permitindo o engajamento reprodutivo e sucesso na reposição de biomassa para cada espécie em nível específico. Tal medida é orientada pela observação de um efeito negativo da seletividade de pesca que ocasiona maturidade precoce e redução no comprimento em que os indivíduos se tornam adultos, como estratégia de sobrevivência dos indivíduos. Motivo bastante conhecido que reduz a capacidade reprodutiva de uma espécie em função da redução do comprimento corporal, e subsequentemente na fecundidade em função da capacidade em produção de número de ovos em relação ao espaço abdominal (fisheries induced evolution) (BROWMAN et al. 2008; HEINO & DIECKMANN, 2008; AUDZIJONYTE et al. 2013). Entretanto, a medida mais obedecida e praticada de uma maneira geral se restringe ao período de defeso e proibição das capturas durante a reprodução. Várias outras recomendações devem ser orientadas para se chegar ao manejo mais adequado das pescarias e capacidade de suporte do estoque, entre elas se incluem: (a) áreas restritas a pesca com exclusividade permitida para um grupo dimensionando em relação da capacidade de produção e limite de esforço de pesca (ex. número de embarcações, pescadores e artes de pesca); (b) zona de proibição de pesca (non-take zones), reservas naturais e áreas de reprodução; (c) restrição de aparelhos de pesca em função da seletividade, excluindo os jovens mas também os indivíduos maiores e mais fecundos de uma população (ex. BOFF); (d) quota de captura para produção; (e) rodízio de áreas de pesca com oportunidade de recuperação de locais bastante explorados; e (f) esforço de pesca controlado (ABURTO-OROPEZA et al. 2011; FAO, 2011; ABBOTT & HAYNE, 2012; EDGAR et al. 2014; HIXON et al.. 2014; BARNECHE et al. 2018; LEIS et al. 2019, FERNANDES & CUNHA, 2017; FERNANDES et al. 2019). Vale ressaltar que tais medidas devem ser monitoradas e avaliadas para cada espécie, estoque e áreas de pesca. E o conjunto de informações sobre cada espécie, regras de ordenamento, e medidas de mitigação devem compor um plano

de manejo específico e ser conduzido por um órgão de gestão (ICMBio) e um comitê gestor permanente (IEs, ONG, instituições de governança e controle ambiental). No Delta do Parnaíba (PI-MA) e área marinha adjacente, a situação não é muito diferente, sendo recentemente construído um plano de manejo geral de uso sustentável, que abrange todas atividades em unidades de conservação (pesca, turismo, especulação imobiliária, energia eólica, produção de alimento e insumos, e etc.) (FERNANDES & CUNHA, 2017). A pesca na Pedra do Sal segue de maneira desordenada, e somente com o levantamento de dados e elaboração de um plano de manejo específico para pesca do camurupim, será possível atender a proibição de pesca e paralelamente flexibilizar a legislação em detrimento ao uso sustentável do recurso pesqueiro por parte da comunidade (FERNANDES et al. 2017). Portanto, o presente projeto é crucial para o sucesso da gestão pesqueira local, e principalmente de uma espécie de distribuição global, de baixa vulnerabilidade e capacidade de resiliência reduzida. Sendo este um bom exemplo de harmonia na mitigação dos impactos da pesca aliados a preservação da identidade cultural de pesca, manutenção das tradições, geração de renda e alimento. De maneira científica, fornece informações sobre a bioecologia e dinâmica populacional da espécie, ajudando também a melhorar a imagem do país em relação a gestão de seus recursos pesqueiros, que nos últimos anos foi considerada ineficiente pela FAO.

4. MATERIAL E MÉTODOS

4.1. Área de estudo - Praia da Pedra do Sal Os espécimes para o estudo da reprodução e monitoramento dos desembarques foram adquiridos através da atividade pesqueira comumente praticada pelos pescadores artesanais. A Praia da Pedra do Sal (2º48’25,37’’ S e 41º 43’ 49,26’’ W) fica situada no município de Parnaíba, estado do Piauí, e pertence a unidade de conservação da APA Delta do Parnaíba (Fig. 1). O desenvolvimento da atividade de marcação via telemetria satélite ficou restrito a Bitupitá (CE) pela melhor condição do aparelho de pesca (curral), sendo a linha de mão utilizada na Pedra do Sal (PI) não muito favorável, agredindo muito os

indivíduos durante a captura. Nesse caso, inviabilizando as condições físicas dos peixes a serem marcados, que por ventura não sobrevivem após o trauma.

Figura 1: Mapa apresentando o povoado da Pedra do Sal, região do estudo. Fonte: imagens de satélite, Google Maps.

4.2.

Área de estudo - Bitupitá (CE) Os espécimes foram marcados no curral 41 que fica aproximadamente a

13,5 km da praia de Bitupitá na localização (-2°46’33” S e -41°18’22” W). Bitupitá fica localizada em Barroquinha-CE (2°53'34.8"S 41°16'28.7"W) (Fig. 2).

Figura 2: Mapa apresentando o povoado e o local de marcação em Bitupitá, região do estudo. Fonte: imagens de satélite, Google Maps.

4.3. Métodos de campo Foram coletados espécimes de Camurupim através de apetrecho de linha de mão entre os meses de setembro de 2018 a abril de 2020 na Praia da Pedra do Sal. Em campo foram aferidos o comprimento total (CT) em centímetros, peso total (PT) e peso das gônadas (PG) em quilograma (Kg) dos indivíduos, com uso de fita métrica e balança digital. As gônadas adquiridas foram armazenadas em solução de formol a 10% e encaminhadas após o período entre 24-48 horas ao Laboratório de Bioecologia Pesqueira – BIOPESCA da Universidade Federal do Piauí, onde foram depositadas em recipiente contendo álcool 70% até posterior análises laboratoriais. Em seguida foram identificadas as fases de maturidade sexual e sexos de acordo com escala padronizada proposta por Brown-Peterson et al. (2011), com segue: (I) imaturo, (II) desenvolvimento, (III) capaz de desovar, (IV) ativamente desovando, (V) regressão e (VI) regeneração.

4.4.

Métodos de análises A relação peso-comprimento foi calculada segundo a equação proposta

por Huxley et al. (1932) e analisada através do teste (Wilcoxon-Mann-Whitney, p < 0,05) para comparação dos pesos e comprimentos entre os machos e as fêmeas. Wt = ALtb Onde: Wt = peso total (g). A = exponencial do coeficiente linear. Lt = comprimento total (cm). b = coeficiente angular.

Conforme Flores et al. (2015) o do índice gonadossomático (IGS) foi obtido através da seguinte equação: IGS = PG/PT*100 Onde: PG = peso da gônada (g) PT = peso do peixe (g)

O comprimento de primeira maturidade sexual foi estimado através da curva logística com base na frequência relativa de adultos em cada classe de comprimento (SL), de acordo com a fórmula MF = exp (a+(b)*CT)(1+exp (a+(b)*CT)), onde MF = fração de espécimes adultos e CT = comprimento total (cm). Todos os indivíduos em vitelogênese foram considerados adultos. O ajuste dos pontos foi realizado pelo método da máxima verossimilhança. A distribuição dos diâmetros dos ovócitos foi analisada segundo o método proposto por Hunter e Macewicz (1985a), selecionando apenas os indivíduos nas fases capaz de desovar e reprodutivamente ativos.

4.5.

Métodos de marcação dos Tags As marcações dos indivíduos adultos do camurupim foram realizadas na

praia de Bitupitá, município de Barroquinha, estado do Ceará, no período de outubro a novembro de 2019. Foram utilizadas marcas do tipo SPOT 6 via telemetria satélite adquiridas através da Wildlife Computers. A aquisição dos espécimes foi através da pesca de curral realizada pelos pescadores artesanais que residem na localidade. Uma vez confinado no aparelho de pesca (curral), os camurupins foram cercados com uso de uma rede, levados próximo a borda da embarcação e imobilizados pela amarração da mandíbula. Antes da marcação, foram aferidos o comprimento total e a largura total em centímetros, com o uso de uma fita métrica, de cada indivíduo. As marcações foram realizadas pelos pesquisadores e pescadores da embarcação que atuam na pesca de curral do camurupim, treinados anteriormente para a realização da ação, e usados transmissores acoplados em gancho, previamente higienizado e imergido em solução anestésica (Fig. 3).

Figura 3: Transmissor via satélite SPOT 6 (Tag) usado para a marcação do camurupim M. atlanticus. Fonte: Arquivo pessoal.

Os Tags foram inseridos na porção dorsal anterior dos animais e após a marcação, foi verificado o comportamento de cada indivíduo antes da soltura (Fig. 4). Em seguida os indivíduos marcados foram monitorados através do software específico (Tag Agent) fornecido para acesso pela Wildlife Computers.

Figura 4: Marcação dos transmissores via satélite realizada no camurupim M. atlanticus em Bitupitá. Fonte: Arquivo pessoal.

5. RESULTADOS

5.1.

Avaliação dos desembarques e relação peso-comprimento

No período de setembro de 2018 a abril de 2020 foram coletados 153 espécimes do Camurupim (M. atlanticus) na praia da Pedra do Sal. Os desembarques apresentaram uma média de aproximadamente 13 indivíduos capturados por mês, não sendo observado uma variação sazonal no período de estudo, embora em outubro foi registrado o maior número (n=29) (Fig. 5).

Camurupim M. atlanticus

N° de individuos capturados

35 29

30 25

19

20

16

16

15

14

15

14

15

9

10 5 5

1

0 Set

Out

Nov

Dez

Jan

Fev

Mar

Abr

Mai

Jun

Jul

Ago

Figura 5: Número de indivíduos desembarcados do Camurupim M. atlanticus capturados na Pedra do Sal - PI entre o período de setembro de 2018 a abril de 2020.

Os comprimentos dos indivíduos variaram ente 123 e 228 cm (CT) (média 191,30 ± 19,15 cm DP), e mensalmente se mantiveram também próximo a média (Fig. 6 e 7). A proporção sexual foi determinada através da observação em campo das gônadas, dos quais 149 dos indivíduos eram fêmeas e 4 eram machos.

Camurupim M. atlanticus 50 43

45

41

Nº de individuos

40 32

35 30

22

25 20 14

15 10 5

1

0

0

Classes de comprimento (cm)

Figura 6: Classes de comprimento do Camurupim M. atlanticus capturados na Pedra do Sal - PI entre o período de setembro de 2018 a abril de 2020.

Camurupim M. atlanticus Median; Box: 25%-75%; Whisker: Non-Outlier Range 240

Comprimento (cm)

220

200

180

160

140

120 Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago

Median 25%-75% Non-Outlier Range Outliers Extremes

Figura 7: Variação de comprimento médio do Camurupim M. atlanticus capturados na Pedra do Sal - PI entre o período de setembro de 2018 a abril de 2020.

As fêmeas apresentaram maior comprimento, variando entre 123 e 228 cm (média 191,74 ± 18,88 DP) e os machos entre 158 e 178 cm (média 192,59

± 21,26 DP) (Fig. 8). O mesmo padrão ocorre quando verificado o peso dos indivíduos, com as fêmeas apresentando maior peso variando entre 13 a 80 kg (média 44,35 ± 13,12 DP), enquanto os machos exibem peso variando entre 18 a 25 kg (média 44,59 ± 14,31 DP) (Fig. 9). Houve diferença estatística significativa entre o peso e comprimento entre os sexos do camurupim (Wilcoxon-Mann-Whitney, p < 0,05). Foi observado que as fêmeas crescem mais e são mais pesadas que os machos.

Camurupim M. atlanticus Median; Box: 25%-75%; Whisker: Non-Outlier Range 240

220

Comprimento (cm)

200

180

160

140

120 Fêmeas

Machos

Median 25%-75% Non-Outlier Range Outliers Extremes

Figura 8: Variação de comprimento médio das fêmeas e machos do Camurupim M. atlanticus capturados na Pedra do Sal - PI entre o período de setembro de 2018 a abril de 2020.

Camurupim M. atlanticus Median; Box: 25%-75%; Whisker: Non-Outlier Range 90

80

70

Peso (kg)

60

50

40

30

20

10 Fêmeas

Machos

Median 25%-75% Non-Outlier Range Outliers Extremes

Figura 9: Variação de peso médio das fêmeas e machos do Camurupim M. atlanticus capturados na Pedra do Sal - PI entre o período de setembro de 2018 a abril de 2020.

Os valores encontrados para o coeficiente de regressão dos indivíduos fêmeas e machos, indicam que a relação entre o peso comprimento total da espécie apresentou alometria negativa (b<3), mostrando que a espécie possui um incremento maior no comprimento total do que no peso total (Fig. 10).

Relação peso-comprimento Peso total (kg) = 2.0936*exp(0.0156*x) 90 80

Peso total (kg)

70

y = 2.0936e0.0156x R² = 0.7968

60 50 40 30 20 10 100

120

140

160

180

200

220

240

Comprimento total (cm)

Figura 10: Relação peso e comprimento do Camurupim M. atlanticus capturados na Pedra do Sal - PI entre o período de setembro de 2018 a abril de 2020.

5.2.

Índice gonadossomático

O índice gonadossomático (IGS) variou de 0,22 a 12,50 para os espécimes. Observa-se um incremento dos valores médios para o IGS entre o período de setembro a dezembro (IGS > 5), indicando o período no qual estes indivíduos provavelmente estavam desovando – estação seca (Fig. 11). A partir de janeiro ocorre uma redução dos valores médios para o IGS que se estende até julho, com valores inferiores a 2,0 nestes respectivos meses (estação chuvosa). A partir de fevereiro já não são mais observados indivíduos na fase ativamente desovando, indicando o fim do período reprodutivo para espécie, aliado a presença de indivíduos em fase de regressão (Fig. 12). Existe diferença estatística significativa entre as médias dos IGS no período amostral (Teste de Kruskall-Wallis, p < 0.05).

14 300 12 250 10

IGS

8 150 6

4

100

2

50

0 0 Set

Nov Out

Jan Dez

Mar Fev

Mai Abri

Jul Jun

Ago

Pluviosidade (mm)

200

Median(L) 25%-75%(L) Non-Outlier Range(L) Outliers(L) Extremes(L) Chuvas(R)

Figura 11: Índice gonadossomático do Camurupim M. atlanticus capturados na Pedra do Sal - PI entre o período de setembro de 2018 a abril de 2020.

Em relação a maturidade sexual foram observados 63 gônadas, sendo 28 fêmeas e 1 macho. Entre as fêmeas foram observadas: 1 imatura, 2 em desenvolvimento, 5 capazes de desovar, 10 ativamente desovando, 25 em regressão e 20 em regeneração. Para os machos, observou-se :1 em regeneração (Fig. 12).

Camurupim M. atlanticus 100% 80% 60% 40%

20% 0% set

out

nov

dez

jan

fev

mar

abr

mai

jun

Imaturo

Desenvolvimento

Capaz de Desovar

Ativamente Desovando

Regressão

Regeneração

jul

ago

Figura 12: Fases de maturidade sexual do Camurupim M. atlanticus capturados na Pedra do Sal - PI entre o período de setembro de 2018 a abril de 2020.

5.3.

Desenvolvimento ovocitário

A vitelogênese tem início com ovócitos em estágios oogônia e ovócitos em crescimento primário (CP), enquanto apenas estes presentes nos cortes histológicos das gônadas, os indivíduos encontram-se na imaturidade. O crescimento secundário começa com o estágio cortical alveolar (CA), momento em que se inicia a vitelogênese endógena, indicando que os indivíduos estão em fase de desenvolvimento. Com o crescimento dos ovócitos, a vitelogênese lipídica e proteica são caracterizadas pela transição entre os seguintes ovócitos em estágio de vitelogênese primária [Vtg1], vitelogênese secundária [Vtg2] e vitelogênese terciária [Vtg3]), na medida que vão incrementando em diâmetro até a ovulação – hidratação dos ovócitos (Fig. 13).

Figura 13: Progresso de desenvolvimento ovocitário das fêmeas do Camurupim M. atlanticus capturados na Pedra do Sal - PI entre o período de setembro de 2018 a abril de 2020.

O diâmetro dos ovócitos variou entre 46,05 e 895,53 μm. A média de diâmetro dos ovócitos e desvio padrão para cada estágio de desenvolvimento ovocitário segue respectivamente: CP (71,10±14,91μm); CA (167,39±17,39 μm); Vtg1 (217,32±25,91 μm); Vtg2 (443,05±78,79 μm); Vtg3 (600,29±107,62 μm); (Fig. 14). Houve diferença significativa entre os estágios de desenvolvimento ovocitário (Teste Kruskal-Wallis, p < 0,05). Não foi possível obter cortes histológicos dos ovócitos hidratados, que em função do tamanho e volume de água nas gônadas com o processo de ovulação, não permitiram boas fixações nas lâminas.

Camurupim M. atlanticus Median; Box: 25%-75%; Whisker: Non-Outlier Range 1000 900 800

Diâmetro (µm)

700 600 500 400 300 200 Median 25%-75% Non-Outlier Range Outliers Extremes

100 0 CP

CA

Vtg1

Vtg2

Vtg3

Figura 14: Box plot. Distribuição de frequência do diâmetro dos ovócitos do Camurupim M. atlanticus capturados na Pedra do Sal - PI entre o período de setembro de 2018 a abril de 2020.

A figura 15 mostra o desenvolvimento macroscópico das gônadas nas fases capaz de desovar, regressão e regeneração. A

B /

C

Figura 15: Fotografia exibindo o desenvolvimento macroscópico das gônadas das fêmeas do Camurupim M. atlanticus capturadas na APA Delta do Parnaíba entre o período de setembro de 2018 a abril de 2019: (A) Capaz de Desovar; (B) Regressão; (C) Regeneração.

5.4.

Fases de maturidade sexual – histologia

A entrada na fase em desenvolvimento é marcada pela presença de cortical alveolar – CA (Fig. 16 A). A fase capaz de desovar é caracterizada pela presença de ovócitos em vitelogênese terciaria - Vtg3 (Fig. 16 B). À medida que

o período reprodutivo chega ao fim, os espécimes entram na fase de regressão que é caracterizada pela presença de ovócitos em atresia (Fig. 16 D). A fase de regeneração é marcada pela presença de oogonia e ovócitos em crescimento primaria (CP), bem semelhante a fase imatura, mas, a fase de regeneração possui algumas características diferenciais como: parede ovariana mais grossa (PO), maior espaço entre os ovócitos, distensão das lamelas ovígeras e um feixe muscular entre os ovócitos (Fig. 16 C). A presença de ovócitos em diferentes estágios

de

desenvolvimento

conjuntamente,

indica

desenvolvimento

assincrônico dos ovócitos e desova parcelada.

Figura 16: Fotomicrografias de algumas das fases reprodutivas das fêmeas do Camurupim M. atlanticus capturados na APA Delta do Parnaíba entre o período de setembro de 2018 a junho de 2019. (A) fase inicial em desenvolvimento (PG= ovócito em crescimento primário, CA= cortical alveolar); (B) fase em desenvolvimento (PG= ovócito em crescimento primário, Vtg 2= ovócito em vitelogênese secundaria); (C) fase regereração (PG= ovócito em crescimento primário; Vtg3 = ovócito em vitelogênese terciaria); (D) fase de regressão com ovócitos em atresia.

5.5.

Comprimento de primeira maturidade sexual (L50)

Foi estimado o comprimento de primeira maturidade sexual para o camurupim Megalops atlanticus capturado na Pedra do Sal em 123 cm CT (Fig. 17).

Camurupim M. atlanticus Fêmea=exp(-46.89755523762+(.38126255595923)*x)/(1+exp(-46.89755523762+(.38126255595

1.0

0.8

0.6

%

Fêmea L50 = 123 cm 0.4

0.2

0.0

60

80

100

120

140

160

180

200

Comprimento (cm)

Figura 17: Comprimento de primeira maturidade sexual (L50) do Camurupim M. atlanticus capturadas na APA Delta do Parnaíba entre o período de setembro de 2018 a abril de 2019.

5.6.

Rota migratória

Foram marcados 6 espécimes entre os meses de outubro a novembro de 2019 em Bitupitá no curral 41 com os dispositivos de telemetria via satélite SPOT 6 (Tags) (Tabela I). Apenas três destes enviaram sinal e seguem respectivamente os dados das marcas: 17U2661, 17U2666, 17U2674 e 17U2670. Apenas 1 marca foi recuperada até o presente momento (17U2661). E os dados foram obtidos via satélite através do software específico em base de acesso on-line (Wildlife Computers).

Tabela I. Data de aplicação, tamanho do peixe, datas e quantidades de sinais recebidos por tag. TAG S/N Deployement Date

17U2661 17U2659 17U2666 17U2674 17U2662 17U2670 22/out

23/out

27/out

28/out

28/out

07/nov

183

200

198

212

185

172

-

-

88

113

85

77

Weight (kg)

60

70

55

70

50

40

N de Sinais sem localização

2

23

33

13

50

17

Data do 1o sinal

23/out

26/out

03/nov

31/out

31/out

10/nov

Data do último sinal

25/out

23/dez

08/jan

04/jan

07/jan

05/jan

10

0

1

3

0

2

25/out

-

31/out

-

10/nov

01/nov

-

10/nov

Length (cm) Girth (cm)

Sinais com localização Data do 1o sinal com localização Data do ultimo sinal com localização

04/nov

25/out

-

O comprimento dos indivíduos marcados variou entre 1,73 a 2 m e o peso entre 40 a 70 kg e a circunferência entre 77 e 113 cm. Observando-se os dados de cada sinal, aparentemente se indica que os indivíduos seguem a corrente em direção ao Maranhão, devido à localização do último sinal recebido (Fig. 18). A amplitude de deslocamento variou entre 50,13 e 261,44 km, com média de deslocamento diário de 21,75 km, permanência e recepção do sinal entre 5 e 12 dias. Foi observado que os indivíduos não se afastaram muito da costa ao longo do período de estudo, e permaneceram próximo ao complexo estuarino e costeiro que abrange a área do Delta do Parnaíba, entre a regiões do Piauí e Maranhão. O menor deslocamento observado entre cada ponto foi de aproximadamente 5 km, o que indica também um comportamento de permanência por um número razoável de dias (Fig. 18).

Figura 18. Rota migratória do Camurupim M. atlanticus marcados em Bitupitá no curral 41 entre o período de outubro a novembro de 2019.

6. DISCUSSÃO E CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente estudo apresenta informações importantes sobre a biologia reprodutiva e comportamento migratório do M. atlanticus. A reprodução ocorre no período seco na região do Delta do Parnaíba (setembro a dezembro), com a observação de valores mais elevados de IGS (> 2), e presença fêmeas nas fases capaz de desovar e ativamente desovando. Esta relação com as desovas no período seco também foi observada por Silva (2019), na região de Bitupitá (CE). Acredita-se que as desovas ocorram durante esse período, devido ao regime pluviométrico da região do Delta do Parnaíba (período chuvoso - janeiro e junho), e principalmente pelas exigências para o desenvolvimento larval da espécie e recrutamento (SMITH, 1980; CRABTREE, 1995). As larvas de camurupim (leptocephala) demandam de água transparente e com alta salinidade, e apresentam um desenvolvimento larval longo (~28 dias) (SMITH, 1980; SPOTTE, 2016), condições opostas ao período chuvoso. Na fase seguinte, de recrutamento (pós-flexão), os indivíduos migram para região estuarina e habitam lagoas onde conseguem abrigo contra predadores e alimento para continuar o crescimento, até deixar a fase juvenil (SHENKER et al. 2002; WILSON et al. 2019). Ao atingir a fase jovem ou sub-adultos, migram para

os igarapés e demais regiões estuarinas, com maior disponibilidade de presas, onde permanecem até a fase adulta (KURTH et al. 2019; LUO et al. 2019). Na fase adulta (> 110 cm), migram novamente e passam a ocupar a região costeira. E durante o período reprodutivo realizam migrações para área de plataforma continental em noites de lua nova e lua cheia, podendo exibir migrações diárias até os locais de desova (LUO & AULT, 2012; LUO et al. 2019). Observou-se através de telemetria acústica uma correlação entre a fase lunar e mergulhos profundos (~ 100 m), o que indica possivelmente o momento da desova (LUO & AULT, 2012; LUO et al. 2019). Outro aspecto que ajuda na confirmação dos locais de desova para espécie resulta de amostragens de larvas durante o mesmo período na Flórida (CRABTREE, 1995; MACE et al., 2018). Nesse sentido, encontrar o melhor ajuste entre a sazonalidade do regime pluviométrico no Delta do Parnaíba, migração reprodutiva e desenvolvimento larval, demanda uma boa estratégia para espécie. Ou seja, aproveitar o período de melhor temperatura e qualidade da água para o desenvolvimento das larvas, que localmente ocorre entre setembro e dezembro. E com o início da chuvas e maior disponibilidade de áreas inundadas (janeiro a junho), ajustando o recrutamento da prole, permanência e crescimento até a próxima geração. Portanto, a degradação ambiental, poluição e pressão da atividade pesqueira em indivíduos jovens como observado no Delta com uso de tarrafas em lagoas, diminui a capacidade de renovação do estoque. Por outro lado, a seletividade do aparelho de pesca, usado pela comunidade da Pedra do Sal, atua fortemente no estoque reprodutor (123 – 228 cm), com o sucesso das pescarias devido as agregações de desova. Embora no presente estudo também não se verificou maior abundância de desembarques na Pedra do Sal no período seco, com presença também de indivíduos capturados no período chuvoso. As presenças dos indivíduos em condição de desova apenas foram registradas no período seco, enquanto os indivíduos adultos capturados no período chuvoso já haviam se reproduzido, e suas gônadas estavam em fase de regressão ou regeneração. Um aspecto que aumenta a intensão das capturas para os indivíduos reprodutivamente ativos, está relacionado ao valor agregado das gônadas na localidade (~100 reais/kg), e apenas 20 reais/kg para o peso do animal (Obs. Pessoal). No entanto, o poder de pesca exercido pela frota pesqueira da Pedra

do Sal ainda é bastante reduzido, considerando o número de indivíduos capturados. Enquanto para os currais de Bitupitá (CE) percebe-se uma seletividade especifica no estoque sub-adulto e muito próximo a maturidade sexual (> 100 cm), com elevado número de indivíduos abaixo desta faixa de comprimento (SILVA, 2019). Porém, a capacidade de pesca é talvez a maior preocupação, com mais de 100 indivíduos capturados em um único dia (Obs. Pessoal). O comprimento de maturidade sexual estimado em torno de 123 cm para o estoque capturado na Pedra do Sal, não se difere muito dos outros estudos para espécie na Flórida e região do Caribe (~ 130 cm) (AULT et al. 2008), e costa nordeste do Brasil (MENEZES & PAIVA, 1966). Silva (2019) reportou maturidade sexual alcançada em torno de 100 cm, o que indica possivelmente um efeito de redução do comprimento, que pode ser associada a pressão de pesca como estratégia de sobrevivência com maturidade sexual precoce (ERNANDE et al. 2004; DIECKMANN & HEINO, 2007). Um dado que chama bastante atenção no presente trabalho na Pedra do Sal é um aumento do número de desembarques no período chuvoso (jan-jun), o que não era comumente observado nos dados pretéritos para o local (FARIAS et al. 2015; FERNANDES et al. 2017). É possível que o efeito da variação climática com alto regime pluviométrico nos últimos anos (> 1600 mm/ano) (EMBRAPA, 2020), favoreça em condições de permanência para alimentação e crescimento, evitando gasto de energia com longas migrações (KURTH et al. 2019). Este comportamento de residência tem sido reportado nos estudos recentes, que apontam diferentes estratégias de migração dentro de uma mesma população (GRIFFIN et al. 2018; LUO et al. 2019). Inclusive um efeito de migração parcial dos indivíduos como estratégia de sobrevivência (CHAPMAN et al. 2012a; CHAPMAN et al. 2012b; LUO et al. 2019). Os dados de marcação via satélite no Delta do Parnaíba, também apontam para um comportamento de residência, permanência parcial e temporal. Mas, devido ao pouco tempo de obtenção de dados dos indivíduos marcados (~ 12 dias) não permite especular ou sustentar de maneira segura a hipótese. É também possível que estes indivíduos marcados pudessem continuar sua estratégia de migração para outras localidades em direção a região norte. O camurupim pode apresentar migração superior a 1000 km, embora

parece comumente exibir migrações medianas em torno de 200 km para algumas populações (GRIFFIN et al., 2018, LUO et al., 2019). O que mais uma vez indica comportamento de residência e ou curtas migrações. No presente estudo, o maior deslocamento foi registrado em 261 km, muito próximo ao observado em outras pesquisas para espécie. A condição de migração diária foi estimada em 21,75 km/dia, dado não muito distante do reportado por Griffin et al. (2018) em indivíduos marcados na Flórida, com média de 31 km/dia. Em relação a marcação dos espécimes e a falta de retorno dos sinais das marcas, podemos estipular várias suposições de acordo com alguns estudos publicados: (a) mortalidade dos indivíduos após o trauma, (b) predação por tubarões, (c) esgotamento da bateria, (d) falha no interruptor de água salgada, (e) remoção da marca e afundamento, (f) quebra de área e falha de transmissão do sinal ou bioincrustação, (g) a espécie marcada pode ter sido capturada por algum

pescador e o dispositivo

ter sido descartado

(KERSTETTER et al. 2004; HAYS et al. 2007; MUSYL et al. 2011; HEUPEL et al. 2012; FINN et al. 2014; JEPSEN et al. 2015; BLOCK et al. 2016; NGUYEN et al. 2017; LUO et al. 2019). Segundo Polovina et al. (2004), a falha de transmissão ou perda de sinal dos tags, ocorrem geralmente por razões desconhecidas. Conforme Hays et al. (2007), descobrir os motivos por trás desta perda de sinal, pode direcionar melhorias para que os dispositivos possam transmitir dados por mais tempo. Para auxiliar a distinguir entre a falha no dispositivo de marcação e a morte do animal, as estimativas de sobrevivência derivadas de estudos de rastreamento usando procedimentos estabelecidos em que o estado do animal no final do rastreamento período é conhecido. Por isso, a tecnologia de rastreamento e monitoramento é uma ferramenta crucial no entendimento do uso do habitat, e comportamento migratório de uma determinada espécie, em especial no presente estudo para o camurupim no Delta do Parnaíba. A importância de preservação do habitat ao longo do ciclo de vida da espécie é muito evidente, reforçando mais uma vez a necessidade de preservação dos diferentes habitats utilizados pela espécie e sua relação com fase do ciclo de vida (KURTH et al. 2019; WILSON et al. 2019). Sobretudo, pela condição de baixa vulnerabilidade e resiliência, com ciclo de vida de até 60 anos, maturidade sexual tardia (~10 anos de vida), incluindo desenvolvimento larval

lento com larva leptocephala (AULT & LUO, 2008; ADAMS et al. 2014; MACE et al. 2018). Apesar da espécie exibir desenvolvimento assincrônico dos ovócitos e desovas parceladas, o que favorece na capacidade de explorar melhor a distribuição espaço-sazonal de sua prole (MURUA & SABORIDO, 2003; BROWN-PETERSON et al. 2011). A especificidade do tipo desenvolvimento larval e correlação com regime de inundação para fase de recrutamento, reposiciona a espécie à condição de vulnerabilidade ao aparelho de pesca. Seguido também de efeitos da variação climática, poluição e degradação ambiental (perda de habitas essenciais e conectividade) para uma espécie que exibe alta atividade migratória (POLIDORO et al. 2010; GRIFFIN et al. 2018; LUO et al. 2019). Os dados dos cortes histológico das gônadas das fêmeas obtidas ao longo do estudo, reforçam a condição de desova parcelada, desenvolvimento assincrônico dos ovócitos, e fecundidade do tipo indeterminada. Evidenciada pela presença de ovócitos em diferentes estágios de desenvolvimento em indivíduos nas fases capaz de desovar e ativamente desovando, assim como indicam outros trabalhos com biologia reprodutiva (BROWN-PETERSON et al. 2011). A observação de indivíduos nestas fases de maturidade sexual coletados durante o período seco na Pedra do Sal, também agrega informação sobre os locais de desova na região, se atribuindo a correlação com os respectivos pesqueiros (~ 15 km de distância da costa) e o período reprodutivo da espécie, incluindo o aumento das capturas nos períodos de lua nova e cheia, que coincide com os demais trabalhos publicados citados anteriormente. Sendo assim, são fornecidos dados importantes sobre a bioecologia da espécie na região do Delta do Parnaíba, tais como: (1) seletividade do aparelho de pesca por faixa de comprimento, (2) sazonalidade dos desembarques, (3) efeito da proporção sexual enviesada por fêmeas devido também seleção por valor agregado as gônadas, (4) período reprodutivo, (5) Desenvolvimento ovocitário, tipo de fecundidade e de desova, (6) comprimento de primeira maturidade sexual, (7) distribuição espaço-sazonal, uso de habitats essenciais e rotas migratórias. Em relação a experiência com o uso de marcas via telemetria satélite, percebe-se que motivou o interesse e processo de discussão na comunidade de

pesca local. Mesmo considerando a resistência e preocupação com a legislação em vigor (portaria 445) que proíbe a pesca do camurupim. Se fortaleceu a condição de flexibilização das regras e possiblidade de continuidade da pesca com a construção de um plano de manejo específico, que por sua vez anima a colaboração.

E subsequentemente, o processo de engajamento para

conservação e manutenção do estoque, aliado ao aporte de dados e validação por parte da pesquisa, e fortalecimento das relações institucionais e de governança. Para a continuidade das atividades do projeto Rotas da Conservação no Delta do Parnaíba e área marinha adjacente, se pensou em algumas estratégias de pesquisa visando entender melhor o uso do habitat e rota migratória da espécie. Em um primeiro momento a ideia central é otimizar o processo de marcação via satélite aproveitando os tags adquiridos e que não foram usados. Visando não somente melhorar a compreensão do uso do habitat e comportamento migratório dos indivíduos adultos, mas sobretudo melhorar o tempo de permanência das marcas nos exemplares de Camurupim, e otimizar a transmissão de dados e informação coletada. Evitando-se também desperdício com o uso de uma ferramenta importante para pesquisa local. Adicionalmente, pretende-se também avançar nos estudos das outras fases do ciclo de vida da espécie, com uso de marcas plásticas e de telemetria acústica. Obter dados das variáveis ambientais relacionadas aos diferentes habitats e fase de sua ontogenia, prospecção de larvas, avaliação da abundância ao longo do recrutamento, estimar a biomassa do estoque pesqueiro, dimensionar o esforço de pesca e ajuste com a capacidade de suporte do ambiente, variabilidade genética, estudo da dieta e relações tróficas, estimar a idade e crescimento com uso de otólitos, isótopos e metais traços, e demais informações sobre a dinâmica populacional da espécie. E por fim, ajudar a formular planos de manejo e conservação, que avancem nas medidas de quotas de capturas, esforço de pesca controlado, áreas de exclusão de pesca e de reprodução, rodízio de pesqueiros e período de recuperação do estoque, seletividade do aparelho de pesca e redução do desperdício e fauna acompanhante, redução da pesca fantasma, conservação e preservação de habitats essenciais, implementação do auto monitoramento e vigilância comunitária, e construção de acordos de pesca. Como mencionado

anteriormente, não é uma tarefa muito fácil, principalmente tratando-se da gestão pesqueira no país, mas se acomodar e permitir o caos, tendo a ciência como forte aliado, é sinceramente ignorância e covardia, e a mudança começa por nós. É preciso ter persistência, fé e trabalhar com amor, para ver a transformação acontecer.

Agradecimentos

A Shell Brasil pelo financiamento e oportunidade da realização da pesquisa. Ao Instituto Tartarugas do Delta pela iniciativa, captação do recurso e gestão. A Universidade Federal do Piauí (UFPI) e Universidade Estadual do Piauí (UESPI) pela condução da pesquisa, e engajamento dos alunos e pesquisadores nas atividades. Aos pescadores da Pedra do Sal (PI) e de Bitupitá (CE) pelo apoio e ajuda com a pesquisa. Ao ICMBio pela confiança, autorização da licença, e forte participação na construção do plano de manejo para a espécie.

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